QUEM SOMOS!

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Castanha do Para - Bertholletia excelsa




Classificação científica

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Ericales
Família: Lecythidaceae
Género: Bertholetia
Espécie: B. excelsa
Nome binomial: - Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl.


Valor nutricional por 100 g 

Energia: (660 kcal)
Carboidratos totais: 12.27 g
Amido: 0.25 g
Açúcares: 2.33 g
Fibra dietética: 7.5 g
Gorduras totais: 66.43 g
Saturada: 15.137 g
Monoinsaturada: 24.548 g
Poli-insaturada: 20.577 g
Proteínas totais: 14.32 g
Triptofano: 0.141 g
Treonina: 0.362 g
Isoleucina: 0.516 g
Leucina: 1.155 g
Lisina: 0.492 g
Metionina: 1.008 g
Cistina: 0.367 g
Fenilalanina: 0.630 g
Tirosina: 0.420 g
Valina: 0.756 g
Arginina: 2.148 g
Histidina: 0.386 g
Alanina: 0.577 g
Ácido aspártico: 1.346 g
Ácido glutâmico: 3.147 g
Glicina: 0.718 g
Prolina: 0.657 g
Serina: 0.683 g
Água: 3.48 g
Tiamina (vit. B1): 0.617 mg (54%)
Riboflavina (vit. B2): 0.035 mg (3%)
Niacina (vit. B3): 0.295 mg (2%)
Vitamina B6: 0.101 mg (8%)
Ácido fólico (vit. B9): 22 µg (6%)
Vitamina C: 0.7 mg (1%)
Vitamina E: 5.73 mg (38%)
Cálcio: 160 mg (16%)
Ferro: 2.43 mg (19%)
Magnésio: 376 mg (106%)
Manganês: 1.223 mg (58%)
Fósforo: 725 mg (104%)
Potássio: 659 mg (14%)
Sódio: 3 mg (0%)
Zinco: 4.06 mg (43%)
Selenium: 1917 μg


A Bertholletia excelsa, popularmente conhecida como castanha-do-pará, é uma árvore de grande porte, muito abundante no norte do Brasil e na Bolívia, cujo fruto (ouriço) contém a castanha, que é sua semente.

É uma árvore da família botânica Lecythidaceae, nativa da Floresta Amazônica.

Apesar do seu nome em inglês, Brazil nut, o seu maior exportador não é o Brasil e sim a Bolívia, onde são chamadas de almendras, ou ainda "noz amazônica" e "noz boliviana". 


Isto se deve à drástica diminuição da espécie no Brasil, devida ao desmatamento. O nome em português se refere ao Pará, cuja extensão no período colonial incluía toda a Amazônia brasileira. 


Os acreanos - por serem os maiores produtores nacionais de castanha - referem-se a elas como "castanhas-do-acre". 

Embora seja classificada pelos cozinheiros como uma castanha, os botanistas consideram a Bertholletia excelsa como uma semente, e não uma castanha, já que, nas castanhas e nozes, a casca se divide em duas metades, com a carne separando-se da casca.

É um fruto com alto teor calórico e proteico, além disso contém o elemento selênio que combate os radicais livres e muitos estudos o recomendam para a prevenção do câncer.



Atualmente, é abundante apenas no Estado do Acre, no norte da Bolívia e no Suriname. Incluída na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais como vulnerável, o desmatamento é a ameaça à sua população. 

Nas margens do Tocantins, foi derrubada para a construção de estradas e de uma barragem. No sul do Pará, por assentamentos de sem-terra. 

No Acre e no Pará, a criação de gado provoca sua morte, e a caça das cotias, que são os dispersores naturais de suas sementes, ameaça a formação de novos indivíduos.

É altamente consumida pela população local in natura, torrada, ou na forma de farinhas, doces e sorvetes. Sua casca é muito resistente e requer grande esforço para ser extraída manualmente.

A Bertholletia excelsa é uma grande árvore, chegando a medir entre 30 e 50 metros de altura e 1 ou 2 metros de diâmetro no tronco; está entre as maiores árvores da Amazônia. 

Há registros de exemplares com mais de 50 metros de altura e diâmetro maior que 5 metros, no Pará. Pode viver mais de 500 anos, e, de acordo com algumas autoridades frequentemente chega a viver 1.000 ou 1.600 anos.

Seu tronco é reto e permanece sem galhos por mais da metade do comprimento da árvore, com uma grande coroa emergindo sobre a folhagem das árvores vizinhas. Sua casca é acinzentada e suave.

A árvore é caducifólia, suas folhas, que medem de 20 centímetros a 35 cm de comprimento e 10 cm a 15 cm de largura, caem na estação seca.

Suas flores são pequenas, de uma coloração verde-esbranquiçada, em panículas de 5 centímetros a 10 cm de comprimento; cada flor tem um cálice caducifólio dividido em duas partes, com seis pétalas desiguais e diversos estames reunidos numa massa ampla em forma de capuz.

Floresce na passagem da estação seca para a chuvosa, o que no leste da Bacia Amazônica ocorre de setembro a fevereiro, com pico de outubro a dezembro. 

Perto de julho suas folhas caem, algumas ficam completamente sem folhas na estação seca. As flores são em grande número, e duram apenas um dia. 

Os frutos demoram de 12 a 15 meses para amadurecer, e caem principalmente em janeiro e fevereiro. As sementes, quando não tratadas, demoram de 12 a 18 meses para germinar, devido a sua casca espessa.

As Bertholletia excelsa produzem fruto exclusivamente em matas virgens, já que florestas "não virgens" quase sempre carecem de orquidáceas, que são, indiretamente, responsáveis pela polinização das suas flores.

Fruto

Se tanto as orquídeas como as abelhas estiverem presentes, o fruto leva 14 meses para amadurecer após a polinização das flores. O fruto em si é uma grande cápsula de 10 centímetros a 15 centímetros de diâmetro que se assemelha ao endocarpo do coco no tamanho e pesa até dois quilogramas. 

Possui uma casca dura, semelhante à madeira, com uma espessura de 8 milímetros a 12 milímetros, e dentro estão de 8 a 24 sementes com cerca de cinco centímetros de comprimento dispostas como os gomos de uma laranja; não é, portanto, uma castanha no sentido biológico da palavra.

A cápsula contém um pequeno buraco em uma das pontas, que permite a grandes roedores como a cotia e, com menos frequência, os esquilos, roerem até abrir a cápsula. 

Eles comem, então, algumas das castanhas que encontram ali dentro e enterram as outras para uso posterior; algumas destas que foram enterradas acabam por germinar e produzem novas Bertholletia excelsa.

A maioria das sementes são "plantadas" pelas cotias em lugares escuros, e as jovens árvores acabam esperando por anos, em estado de hibernação, até que alguma árvore caia e a luz do sol possa alcançá-las. 

Micos já foram vistos abrindo os frutos da Bertholletia excelsa utilizando-se de uma pedra como uma bigorna.

Vive preferencialmente nas florestas de terra firme, e cresce apenas onde a estação seca é de 3 a 5 meses.

A densidade da espécie varia muito ao longo de toda a Amazônia, indo de 26 árvores reprodutivas por hectare a apenas um exemplar em 100 hectares. Cogita-se que alguns grupos de árvores devam sua existência a indígenas pré-colombianos.

Cerca de 20 000 toneladas de Bertholletia excelsa são colhidas a cada ano, da qual a Bolívia responde por 50 por cento, o Brasil por 40 por cento e o Peru por 10 por cento. 

As Bertholletia excelsa destinadas ao comércio internacional vêm inteiramente da colheita selvagem, e não de plantações. Este modelo vem sendo estimulado como uma maneira de se gerar renda a partir de uma floresta tropical sem destruí-la. 

As castanhas são colhidas por trabalhadores migrantes conhecidos como "castanheiros".

A análise da idade das árvores nas áreas onde houve extração mostram que a colheita de moderada a intensa coleta tantas sementes que não resta um número suficiente para substituir as árvores mais antigas à medida que elas morrem. 

Sítios com menos atividades de colheita possuem mais árvores jovens, enquanto sítios com atividade intensa de colheita praticamente não as possuem.

Experimentos estatísticos foram feitos para se determinar quais fatores ambientais podem estar contribuindo para a falta de árvores mais jovens. 

O fator mais consistente foi o nível de atividade de colheita em determinado sítio. Uma simulação por computador que previa o tamanho das árvores em que pessoas pegavam todas as castanhas coincidiu com o tamanho das árvores encontradas nos sítios onde havia uma colheita intensa das castanhas.

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, a preservação em áreas protegidas, governamentais ou corporativas, é insuficiente, e a tentativa de estabelecer populações novas tem fracassado.


As atividades mais bem sucedidas são as empreendidas por populações nativas, nas reservas extrativistas.

As Bertholletia excelsa possuem 18% de proteína, 13% de carboidratos e 69% de gordura. A proporção de gorduras é de, aproximadamente, 25% de gorduras saturadas, 41% de monoinsaturadas e 34% de poli-insaturadas.

Possuem um gosto um tanto terroso, muito apreciado em vários países. O conteúdo de gordura saturada das Bertholletia excelsa está entre o mais alto de todas as castanhas e nozes, superando até mesmo o da macadâmia. 

Devido ao gosto forte resultante, as Bertholletia excelsa podem substituir frequentemente macadâmias ou mesmo o coco em receitas. 

Bertholletia excelsa retiradas de suas cascas tornam-se rançosas rapidamente. As castanhas também podem ser esmagadas para se obter óleo.

Nutricionalmente, as Bertholletia excelsa são ricas em selênio, embora a quantidade de selênio varie consideravelmente. São também uma boa fonte de magnésio e tiamina. 

Algumas pesquisas indicaram que o consumo de selênio está relacionado com uma redução no risco de câncer de próstata.

Isto levou alguns analistas a recomendarem o consumo de Bertholletia excelsa como uma medida preventiva. Estudos subsequentes sobre o efeito do selênio no câncer de próstata foram inconclusivos.

As castanhas contem 70 a 72% de óleo doce, de perfume agradável e com gosto semelhante ao óleo de oliveira da Europa. O óleo quando envelhece tem uma cor amarelo-escuro e um cheiro desagradável de ranço.

O óleo de castanha é altamente nutritvo, contendo 75% ácidos graxos insaturados compostos principalmente por ácido palmítico, oleico e linoleico, além de fito esteroides sistosterol e as vitaminas lipossolúveis A e E. 

Extraído da primeira prensagem, pode se obter um azeite extra virgem podendo substituir o azeite de oliva por seu sabor suave e agradável.

A castanha é uma rica fonte de magnésio, tiamina e possui as mais altas concentrações conhecidas de selênio (126 ppm²), com propriedades antioxidantes. 

As proteínas encontradas na castanha-do-Pará são muito ricas em aminoácidos sulfurados como a cisteína (8%) e a metionina (18%). 

A presença desses aminoacidos (methionine) melhora a adsorbção de seleninum e outros minerais.

O óleo de Bertholletia excelsa é extraído das sementes secas, geralmente por prensagem à frio. O Óleo de Bertholletia excelsa prensado a frio tem um odor agradável, amarelo. 

A composição de ácido graxos é constituído por ácido palmítico (14-16%), ácido esteárico (6-10%), ácido oleico (29-48%), ácido linoleico (30 - 47). 

As características físicas são densidade (0,914-0,917), ponto de fusão (0-4 °C), o valor de saponificação (193-202), o valor de iodo (94-106) e insaponificável (0,5 a 1%).

O chá da casca da Bertholletia excelsa é usado na Amazônia para tratamento do fígado, e a infusão de suas sementes para problemas estomacais.

Seu óleo é usado como umidificador da pele.

O óleo das sementes é muito rico em proteínas por isso constitui um produto de grande valor alimentício. Além disso, o óleo da Castanha-do-Pará também é usado para a confecção de cosméticos como shampoos, sabonetes e condicionador de cabelo porque seu uso proporciona maciez, brilho e sedosidade. É usado também como creme de pele que lubrifica e hidrata, deixando a pele macia.

Assim como no uso alimentar, o óleo extraído da Bertholletia excelsa também é usado como lubrificante em relógios, para se fazer tintas para artistas plásticos e na indústria de cosméticos.

A madeira das Bertholletia excelsa é de excelente qualidade, porém a sua extração está proibida por lei nos três países produtores (Brasil, Bolívia e Peru). A extração ilegal de madeira e a abertura de clareiras representa uma ameaça contínua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário