Alcoolismo é doença, não é falta de caráter ou de vergonha e deve ser cuidado como doença onde o consumo de bebidas alcoólicas se encontra em um nível que interfere com a saúde física e mental do paciente, afetando negativamente seus relacionamentos e status social. Tal como outras dependências químicas, o alcoolismo é clinicamente definido como uma doença tratável, mas incurável.
Os fatores de risco que contribuem para tal condição incluem o ambiente social, estresse, saúde mental, predisposição genética, etnia, sexo e idade.
O abuso de álcool em longo prazo provoca alterações fisiológicas no cérebro, que se torna incapaz de controlar a compulsão para ingerir álcool e sofre com a síndrome de abstinência alcoólica com a interrupção do consumo.
O alcoolismo na adolescência é fator preocupante. Segundo pesquisadores, adolescentes que começam a beber álcool antes dos 15 anos são quatro vezes mais predispostos a desenvolver o alcoolismo do que aqueles que bebem após os 21 anos de idade.
Nos EUA, estima-se que cerca de 3 milhões de adolescentes sofrem de alcoolismo. A maioria dos adolescentes começa a beber para celebrar momentos ou em condições de excitação ou pressão.
Outras causas podem incluir falta de apoio parental, problemas disciplinares ou sentimento de rejeição, ansiedade, depressão e influência do comportamento dos pais.
No estágio inicial do alcoolismo, a pessoa começa a ficar dependente do álcool para interferir em seu humor. As pessoas começam a beber com certa frequência para aliviar-se dos problemas cotidianos.
Nesta fase ocorre um aumento gradual da tolerância, sendo o álcool cada vez mais o responsável por alterações no humor.
Com o passar do tempo, o organismo começa a perder sua capacidade de lidar com níveis elevados de álcool. Logo após essa fase, o desejo de beber torna-se gradualmente mais intenso.
Beber grandes quantidades com maior frequência se torna mais comum e a tolerância ao álcool diminui na medida em que a intoxicação chega com maior facilidade.
Nesta fase, os sintomas da abstinência começam a se manifestar quando a quantidade de bebida é reduzida.
Na pior fase, o paciente já se tornou obcecado pela bebida alcóolica, se tornando um grande problema para os familiares e amigos.
A saúde física e mental do alcoólatra se deteriora e vários órgãos do corpo são afetados. O processo de digestão é afetado e o diminui o número de nutrientes absorvidos pelo corpo, vez que a função hepática foi prejudicada.
As células recebem menos nutrientes que o necessário e o corpo tende a apresentar uma série de deficiências de vitaminas e minerais no corpo.
O alcoolismo prolongado pode ocasionar a cirrose, um dos efeitos mais graves do alcoolismo, com o aparecimento de uma cicatriz quase irreversível no fígado.
As plantas medicinais são utilizadas popularmente na medicina alternativa para o tratamento do alcoolismo, vez que fármacos tradicionais podem causar fortes efeitos colaterais sobre o fígado dos pacientes alcoólatras, já sobrecarregado pelo problema do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
As ervas, fitoterápicos e demais remédios naturais não podem ser considerados como milagrosos, mas podem ajudar no processo de reabilitação e cura de forma a fortalecer a parte física e emocional do paciente e ajudar a minimizar os efeitos colaterais decorrentes da abstinência.
Kudzu - (Pueraria lobata)
Várias pesquisas sugerem que o Kudzu, planta medicinal nativa do Japão e China e muito pouco conhecida no Brasil, pode ajudar a diminuir o desejo por bebidas alcóolicas.
Várias evidências sugerem que o Kudzu funciona como um tônico para o fígado, aumentando sua capacidade de combater as toxinas.
Em um estudo antigo, hamsters podiam escolher entre beber água e álcool. Quando o Kudzu foi ministrado aos mesmos, a preferência dos mesmos foi por água.
No entanto, sem o uso da planta, as cobaias escolheram beber álcool. Na Ásia, o Kudzu é usado tradicionalmente como um remédio para o alcoolismo.
Sálvia - Salvia miltiorrhiza
A erva medicinal, originária da China, pode ser um bom remédio para combater o alcoolismo, segundo um estudo científico desenvolvido na Itália, que, depois de obter resultados positivos na fase experimental com ratos, começará a ser testado em humanos.
O estudo, feito pelo Instituto de Neurologia do Conselho Nacional de Pesquisa de Cagliari, no Sul do país, demonstrou com diversos experimentos que essa espécie de sálvia é capaz de reduzir o consumo, a recaída e a dependência voluntária do álcool.
A erva é utilizada na medicina tradicional chinesa para curar doenças do sangue, cardiopatias, hepatite e até a insônia.
O diretor da pesquisa, Giancarlo Colombo, apontou que a sálvia dada aos ratos – previamente acostumados à ingestão habitual de álcool – reduz o consumo voluntário e os efeitos derivados de um eventual período de abstinência.
Desse modo, a pesquisa com a erva medicinal sálvia "pode servir para os alcoólatras que decidam deixar de beber.
Até agora, conseguiu-se que os "ratos alcoólatras" deixassem de beber, algo que, se confirmado em humanos, pode ser um caminho para atenuar uma doença progressiva crônica e, em muitos casos, mortal.
Cardo-Mariano (Silybum marianum)
O fígado é um dos órgãos que mais sofre pela ingestão indiscriminada do álcool, uma erva muito conhecida para proteger o fígado também conhecida como Cardo-Leiteiro, ou cardo santo.
A silimarina presente nas sementes fortalece o fígado e ajuda o mesmo a eliminar toxinas. A carqueja é outra erva excelente para desfazer os malefícios do alcoolismo.
Na medicina tradicional chinesa, o Cogumelo-Reishi é apontado como uma planta preventiva para o aparecimento de cirrose decorrente do abuso de álcool.
Já o Maracujá e a Centella asiatica podem ser úteis para pessoas que enfrentam duros períodos de abstinência do álcool.
Alguns hábitos simples no dia a dia podem ajudar a melhorar a condição do paciente, dependendo do nível de alcoolismo presente no corpo.
O consumo diário de frutas pode ajudar a reduzir os efeitos negativos do alcoolismo.
Sucos de frutas cítricas são bons para aliviar os efeitos da ressaca.
Maças e Bananas podem ajudar a eliminar toxinas do sangue.
O consumo regular de uvas in natura ou suco natural pode, em algumas pessoas, diminuir a vontade de beber álcool.
A prática de esportes também pode ajudar a melhorar as condições emocionais dos pacientes e diminuir a vontade de consumir álcool.
Apoio de amigos e familiares, bem como a participação em reuniões de Alcoólicos Anônimos (AA) e em casos extremos a internação em clínicas para dependentes do álcool, também integram um passo importante para a cura do vício do alcoolismo.
Alcoolismo é doença, não é falta de caráter ou de vergonha e deve ser cuidado como doença.
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