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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Batata - Solanum tuberosum L.



Classificação científica
Reino: Plantae
Subreino: Viridaeplantae
Infrarreino: Streptophyta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Superordem: Asteranae
Ordem: Solanales
Família: Solanaceae
Gênero: Solanum
Espécie: S. tuberosum
Nome binomial - Solanum tuberosum L.

Batata, batata-inglesa, batatinha é uma planta perene da família das solanáceas. A planta adulta geralmente tem entre sessenta a cem centímetros de altura, possui flores e frutos e produz um tubérculo comestível rico em amido, um carboidrato. 

Os nomes podem referir-se tanto ao tubérculo comestível quanto à planta como um todo. A espécie teve origem no Cordilheira dos Andes, próximo ao Lago Titicaca, e foi levada a outras regiões do mundo por colonizadores europeus. 

Atualmente são cultivadas milhares de variedades da espécie em todos os continentes e está inserida como um alimento fundamental na cultura mundial. 

A relação da batata com a batata-doce é bem pequena porque os vegetais não compartilham do mesmo gênero ou família, fazendo parte apenas da mesma ordem.

A espécie começou a ser cultivada por civilizações andinas há cerca de oito mil anos e o cultivo foi aperfeiçoado pelos Incas, que utilizavam, inclusive, técnicas de irrigação. 

Os espanhóis introduziram, no século XVI, a espécie na Europa, e se tornou um alimento fundamental no continente. 

Entretanto a grande dependência da batata fez com que o ataque de pragas que devastam as plantações causasse a morte de milhões de pessoas que tinham a batata como principal alimento, tal como aconteceu na Irlanda em 1845. 

Atualmente, o tubérculo é o quarto alimento mais consumido do mundo, com milhares de variedades de diferentes cores, sabores e tamanhos que são utilizadas em receitas no mundo todo. 

O maior produtor mundial é a China, cuja produção em conjunto com a da Índia corresponde a mais de um terço da produção mundial.

Como qualquer cultura, as plantações estão sujeitas ao ataque de diversas espécies de bactérias, fungos e insetos que comprometem a produtividade. 

Por isso, investe-se na criação de variedades mais resistentes, além da criação de batatas geneticamente modificadas, apesar do grande temor que ainda existe sobre produtos transgênicos. 

O aumento da produtividade é visto, ainda, como uma solução para acabar com a fome em diversos países. Para reconhecer a importância do tubérculo no mundo, o ano de 2008 foi intitulado o Ano Internacional da Batata pela Organização das Nações Unidas.

A batata pertence à família Solanaceae, e compartilha o gênero Solanum com pelo menos outras mil espécies, como o tomate e a berinjela. S. tuberosum é dividida em somente duas subespécies levemente diferentes: andina, que é adaptada às condições de dia curto e é cultivada somente nos Andes, e tuberosum, a batata que é cultivada por todo o mundo, que acredita-se ser descendente da introdução da subespécie andina na Europa, que se adaptou aos dias mais longos.

As plantas originadas a partir de tubérculos, por surgir de gemas e não de sementes, carecem de radículas; suas raízes se originam de gemas subterrâneas e surgem entre o tubérculo-semente e a superfície do solo. 


Por isso, o tubérculo deve ser plantado a uma profundidade adequada que permita a formação de raízes e rizomas. A partir dos primeiros estágios de desenvolvimento até o momento que começa a formação de tubérculos, as raízes apresentam um rápido crescimento. 

O sistema radicular é fibroso, ramificado e estende-se mais superficialmente, podendo penetrar até 80 centímetros de profundidade.

O sistema caulinar é composto por rizomas e talos. Os rizomas, que correspondem a talos modificados, nascem alternadamente na base dos talos e apresentam um crescimento horizontal pouco abaixo da superfície do solo. 

Cada rizoma engrossa na sua extremidade, originando um tubérculo.

Os talos, que se originam a partir de gemas presentes no tubérculo-semente, são herbáceos e suculentos, podendo chegar a um metro de altura, de coloração verde e, mais raramente, uma coloração púrpura. 


Após o plantio, o surgimento dos talos acima da superfície do solo pode levar de 20 a 35 dias, dependendo das condições ambientais. 

Cada planta tem de dois a quatro talos que podem, por sua vez, originar ramificações secundárias nas gemas laterais da planta. 

Cada talo geralmente produz de quatro a oito rizomas. Na etapa final do desenvolvimento da planta, o talo pode se tornar lenhoso em sua base.

Logo que o talo emerge do solo, ocorre um rápido crescimento inicial da folhagem. As folhas são alternadas e compostas, exceto as mais baixas que podem ser simples. 

As folhas compostas são alternadas, apresentando cinco, sete ou nove folíolos, os quais se classificam em primário ou secundário, de acordo com seu tamanho. 

Além destes, existem folíolos muito pequenos chamados de terciários que aparecem dispostos em pares sobre o pecíolo da folha. 

As folhas compostas, que podem apresentar uma variedade de formas e tamanhos, medem geralmente de 20 a 30 centímetros de comprimento. Os folículos são pilosos, assim como as outras estruturas das plantas.


As flores, que podem ser brancas, púrpuras ou rosadas possuem um tamanho médio de cerca de dois centímetros de diâmetro e são pentâmeras, ou seja, possuem cinco pétalas. 

Possuem cálice gamossépalo, corola completa, ovário bilocular, estilo e estigma simples e cinco estames. As flores são autógamas e se encontram agrupadas em ramos terminais que formam uma inflorescência panícula. 

Em cada caule existe somente uma inflorescência, que apresenta de cinco a quinze flores. Alguns cultivares não florescem enquanto outros produzem flores estéreis.

O fruto da planta da batata corresponde a uma baga que pode apresentar formato redondo, alargado, ovalado ou cônico. Seu diâmetro geralmente está entre um e três centímetros e a cor pode variar de verde a amarelado, ou de castanho avermelhado a violeta.

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As bagas apresentam dois lóculos que podem ter entre duzentas e quatrocentas sementes. As bagas se encontram agrupadas nos ramos terminais, os quais vão se inclinando progressivamente à medida que os frutos crescem. 

As sementes são muito pequenas e aplainadas e podem ser brancas, amarelas ou castanho amarelada.

Tubérculo

Os tubérculos, que correspondem aos talos subterrâneos modificados, se originam do engrossamento na extremidade dos rizomas e começam a se formar cerca de cinco semanas depois do surgimento do caule acima da superfície do solo.

A pele do tubérculo é composta de duas camadas de células: uma camada exterior de células únicas chamadas epiderme e outra, logo abaixo, chamada periderme. 

As células da periderme podem conter um pigmento que produz batatas coloridas. Abaixo da periderme está o córtex, seguido por um anel vascular, que contém células que transportam nutrientes para o tubérculo. 

Mais adentro está a medula, que representa a região primária de armazenamento no tubérculo. O excesso de alimento produzido pela planta é transportado para a medula pelo tecido vascular. 

As células da medula aumentam em quantidade e em tamanho enquanto lhes é fornecido alimento, causando o crescimento do tubérculo.

A espécie Solanum tuberosum pode ser semeada a partir de sementes e de tubérculos. As plantas provenientes das sementes apresentam as típicas estruturas das dicotiledôneas. 

Ao utilizar os tubérculos como meio de propagação, o primeiro crescimento que ocorre é a formação de brotos que se desenvolvem no extremo distal do tubérculo e emergem sobre a superfície do solo, dando origem a uma nova planta.

O crescimento da planta ocorre em vários estágios: brotação, estabelecimento da planta e desenvolvimento do tubérculo. O tempo de duração dessas fases pode variar de acordo com os fatores ambientais como a elevação e temperatura, tipo de solo, umidade, cultivar selecionado e localização geográfica.

Uma vez que os tubérculos quebram a dormência, podem crescer e se as condições ambientais forem favoráveis para isso, eles começarão a brotar. 

Entretanto, temperaturas baixas podem fazer com que o tubérculo continue no seu período de dormência, mesmo se forem plantados. 

O estabelecimento da planta refere-se ao período desde o início do surgimento de brotos até o início da formação de novos tubérculos, e isso inclui o desenvolvimento de raízes e brotos. 

O tubérculo-semente é fundamental para o desenvolvimento dos brotos, mas se torna secundário à medida que se formam as raízes. 

Uma planta bem estabelecida é fundamental para o crescimento subsequente e permite rápida regeneração no caso de perda de folhas em uma geada, chuva de granizo ou ataque de insetos.

Sob condições apropriadas, as extremidades dos estolhos vão começar a inchar, resultando na formação de novos tubérculos. Isso geralmente ocorre durante o início da floração, apesar de não haver correlação entre esses dois eventos. 

Nesse período a planta precisa de maior quantidade de nitrogênio e noites frias para um bom crescimento do tubérculo. Inicia-se então a fase crítica do crescimento da batata. 

Isso porque nesse período está acontecendo o aumento de volume que, em condições ótimas, acontece a uma taxa constante e qualquer alteração resulta em uma perda substancial da produção e da qualidade. 

O desenvolvimento do tubérculo depende principalmente da atividade fotossintética e do crescimento linear do tubérculo, que resulta em batatas maiores.

Quando a parte superior da planta começa a morrer, processos fundamentais ocorrem no tubérculo. A periderme fica mais espessa e resistente, o que protege a batata durante a colheita bem como a protege da entrada de microrganismos em seu interior. 

Durante a maturação, a matéria seca (o peso da batata quando desidratada) aumenta, o que melhora a qualidade para o processamento e para o consumo. 

Além disso, os açúcares presentes no tubérculo se transformam em amido, o que lhe confere uma coloração mais clara e melhor qualidade para ser transformada em batata frita. 

Com a maturidade, a batata entra em seu estado de dormência e, além disso, possuem resistência a agentes patogênicos quando armazenados. 

Mas se os tubérculos permanecerem no solo, entretanto, o amido transforma-se novamente em açúcar, e a matéria seca volta a diminuir.

Apesar da batata cultivada em todo mundo pertencer a somente uma espécie (Solanum tuberosum), existem milhares de variedades com diferentes características de tamanho, cor, textura e sabor. 

Por meio da seleção e cruzamento de variedades é possível criar novas diversidades de batatas mais resistentes a doenças. Esse processo envolve cerca de onze anos por meio de uma sofisticada seleção criando novas cultivações com uma qualidade satisfatória para a sua comercialização. 

As variedades atuais são mais resistentes graças a esse processo que permite produzir tubérculos com maior qualidade e variedade de tamanho e sabor.

Os tipos de solos mais adequados para o plantio de batata são aqueles que oferecem pouca resistência ao desenvolvimento do tubérculo e que são ricos em matéria orgânica, com boa drenagem e aeração. 

Os solos com pH entre 5,2 e 6,4 são considerados ideais. O preparo do terreno para o plantio é bastante trabalhoso, pois o terreno precisa estar completamente livre de ervas daninhas. 

Por isso, o solo precisa ser arado várias vezes para atingir as condições ideais do plantio: macio, bem drenado e bem aerado.

Geralmente utiliza-se no plantio os "tubérculos-sementes", que são pequenos tubérculos ou mesmo pedaços de tubérculos, que são semeados entre cinco e dez centímetros de profundidade. 

Para que o rendimento seja máximo, é essencial a utilização de tubérculos-sementes de qualidade e de cultivares puros, que pode resultar no aumento da produção em mais de trinta por cento. 

A densidade do plantio depende do tamanho dos tubérculos escolhidos. Geralmente são utilizadas cerca de duas toneladas de tubérculos-semente para cada hectare plantado. 

Para lavouras que dependem da chuva em áreas mais secas, o plantio em um terreno plano resulta em maior produtividade (por causa da melhor conservação da água no solo), enquanto plantações irrigadas geralmente são encontradas nas encostas.

Quando fresco, o tubérculo possui cerca de oitenta por cento de água e vinte por cento de matéria seca, da qual a maior parte é amido. 

A quantidade de proteínas da batata, quando desidratada, é comparável à dos cereais e é bem alta em relação a outros tubérculos e raízes. 

Além disso, a batata possui pouca gordura e é rica em vários micronutrientes, especialmente vitamina C (quando consumida com a pele, uma batata de cerca de 150 gramas fornece quase a metade da dose diária recomendada.). 

A batata é também uma fonte moderada de ferro, e a vitamina C promove a absorção do mineral. O tubérculo é, ainda, uma fonte básica das vitaminas B1, B3 e B6 e minerais como potássio, fósforo e magnésio, além de conter fibras dietéticas e antioxidantes, que previne as doenças relacionadas ao envelhecimento.

Por si só, a batata não engorda (e a sensação de saciedade que vem do consumo da batata pode ajudar a controlar o peso.). Uma vez que o amido no tubérculo cru não pode ser digerido pelos humanos, eles são preparados para o consumo através do cozimento (com ou sem pele), fervendo ou fritando. 

A fervura, que é o método mais comum de preparação por todo o mundo, causa uma perda significativa perda de vitamina C, principalmente se estiver descascada. 

  • Valor energético 51.6 kcal 3%
  • Carboidratos 11,9g 4%
  • Proteínas 1,2g 2%
  • Fibra alimentar 1,3g 5%
  • Fibras solúveis 0,1g -
  • Cálcio 3,5mg 0%
  • Vitamina C 3,8mg 8%
  • Piridoxina B6 0,1mg 8%
  • Fósforo 24,3mg 3%
  • Manganês 0,1mg 4%
  • Magnésio 5,4mg 2%
  • Ferro 0,2mg 1%
  • Potássio 161,3mg -
  • Cobre 0,1ug 0%
  • Zinco 0,2mg 3%
  • Tiamina B1 0,1mg 7%
  • Sódio 2,3mg 0%

A batata é um tubérculo muito usado na cozinha brasileira, fazendo parte de pratos com carnes, saladas, purê e até mesmo as favoritas: fritas. Tem um formato arredondado irregular, sua casca é fina e as cores podem variar. No caso do Brasil, o tipo de batata mais usado é a Batata Inglesa, que, na verdade, é originária da região dos Andes, na América, onde vem sendo cultivada há cerca de 7000 anos. Vale lembrar que a China tem o posto de maior produtor de batatas do mundo.

Rica em carboidratos, a batata possui baixa quantidade de gordura e contém vitaminas do complexo B (a mais abundante é a B6) e vitamina C, além de ferro, potássio, cálcio, grande quantidade de fósforo e amido. Ao natural, 100 gramas de batata possuem cerca de 70 calorias, esse número cresce muito se elas forem fritas.

Contendo boa quantidade de nutrientes, a batata traz benefícios para nossa vida reduzindo o risco de contágio de inúmeras doenças, prevenindo pequenos males, curando problemas de úlceras no estômago e até ajudando a reduzir a pressão arterial. Leia mais benefícios que esse delicioso tubérculo nos traz:

Previne a prisão de ventre: a batata contém fibras que aumentam o volume das fezes e ajudam a prevenir a constipação, pois diminui o colesterol. Logo, é uma aliada na prevenção de câncer de cólon.

Mantém os níveis de açúcar: o conteúdo de fibras da batata ajuda a retardar a absorção de amido no intestino, mantendo, assim, os níveis de açúcar no sangue dentro do seu padrão normal.

Promove a saúde alimentar: por apresentar alta concentração de vitamina B6, as atividades enzimáticas aumentam e as reações químicas naturais ocorrem perfeitamente como devem ser.

Auxilia o sistema nervoso: as células neurológicas são colegas da vitamina B6, que é necessária na criação de amina para os neurotransmissores que o sistema nervoso utiliza para transmitir mensagens de um nervo a outro.

Aumenta a performance atlética: a vitamina B6 ainda é necessária para a quebra do glicogênio, e isso influencia no nosso desempenho atlético e na resistência.

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