Classificação
científica
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Pezizomycetes
Ordem: Pezizales
Família: Tuberaceae
Gênero: Tuber
P. Micheli ex
F.H. Wigg., 1780
Espécies
·
Tuber
aestivum
·
Tuber
bituminatum
·
Tuber
bonnetii
·
Tuber
borchii
·
Tuber
brumale
·
Tuber
gibbosum
·
Tuber
macrosporum
·
Tuber
maculatum
·
Tuber
magnatum
·
Tuber
melanosporum
·
Tuber
mesentericum
·
Tuber
nitidum
·
Tuber
puberulum
·
Tuber
rapaeodorum
·
Tuber
rufum
·
Tuber
scleroneuron
·
Tuber
separans
·
Tuber
sinense
Trufa ou túbera é
a denominação popular dada aos corpos frutíferos subterrâneos das espécies de
Tuber, um gênero de fungos da família Tuberaceae.
Algumas das
espécies têm sabor e aroma agradáveis, sendo consumidas pelo ser humano há mais
de três mil anos. Os tipos mais conhecidos são a trufa branca (Tuber magnatum),
a trufa negra (Tuber melanosporum) e a trufa de verão (Tuber aestivum).
A trufa nasce sob
a terra, a uma profundidade de 20 a 40 centímetros, próximo à raiz de carvalhos
e castanheiras. Possuem aspecto de mármore negro e bege.
O trufeiro,
especialista em trufas, é quem revolve a terra e retira a trufa do solo sem
quebrá-la nem ferir-lhe a superfície. Ela só terá valor se as suas
características originais forem preservadas.
A colheita é
feita recorrendo a porcos ou cães adestrados que as podem localizar por meio do
olfato.
Trufas crescem ao
criar uma relação de simbiose entre seu micélio e as raízes de árvores, que
incluem aveleiras, carvalhos e salgueiros.
Na trufa branca,
sua cor é amarelo sujo, indo para o bege, lembrando marfim velho. A superfície
é lisa. A trufa negra é enrugada, com uma cor negro-amarronzada.
Trufas brancas
As trufas brancas
(Tuber magnatum) são encontradas à beira do Mar Adriático e na região francesa
do Drôme. As mais célebres vem da cidade italiana de Alba, no Piemonte, onde
entre outubro e novembro são realizadas feiras para vender os melhores
exemplares.
As melhores
safras ocorrem em outonos chuvosos, pois as trufas precisam de muita umidade
para crescer.
São muito
apreciadas por chefs de cozinha por seu inigualável aroma. A trufa branca exige
um cortador específico, com lâminas ultrafinas, pois quanto mais fina for
cortada, mais intenso é o sabor.
A espessura ideal
é a de uma folha de papel. As que exibem uma sutil coloração rosada são
consideradas melhores, de aroma mais marcante.
As trufas de Alba
podem custar até 15 mil dólares o quilo. Duas vezes os leilões anuais superaram
a barreira dos 100 mil euros, com uma trufa de 750 gramas em 2009 a €100 mil e
outra de 900 a €105 mil no ano seguinte.
Giancarlo Zigante
e sua cadela Diana encontraram próximo a Buje, Croácia a maior trufa já
registrada no mundo. A trufa pesava 1,31 quilogramas e foi registrada no
Guinness Book of Records.
Trufas negras
As trufas negras (Tuber melanosporum) são encontradas ao largo de França, Espanha, e Itália, responsáveis por quase todo o mercado (45%, 35% e 20%, respectivamente).
Sua região mais
célebre é o Condado de Périgord. Exalam aroma menos acentuado, superfície mais
rugosa e são mais resistentes ao manuseio.
O quilo custa em
média 700 dólares e pode chegar a 2.000 dólares. Ao contrário das brancas,
podem ser lavadas em água, e conseguem ser cultivadas.
Após anos de
pesquisa, nasceu o carvalho-trufeiro (chene-truffier), que leva uns oito anos
antes de produzir o tubérculo.
Regiões de
cultivo foram instaladas em Reino Unido, Estados Unidos, Espanha e Suécia.
Consequentemente Austrália e Nova Zelândia viraram os primeiros países do
hemisfério sul a colherem trufas, exemplo seguido pelo Chile.
A trufa negra já
foi chamada de "Diamante Negro" ou "Pérola Negra", em razão
da sua raridade.
Trufas de verão
A trufa de verão
(Tuber aestivum) ou trufa da Borgonha (Tuber uncinatum) cresce por toda a
Europa. São relativamente largas, indo de 2 a 10 centímetros de diâmetro.
A variedade
aestivum é colhida entre junho e setembro, enquanto a safra da uncinatum vai de
setembro a dezembro.
Não há nada mais fantástico que aquele ingrediente que
ninguém sabe fazer, por ser ele fruto da simbiose e da imprevisibilidade da
natureza.
A trufa negra é um ingrediente selvagem, uma verdadeira
preciosidade que carrega em si uma explosão de sabores e aromas, e que desperta
o interesse de qualquer um.
Tradicionalmente encontrada no Périgord, na França, as
trufas negras estão entre os ingredientes mais desejados do mundo, por causa de
seu sabor único.
Assim como as trufas brancas, trata-se de um fungo, mas não
pode ser chamado de cogumelo.
É um raro fungo que se desenvolve naturalmente nas raízes
das arvores (geralmente carvalho e avelã), adquirindo todas as características
do espaço em que se encontra, relação essa chamada de “terroir”.
Para a igreja antigamente, a trufa era criação do diabo
simplesmente por conter um aroma exótico, o que fez com que durante muitos anos
ela não fosse consumida, sumindo literalmente do mapa.
Durante o renascimento, as trufas negras voltaram com força
total através do rei Louis XIV, um grande apreciador dessa iguaria.
Branca ou negra, as trufas possuem diferentes espécies e
variedades, diferenciando na potência do sabor, do aroma, e no tamanho.
No caso das trufas negras, elas são menos raras que as
trufas brancas, porém, mais resistentes à conservação, e mais firmes ao toque.
São caçadas por cães treinados, que reconhecem o seu cheiro
mesmo enterradas a quase 30 cm da superfície. Apesar de estarem sempre próximas
das raízes das arvores como verdadeiros presentes na natureza, a sua obtenção
não é nada simples, e por isso o seu preço somado a outros fatores é tão alto.
Como já dito, as trufas já tiveram uma época com uma
colheita em maior volume. Nos últimos anos as trufas negras estão cada vez mais
escassas, e segundo cientistas, as constantes mudanças climáticas do planeta são
o grande motivo.
Apesar do universo das trufas ainda estar em estudo e ser
muito pouco entendido, sabe-se que solos úmidos e frio moderado, são condições
ideias para o desenvolvimento dos fungos.
A única coisa que se pode fazer para auxiliar na obtenção
das trufas, é plantar essas arvores “trufeiras”, e simular essas condições
consideradas benéficas.
A temporada das trufas negras do Perigord é sempre de
novembro a março, na estação fria europeia, e por isso ela é também chamada de
trufa negra do inverno.
O auge da temporada é em janeiro, onde é possível encontrar
exemplares com a concentração máxima de sabor e aroma. Trufas negras existem de
vários tipos, porem as mais valorizadas, desejadas e melhores, são as
encontradas apenas na França.
Com superfície irregular, e interior cheio de listras
brancas em formas de veias, as trufas são produtos extremamente perecíveis, e a
conservação dela fresca deve ser de no máximo cinco dias, na refrigeração
enroladas em um papel toalha.
É importante nunca as lavar com água, retirando quaisquer
resíduos apenas com o pincel, e corta-las apenas na hora que for consumir,
evitando perda de aroma.
Usada sempre para finalizar e compor um prato, a trufa negra
é um ingrediente de personalidade forte, e que realça o sabor de uma comida da
melhor maneira possível.
Cada vez mais cara devido à escassez nos últimos anos e por
ser um ingrediente realmente raro, o preço do kg pode variar de mil a três mil
dólares.
Sabor único que provem exclusivamente da natureza, sofrendo
influências das características do lugar em que estão tornando esse ingrediente
ainda mais fantástico e admirável.
Tatar de filé mignon com trufas negras do restaurante Fiore,
de São Paulo (Foto: Divulgação)
Tatar de filé mignon com trufas negras do restaurante Fiore,
de São Paulo (Foto: Divulgação)
No Brasil, são ingredientes incomuns. Nossa terra dá de
tudo. Mas não dá trufas. São poucos, na verdade, os países que podem se
orgulhar de ter trufas de boa qualidade.
A Itália é o principal deles. E a França disputa o posto de
melhor solo para trufas com os italianos.
A trufa não é apenas um dos ingredientes mais caros da
culinária internacional, é também um dos mais interessantes.
Trufas não são corriqueiras nem mesmo na França e na Itália,
os países com as melhores safras. São raras de ser encontradas, não é possível
cultivá-las e, por isso, sua fonte é limitada.
As trufas só nascem próximas a raízes de determinadas
árvores (carvalho, cistácea e aveleira), em locais em que o clima é bem úmido.
O fato de ter uma de suas árvores favoritas por perto não é
garantia de ter uma trufa. E não adianta se ajoelhar e cavar a terra para
encontrá-las.
Nós, humanos, não temos a competência necessária para
achá-las. Somente cães, com seu faro apurado e bem treinados, podem fazer o
serviço.
A caça às trufas faz parte da mitologia em torno desse
ingrediente. A capacidade de treinar os cães e cavar sem machucar o tubérculo é
um conhecimento passado de pai para filho.
Famílias inteiras vivem de ser trufeiras ou cavadoras há
muitas gerações. Há pacotes turísticos que têm como chamariz a caça às trufas
pelos coletores mais conhecidos.
Há dois tipos de trufas mais valorizados na cozinha. As
trufas negras, que podem ser encontradas por cerca de dez meses por ano. E as
cobiçadas e aromáticas trufas brancas, que só dão o ar da graça em dois meses
do ano, normalmente, outubro e novembro.
São as mais cobiçadas não só por serem ainda mais raras, mas
também por serem as mais aromáticas. Custam tanto dinheiro que seus preços
fazem parte da galeria de curiosidades em torno das trufas. Eles variam de
acordo com a qualidade e o tamanho.
A trufa é muito delicada e perde muito com a umidade. É
possível preservar uma trufa por, no máximo, uma semana – e com alguma perda.
O grande trunfo de um prato com trufas é incrementar o aroma
do alimento. Por isso, ela deve sempre ser usada crua, normalmente ralada sobre
combinações que não encubram seu sabor.
Para não errar pense em preparos neutros. Entre as carnes, o
filé mignon, a alcatra e a picanha caem bem com trufas. Costela, não. Entre os
peixes, prefira a tilápia ao salmão ou à anchova. Entre os risotos, o de parmesão
é o mais indicado a receber as lascas de trufas raladas.
A combinação “Romeu e Julieta” ou “par perfeito” dos pratos
com trufa é o ovo frito. Isso mesmo. O mais singelo e popular dos alimentos é o
que se casa melhor com o mais raro deles.
Foi como tempero para o ovo frito que a trufa surgiu séculos
atrás entre camponeses italianos. Muita experimentação já foi feita com trufas.
Nenhuma foi tão feliz quanto a primeira. Essa talvez seja
uma das únicas unanimidades entre diferentes cozinhas. Na francesa, na italiana
ou na japonesa, a trufa com gema mole produz um sabor imbatível.
A clara, normalmente insossa, adquiriu um certo sabor
terroso com a adição de trufas negras. É possível pedir ovo frito como prato
principal nos restaurantes italianos mais caros e badalados se ele for
acompanhado de trufas.
Por ser incapaz de realizar a fotossíntese, captura
nutrientes das raízes das árvores. Já as árvores extraem os sais minerais
vindos das trufas.
A trufa é formada por duas partes: o fruto (comestível) e as
raízes, chamadas Micelium, responsáveis por sua produção. O nome da casca da
trufa é denominado Peridium e sua parte interna é chamada de Gleba, onde ficam
as sementes que recebem o nome de esporos.
Possuem aspecto de mármore negro e bege e podem ser
pequenas, grandes, circulares ou irregulares. Fatores como temperatura,
umidade, grande quantidade de água e composição do terreno são fundamentais
para o desenvolvimento deste fungo. Cada variedade demanda por um clima
específico.
É uma boa fonte de proteínas. Trufas têm elevado teor de proteínas variando de 20 a 30 por cento para cada porção.
Especialistas dizem que as trufas são excelentes fontes de proteína, o que é muito ideal, pois estas contêm todos os aminoácidos necessários para uma boa alimentação para os seres humanos.
Possui também carboidratos. O elemento principal da trufas e cogumelos na principal são os hidratos de carbono derivados de glicogênio e quitina, também chamado celulose, que é um dos componentes da parede da célula fúngica.
Entretanto, em comparação com outros vegetais, as trufas têm proporções inferiores de carboidratos.
Baixo teor de gordura. Como é vegetal, trufas são ideais para pessoas que não podem e não querem consumir muita gordura.
Quando secas, têm apenas cerca de 2 a 8 por cento de gordura, principalmente gordura bruta e compostos lipídicos, tais como ácidos gordos, esteróis, fosfolipídios, glicerídeos e ácido linoleico.
É livre de colesterol. Este é provavelmente o maior benefício para a saúde.
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