Classificação científica
- Reino: Plantae
- Divisão: Magnoliophyta
- Classe: Magnoliopsida
- Ordem: Asterales
- Família: Asteraceae
- Gênero: Arctium
- Espécie: A. lappa
- Nome binomial - Arctium Lappa L.
A bardana (Arctium lappa) é uma planta originária da Eurásia e difundida na América. Prolifera em baldios, bermas de caminhos, e próxima de zonas habitadas.
A fama da bardana vem de muito tempo: os gregos a utilizavam como medicamento, e na Idade Média era incluída em várias formulações destinadas à cura.
Algumas referências sugerem que o seu nome científico Arctium lappa deriva do grego "arctos" (urso) e "lambanô" (eu tomo), em alusão ao aspecto peludo que apresenta.
Valorizada como medicinal desde a antiguidade, a bardana nunca teve essa fama contestada.
Todas as partes da planta eram usadas de alguma forma como medicamento: as folhas, por exemplo, eram bem amassadas e aplicadas em cataplasmas para tratar inúmeras doenças de pele, em razão de sua ação bactericida.
O uso atualmente tem respaldo científico: estudos comprovam as suas propriedades antisépticas. Também foram bem difundidos seus poderes contra picadas de insetos e aranhas por sua propriedade de acalmar a dor (ação anestésica) e evitar a tumefação do local (ação anti-inflamatória).
No Brasil, especialmente no Sudeste e no Sul, devido à influência dos imigrantes japoneses, a bardana é utilizada também na culinária, podendo ser encontrada em algumas feiras livres, embora ainda não tenha sido muito difundida.
No Japão é mais utilizada que a própria cenoura na culinária do dia-a-dia. Podemos preparar tempurás, sopas, refogá-la apenas em óleo de soja, cozinhá-la junto com arroz, colocá-la em refogados de carne, etc.
Uma preparação particularmente interessante é uma espécie de conserva: descasque a raiz crua, raspando com a faca, lave, corte em bastonetes ou em filetes e mergulhe em pasta de soja (missô) e coloque na geladeira.
Fica pronto no dia seguinte e mantém-se próprio para consumo por vários dias, como qualquer conserva. Ótimo para complementar o arroz branco, e excelente tira-gosto.
Tradicionalmente combinada com dente-de-leão para fazer uma bebida tonificante e depurativa, a bardana é um importante remédio desintoxicante nas tradições ocidental e chinesa.
Muito usada para tratar problemas de pele, também auxilia o sistema imunitário durante infecções e doenças crônicas.
Descrição: Planta da Família das asteraceae, também conhecida como baldrana, bardana-maior, etc.
Planta bianual herbácea, com 1 a 1,5 metros de altura, pilosa, folhas alternas, cordiformes e ovais.
Flores azuladas ou arroxeadas, dispostas em capítulos e, estes, em corimbos.
Flores pequenas, violáceas, em capítulos florais, que formam o fruto sem papilho, no formato de uma bola com falsos espinhos.
Plantio: O seu cultivo deve ser feito por sementes em barracos, para facilitar a retirada da raiz, ou em caixotes retangulares de mais ou menos 50 centímetros de altura.
Nasce naturalmente nos monturos de lixo ao redor das habitações. Não tem preferência quanto ao solo e clima.
A raiz deve ser coletada no primeiro ano de cultivo e a folha antes da floração. De preferência, devem ser consumidas quando frescas, pois reúnem os seus melhores valores terapêuticos.
Partes utilizadas: Raiz com casca, folhas frescas e sementes.
Muito comum em Portugal, França, Itália e Japão. Naturalizada na América do Sul, nasce naturalmente até a Argentina e está bem aclimatada.
Seu uso na medicina tradicional, frutos, sementes, raízes e folhas data da Antiguidade e não foi refutado ao longo dos séculos. O rei Henrique III da França foi curado de doença dermatológica severa com planta. A bardana também já foi promovida como afrodisíaco.
Habitat: Nativa da Europa e norte da Ásia, hoje é naturalizada nas Américas.
Modo de conservar: Lave bem as raízes e as folhas e deixe secar ao ar livre, em local ensolarado. Guarde as raízes em sacos de pano e as folhas em vidros bem fechados, ao abrigo da umidade.
Propriedades: Antibiótica, hipoglicemiante, depurativa e alcalinizante, diurética, sudorífera, anti-dispeptica e tônico capilar
Indicações: Combate o reumatismo, afecções cutâneas, dermatose, furúnculo, bronquite, cálculos da bexiga e biliar, prisão de ventre, queda de cabelo, hidropisia.
Princípios Ativos: Planta inteira: Óleo essencial: Inulina; taninos; Mucilagens; Resinas; Sais minerais; Carbonato e nitrato de potássio;
Ácidos polifenólicos: cafeico e clorogênico; Ácidos graxos;
Composto antibiótico; Glicosídeo: lapina; Fitosteróis: B-sitosterile estigmasterol;
Raiz: Ácidos voláteis: acético, butírico, cóstico, 3-hexanóico, isovalérico, 3-octanóico, propiônico; Poliacetilenos; Fitohormônios: ácido gama-guanidinico-n-butírico; Xiloglucano;
Sementes: Óleos fixos; Glicosídeo amargo: arctiina; Lignanas: lapaóis A, B; Ácido clorogênico; Germacrolídeo; outros componentes: daucosterol, arctigenina, arctiina, mataire-sinol, lapaol;
Polpa do fruto: Proteínas; Lipídios; Inulina Lignana: neoarctina
Como Depurativo (furunculose); diurético (eliminador de ácido úrico); colérico (aumenta o fluxo biliar); laxativo: coloque 1 colher de sopa de raiz em uma xícara de água em fervura.
Deixe ferver por 5 minutos. Mantenha em maceração por 10 minutos e coe. Coma a raiz cozida e tome uma xícara de chá, três vezes ao dia, fora das principais refeições.
Dermatoses úmidas e purulentas; acne; eczemas; pruridos; seborreia da face ou do couro cabeludo: Coloque duas colheres de sopa de folhas frescas fatiadas em uma xícara de chá de água em fervura.
Deixe ferver por 5 minutos. Coe e acrescente uma colher de chá de mel e 3 gotas de própolis. Faça aplicações no local afetado, na forma de compressas, duas vezes ao dia.
Furunculose: coloque seis colheres de sopa de raiz fatiadas em uma garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por oito dias e coe. Tome um cálice, antes das principais refeições.
Depurativo do sangue. Embora subestimada, a bardana pode ser usada para estimular a libertação de produtos residuais.
Problemas como acne, furúnculos, eczema, artrite, fibromialgia e amigdalite beneficiam com a sua capacidade de estimular esta libertação.
Contudo, deve ser usada com cuidado pois, mesmo quantidades pequenas, podem causar uma intensificação inicial dos sintomas, sobretudo nos problemas de pele.
Por isso, raramente é usada sozinha, sendo combinada com remédios como dente-de-leão (Taraxacum ojicinalè), trevo-dos-prados (Trifolmmpratmsè) e labaça-crespa (Rumex crispus), que contrabalançam a sua ação desintoxicante.
Embora tal não esteja provado, pensa-se que a bardana tem uma acentuada ação anticancerígena.
Toxicologia: As folhas podem causar intoxicação devido à presença da onopordopicrina, capaz de provocar insuficiência respiratória.
Farmacologia: Os níveis de arctiina e de arctigenina nas frutas da bardana que são muito usadas na medicina chinesa para o tratamento de resfriado também foram estudados.
Outros grupos também estudaram a constituição química da fruta, e até mesmo da polpa da fruta (bagaço);
Diversos investigadores relataram várias atividades biológicas da bardana, que incluem propriedades antipiréticas, antimicrobiais, antitumoral, diurética e diaforética.
Além destes efeitos há relatos que extratos da fruta possuem atividade hipoglicêmica em ratos e o suco fresco da raiz possui efeitos antimutagênicos, provavelmente devido a uma lignana presente na raiz.
Entre os estudos mais recentes estão os seguintes usos da bardana: Tratamento do urolitíase.
Possível inibição da infeção pelo vírus HIV-1 in vitro metabolismo de lignanas da bardana no trato gastrintestinal de ratos Antagonismo do fator de ativação de plaquetas (PAF) pela bardana;
Efeitos da fibra alimentar da bardana na digestão; Ineficiência da bardana no tratamento dos diabetes induzida por estreptozocina em ratos;
Possível atividade antitumoral do extraio da bardana; Fator desmutagênico isolado da bardana; Na literatura recente, o uso da bardana é também encontrado em produtos cosméticos usados para limpeza de pele, produtos anticaspa e tônicos capilares;
Deve-se notar que a raiz da bardana é normalmente usada como alimento na Ásia; Hoje, no Brasil e outros países ocidentais, as lojas de alimentos naturais, mercados orientais, supermercados e feiras livres vendem a raiz fresca da bardana como alimento e nutracêutico;
Enquanto a bardana é geralmente considerada como um produto seguro e comestível, alguns artigos relatam envenenamento pelo chá da raiz da bardana devido à adulteração com plantas contendo atropina, e também dermatite de contato alérgica devido a bardana;
Sua principal utilização é nas doenças crônicas da pele pela ação do princípio antibiótico ativo contra bactérias gram-positivas como estafilococos e estreptococos;
É fungida para afecções genitais;
É diurética, diaforética, depurativa do sangue, colerética e neutralizadora de toxinas de animais peçonhentos.
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