Gordura é um
termo genérico para uma classe de lipídios. As gorduras, produzidas por
processos orgânicos tanto por vegetais como por animais, consistem de um grande
grupo de compostos geralmente solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em
água.
Sua
insolubilidade na água deve-se à sua estrutura molecular, caracterizada por
longas cadeias carbônicas. Por ter menor densidade, esta flutua quando
misturada em água. As gorduras têm sua cadeia "quebrada" no organismo
pela ação de uma enzima chamada lipase, produzida pelo pâncreas.
Quimicamente as
gorduras são sintetizadas pela união de três ácidos graxos a uma molécula de
glicerol, formando um éster. Elas são chamadas de triglicerídeos, triglicerídes
ou mais corretamente de triacilgliceróis.
As gorduras podem
ser sólidas ou líquidas em temperatura ambiente, dependendo de sua estrutura e
de sua composição. Usualmente o termo "gordura" se refere aos
triglicerídeos em seu estado sólido, enquanto que o termo óleo, ao
triglicerídeos no estado líquido.
As gorduras podem
ser diferenciadas em gordura saturada e gordura insaturada, dependendo da sua
estrutura química (veja abaixo). As gorduras saturadas são encontradas
normalmente nos animais, no coco e no óleo de palma, enquanto as insaturadas
nos demais vegetais.
Uma regra geral é
que todas as gorduras consistem de três moléculas de ácidos graxos com uma
molécula de glicerol, formando uma estrutura conhecida como triacilglicerol.
As propriedades
das moléculas de gordura dependem dos ácidos graxos que as formam. Os
diferentes ácidos graxos são formados por um número diferente de átomos de
carbono e hidrogênio.
Os átomos de
carbono, cada um ligado em dois átomos de carbono vizinhos, formam uma cadeia
em ziguezague quanto maior a quantidade de átomos de carbono mais longa será a
cadeia.
Ácidos graxos com
cadeias maiores são mais suscetíveis a forças intermoleculares de atração,
aumentando seu ponto de fusão (daí a consistência em temperatura ambiente).
Longas cadeias também fornecem uma quantidade maior de energia por molécula
quando metabolizadas.
Os ácidos graxos
que constituem a gordura também se diferenciam pelo número de átomos de
hidrogênio ligados na cadeia de átomos de carbono. Cada átomo de carbono é
tipicamente ligado a dois átomos de hidrogênio.
Quando um ácido
graxo possui esta configuração típica ele é chamado de saturado, pois os átomos
de carbono estão saturados com hidrogênio.
Em outras
gorduras os átomos de carbono podem estar ligados a apenas um átomo de
hidrogênio e terem uma ligação dupla com um carbono vizinho. Isto resulta em um
ácido graxo insaturado.
Mais
especificamente seria um ácido graxo monoinsaturado, enquanto um ácido graxo
poli-insaturado seria um ácido graxo com mais de uma ponte dupla.
Essa categoria de
moléculas é importante para inúmeras formas de vida, atuando tanto no papel
metabólico como no papel estrutural.
As gorduras têm
várias funções, como fonte e reserva de energia (um grama de qualquer gordura
produz 9 kcal de energia), além de ser um importante isolante térmico (forma o
tecido adiposo dos mamíferos) para os animais se protegerem contra o frio.
São importantes
para a síntese de outras substâncias, ou para o melhor funcionamento destas,
como as vitaminas lipossolúveis, lipoproteínas, e alguns hormônios sexuais que
dependem da existência de gordura para ter um funcionamento ideal.
As gorduras são
essenciais para a maioria dos seres heterótrofos, incluindo os seres humanos.
No entanto os ácidos graxos realmente essenciais são os das famílias ómega 3 e
ómega 6, já que a partir destes o ser humano consegue produzir todos os demais.
Existem vitaminas
que são só solubilizadas pelas gorduras, conhecidas como vitaminas
lipossolúveis, como exemplo as vitaminas A,D,E, e K. Isso significa que elas só
são digeridas, absorvidas e transportadas em conjunto com a gordura. Além disso
a gordura é a principal fonte de ácidos graxos, muito importante na dieta.
É mais saudável o
consumo de insaturada pois é mais fácil "quebrar" as cadeias
insaturadas em relação as cadeias saturadas.
Os lípidos
(português europeu) ou lipídios (português brasileiro), lipídeos ou lípides são
um amplo grupo de compostos químicos orgânicos naturais, que constituem uns dos
principais componentes dos seres vivos, formados principalmente por carbono,
hidrogénio e oxigénio, apesar de também poder conter fósforo, nitrogénio e
enxofre, entre os quais se incluem gorduras, ceras, esteróis, vitaminas
lipossolúveis (como as vitaminas A, D, E, e K), fosfolipídios, entre outros.
Alguns lípidos
são moléculas lineares ou curvadas e outros são compostos cíclicos. Podem
definir-se, em linhas gerais, como moléculas relativamente pequenas hidrófobas
ou anfipáticas. As hidrófobas podem dissolver-se em solventes apolares.
As anfipáticas
apresentam uma parte polar e outra não polar, e podem dissolver no meio aquoso
estruturas como vesículas, lipossomas ou membranas.
Entre as
principais funções biológicas dos lípidos está o armazenamento de energia, o
facto de se tratar de moléculas estruturais nas membranas e de intervir na
sinalização celular.
Cada grama de
lípidos armazena 9 quilocalorias de energia, enquanto cada grama de glicídio ou
proteína armazena somente 4 quilocalorias. Os lípidos são aplicados em
cosmética e na indústria alimentar e nanotecnologia.
Os lípidos
biológicos têm origem inteiramente ou em parte a partir de dois tipos de
subunidades bioquímicas, nomeadamente os grupos cetoacil e isopreno.
Tendo em conta
tal enfoque, os lípidos podem dividir-se em vários tipos: ácidos gordos,
glicerolípidos, fosfoglicéridos (ou glicerofosfolípidos), esfingolípidos,
sacarolípidos e policetídeos, derivados da condensação de subunidades de
cetoácidos e lípidos esteróis (esteróis e esteróides) e lípidos prenólicos
(isoprenóides), derivados da condensação de subunidades de isopreno.
Apesar de o termo
lípidos se utilizar por vezes como sinónimo de gordura, na realidade possui um
significado mais amplo, uma vez que as gorduras constituiriam apenas os
triacilglicerídios.
Muitos lipídios
contêm ácidos gordos como componente principal (triglicerídios, fosfolípidos).
Os ácidos gordos apresentam uma reacção característica denominada saponificação
quando quimicamente reagidos com álcalis que dá origem a sabões.
Os lipídios com
ácidos gordos que apresentam esta reação de saponificação são denominados de
saponificáveis.
Os humanos e
outros mamíferos possuem diversas vias metabólicas para sintetizar a maioria
dos seus lípidos ou para degradá-los, porém alguns lípidos chamados ácidos
gordos essenciais não podem ser sintetizados a partir de precursores simples no
organismo, pelo que devem ser obtidos a partir da dieta.
Num Congresso
Internacional de Bioquímica em 1922 estabeleceu-se que os ésteres que por
hidrólise fornecem ácidos carboxílicos superiores (ácidos graxos) seriam
enquadrados num grupo geral, os lipídios ou lípides (do grego lipo, gordura).
Os lipídios são
geralmente incolores, untuosos ao tato, pouco consistentes, apresentam
densidade menor que a água, na qual são insolúveis porém emulsionáveis. São
pouco solúveis em etanol a frio, mas solúveis a quente.
São solúveis em
sulfeto de carbono, clorofórmio, éter etílico, acetona, benzeno, gasolina e
outros solventes orgânicos. Deixam no papel manchas gordurosas e translúcidas
que não desaparecem com o calor. Não são destiláveis por aquecimento nem a
baixa pressão e decompõem-se pelo aquecimento.
Como as gorduras
são usadas em processo de fritura e seguidamente realizado em recipientes
abertos, em temperatura elevada (180 – 200 °C), há o contato direto com o ar.
Estas condições
propiciam modificações físico-químicas nos óleos (como a termo-oxidação e a
rancificação), algumas das quais são perceptíveis pelo próprio escurecimento
das gorduras, o aumento da viscosidade, a formação de espuma e produção de
fumaça.
Essas
transformações afetam o sabor que a fritura conferem aos produtos fritos,
dificultando a aceitabilidade dos produtos, mas também produzem efeitos tóxicos
como irritação gastrointestinal, a inibição de enzimas, a destruição de
vitaminas e carcinogênese, quando da ingestão contínua e prolongada de produtos
alterados quimicamente e rancificados.
A gordura é um
tipo de lipídio. Alguns alimentos ricos neste composto são: manteiga,
margarina, frituras, doces, biscoitos recheados, carnes gordas, queijo amarelo,
leite integral, requeijão, embutidos.
Após uma refeição
rica em lipídios, o sangue fica com um aspecto leitoso. É importante levar em
consideração que os alimentos crocantes são os que mais contêm gordura trans, e
evitar o consumo de carne com gordura visível é um cuidado simples e muito
benéfico.
O excesso de
alimentos adiposos pode resultar em doenças cardiovasculares. Porém, a ausência
destes no nosso corpo pode resultar em raquitismo. Por isso, é necessário que
haja um equilíbrio.
Fornecem mais
energia que os carboidratos, porém estes são preferencialmente utilizados pela
célula. Toda vez que a célula eucarionte necessita de uma substância
energética, ela vai optar pelo uso imediato de uma glicose, para depois
consumir os lipídios.
Os fosfolipídios
são os principais componentes das membranas celulares. Do ponto de vista
químico, um fosfolipídio é um glicerídeo combinado a um grupo de fosfato. A sua
molécula lembra um palito de fósforo, com uma “cabeça” polar, e uma haste
apolar, constituída por duas cadeias de ácido graxo.
Nas membranas
biológicas, eles ficam organizados em duas camadas, que se incrustam com
moléculas de certas proteínas.
Auxiliam na
manutenção da temperatura do corpo, por meios de uma camada de tecido denominado
hipoderme, a qual protege o indivíduo contra as variações de temperatura
mantendo a homeostasia corpórea.
A gordura age
como suporte mecânico para certos órgãos internos e sob a pele de aves e
mamíferos, protegendo-os contra choques e traumatismos.
Por causa de sua
origem em nossa alimentação, é costumeiro se ver uma classificação trivial e
útil na nutrição das gorduras em gordura animal e gordura vegetal. Um exemplo
de gordura animal é a banha de porco, uma gordura vegetal comum é o azeite de
oliva.
Glicerídios
Constituem os
óleos e as gorduras, que diferem entre si quanto ao ponto de fusão. À
temperatura ambiente, os óleos são líquidos, pois um ou mais dos ácidos graxos
têm predominância de insaturações na cadeia.
As gorduras são
sólidas pelo fato dos ácidos graxos terem predominância de saturação na cadeia.
Os glicerídios possuem elevados teores energéticos e são os principais
componentes lipídicos da dieta humana.
Em mamíferos que
vivem em regiões polares, como a baleia, a gordura forma uma espessa camada
subcutânea ou "colchão adiposo", que envolve o corpo e permite o
isolamento térmico do animal em relação ao ambiente frio.
As moléculas dos
glicerídios podem ter um, dois ou três ácidos graxos associados ao glicerol, um
álcool conhecido como glicerina. Ácidos graxos são compostos de longas cadeias
de carbono, saturadas ou não, que formam os ésteres das gorduras e dos óleos.
Ácidos graxos
São ácidos
carboxílicos constituídos cadeias hidrocarbonadas de quatro a trinta e seis
átomos de carbono e representam uma importante fonte de energia para as
células. São considerados anfipáticos por apresentarem uma extremidade polar
(hidrofílica) e uma extremidade apolar (hidrofóbica).
Em temperatura
ambiente (25°C), os ácidos graxos saturados de 12 a 24 átomos de carbono
possuem consistência cerosa, ao passo que os ácidos graxos insaturados do mesmo
comprimento são líquidos e oleosos. Dessa forma, o ponto de fusão dos ácidos
graxos insaturados é menor do que os ácidos graxos saturados.
As propriedades
dos ácidos graxos e dos lipídeos deles derivados dependem muito do comprimento
da cadeia e do grau de saturação.
Os ácidos graxos
insaturados têm ponto de fusão mais baixos que os saturados com o mesmo
comprimento. Por exemplo, o ponto de fusão do ácido esteárico é 69,6°C,
enquanto o do ácido oleico (que contêm uma dupla ligação cis) é 13,4°C.
Os pontos de
fusão dos ácidos graxos poliinsaturados da série C18 são ainda mais baixos. O
comprimento da cadeia também afeta o ponto de fusão, como é ilustrado pelo fato
de que a temperatura de fusão do ácido palmítico (C16) é 6,5 graus abaixo
daquela do ácido esteárico (C18).
Assim, a cadeia
curta e a insaturação acentuam a fluidez dos ácidos graxos e de seus derivados.
Os nomes dos
ácidos graxos baseiam-se em seus hidrocarbonetos correspondentes
Os ácidos graxos
são longas cadeias hidrocarbonadas, com vários comprimentos e graus de
insaturação, que terminam em carboxilas, grupamentos ácidos.
O nome
sistemático de um ácido graxo é derivado do nome do hidrocarboneto
correspondente, pela substituição do final por óico. Por exemplo, o ácido graxo
saturado com C18 é chamado de ácido octadecanóico porque o hidrocarboneto
correspondente é o octadecano.
Um ácido graxo
com C18 e uma dupla ligação é chamado de octadecenóico; com duas
octadecadienóico; e com três, octadecatrienóico. A notação 18:0 denota um ácido
graxo com 18 carbonos e nenhuma dupla ligação, enquanto 18:2 significa que há
duas ligações duplas.
As estruturas das
formas ionizadas de dois ácidos graxos comuns ácido palmítico (C16 saturado) e
oleico (C18 monoinsaturado).
Os átomos de
carbono dos ácidos graxos são numerados a partir do terminal carboxílico. Os
átomos de carbono 2 e 3 são com frequência referidos, respetivamente, como α e
β. O carbono da metila na extremidade distal da cadeia é chamado de átomo de
carbono ω.
A posição de uma
dupla ligação é representada pelo símbolo Δ seguido de um número em índice
superior. Por exemplo, cis-Δ9 significa que há uma dupla ligação cis entre os
carbonos 9 e 10; trans –Δ2 indica que há uma dupla ligação trans entre os
carbonos 2 e 3.
Uma alternativa é
denotar a posição de uma dupla ligação, contando a partir da extremidade
distal, com o carbono metílico como o número 1. Um ácido graxo ω-3, por
exemplo, tem a estrutura mostrada na margem.
Os ácidos graxos
se ionizam em pH fisiológico e portanto, é adequado se referir a eles de acordo
com sua forma de carboxilato: por exemplo, palmitato ou hexadecanoato.
Os eicosanóides
são hormônios parácrinos, substâncias que, em vez de serem transportadas pelo
sangue para agir sobre células em outros tecidos ou órgãos, agem apenas sobre
as células próximas ao local de síntese do próprio hormônio.
Esse derivado de
ácidos graxos tem um variado número de efeitos dramáticos em tecidos de
vertebrados. Sabe-se que estão envolvidos nas funções reprodutivas, na
inflamação, na febre, na dor associada a lesões ou doenças; na formação de
coágulos sanguíneos e na regulação da pressão arterial, na secreção de ácido no
estômago; e em vários outros processos importantes tanto na saúde como nas doenças
humanas.
Todos os
eicosanoides são derivados do ácido araquidônico (20:4(Δ5,8,11,14)), o ácido
graxo poliinsaturado com 20 átomos de carbono do qual eles tomam o nome
genérico (do grego eikosi, vinte). Existem três classes de eicosanóides:
prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos.
As
prostaglandinas contêm um anel com cinco carbonos derivado da cadeia do ácido
araquidônico. As prostaglandinas agem em muitos tecidos regulando a síntese da
molécula mensageira intracelular 3´, 5´ – AMP cíclico (cAMP).
Como o cAMP é um
mediador na ação de muitos hormônios, as prostaglandinas afetam um amplo
espectro de funções celulares e teciduais. Algumas prostaglandinas estimulam
contrações do músculo liso do útero durante a menstruação e o parto.
Outras afetam o
fluxo sanguineo a órgãos específicos, o ciclo sono-vigília, e a sensibilidade
de certos tecidos hormônios tais como epinefrina e glucagon. As prostaglandinas
de um terceiro grupo elevam a temperatura do corpo (produzindo febre) e causam
inflamação e dor.
Os tromboxanos
têm um anel de seis membros contendo um grupo éter. Eles são produzidos pelas
plaquetas sanguíneas e agem na formação de coágulos sanguíneos e na redução do
fluxo de sangue ao sítio do coágulo.
Os compostos
antiinflamatórios não-esteróides (NSAIDs) aspirina, ibuprofeno e meclofenato,
por exemplo inibem a enzima prostaglandina H2 sintase (também chamada
cicloxigenase ou COX) que catalisa uma etapa inicial na via do araquidonato a
prostaglandinas e tromboxanos.
Os leucotrienos,
encontrados inicialmente em leucócitos, possuem três duplas ligações
conjugadas. Eles são poderosos sinais biológicos. Por exemplo, o leucotrieno
D4, derivado do leucotrieno A4, induz a contração do músculo que reveste as
vias aéreas que levam ao pulmão.
A superprodução
de leucotrienos causa ataques de asma , e a sua síntese é um dos alvos de
drogas antiasmáticas como a prednisona.
A forte contração
dos músculos lisos do pulmão que ocorre no choque anafilático é parte da
redação potencialmente fatal em indivíduos hipersensíveis a picadas de abelhas,
penicilina ou vários outros agentes.
Os esteróis são
esteróides com 27 a 29 átomos de carbono, formados por uma cadeia lateral de
oito ou mais átomos de carbono (C) no carbono 17 e um grupo álcool ou hidroxila
(-OH) no carbono 3. Estas substâncias são encontradas em abundância nos
organismos vivos, principalmente em animais e em algumas algas vermelhas.
São solúveis em
solventes orgânicos, e possuem um elevado ponto de fusão. O esterol
propriamente dito é um álcool secundário, no qual uma hidroxila está ligada a
um composto tetracíclico.
Entre os esterois
destacam-se o colesterol e a vitamina D. O colesterol faz parte da estrutura
das membranas celulares, sendo também um reagente de partida para a biossíntese
de vários hormônios (cortisol, aldosterona, testosterona, progesterona), dos
sais biliares e da vitamina D. Sem colesterol não haveria vida.
Os esteróides
formam um grande grupo de compostos solúveis em gordura (lipossolúveis), que
têm uma estrutura básica de 17 átomos de carbono dispostos em quatro anéis
ligados entre si.
Os esteróides
compreendem diversas substâncias químicas com importante papel na fisiologia
humana. Todos os esteroides apresentam em comum a estrutura química denominada
Ciclo-pentano-peridro-fenantreno: um núcleo cíclico similar, semelhante ao
nucleo do fenantreno (anéis A, B e C), que são ligados a um anel ciclopentano
(D).Sendo eles lipídios de cadeia complexa.
Os esteróides são
amplamente distribuídos nos organismos vivos e incluem os hormônios sexuais, a
vitamina D e os esteróis, tais como o colesterol.
Existem cinco
classes principais de hormônios esteróides sendo eles poderosas moléculas
sinalizadoras que regulam um grande número de funções do organismo.
Progesterona:
preparara o revestimento do útero para a implantação do óvulo fecundado, também
é essencial para a manutenção da gestação.
Androgênios: são
responsáveis pelo desenvolvimento das características secundárias masculinas.
Estrogênios: são
responsáveis pelo desenvolvimento das características secundárias femininas. Em
conjunto com a progesterona participa do ciclo ovariano.
Glicocorticoides:
promovem a gliconeogênese e a formação de glicogênio, estimulam a degradação de
lipídios e proteínas.
Mineralocorticoides:
agem nos túbulos distais dos rins, aumentando a reabsorção de Na + e a excreção
de K+ e H+, o que leva a um aumento do volume e da pressão do sangue.
Os hormônios
esteroides ligam-se, ativam moléculas de receptores que servem como fatores de
transição para a expressão gênica. Estas moléculas pequenas e semelhantes são
capazes de ter efeitos muito diferentes, porque as leves diferenças estruturais
entre elas permitem interações com moléculas receptoras específicas.
Cerídios
São formados pela
união de álcool a uma ou mais moléculas de ácidos graxos. Compreende as ceras
animais e vegetais, sendo mais frequente no reino vegetal. Embora tenha valor
econômico, não têm a mesma importância que as gorduras e óleos.
As ceras de
carnaúba e de babaçu, por exemplo, constituem bases alternativas para geração
de energia. São encontrados também na secreção de alguns insetos, como a cera
das abelhas.
Carotenoides
São pigmentos
lipídicos amarelos, vermelhos e laranjas, insolúveis em água e solúveis em
óleos e solventes orgânicos. Estão presentes nas células de todas as plantas,
nas quais desempenham o papel importante no processo de fotossíntese.
Os carotenóides
são importantes também para os animais. Por exemplo, a molécula de caroteno de
um carotenóide alaranjado presente na cenoura e em outros vegetais, é
matéria-prima para a produção da vitamina A, essencial a muitos animais.
Essa vitamina é
importante, por exemplo, para nossa visão, pois é precursora do retinal, uma
substância sensível à luz presente na retina dos olhos dos vertebrados.
Fosfolipídios
Formam a camada
dupla da membrana celular. A molécula do fosfolipídio solubiliza-se, ao mesmo
tempo, com a água e com os lipídios. Isso é possível porque possui uma cabeça
hidrofílica (afeição a água), o fosfato, e a cauda hidrófoba (aversão a água)
constituída pelas cadeias lipídicas. Os principais exemplos de fosfolipídios
são a lecitina e a cefalina.
Esteroides
São diferentes
dos demais lipídios por apresentarem uma cadeia circular formando anéis.
Pertencem a esse grupo os hormônios: sexuais testosterona e progesterona. E
alguns hormônios supra-renais: aldosterona e cortisol. Todos são semelhantes
sob o aspecto constitucional ao colesterol, do qual derivam.
O colesterol é
sintetizado exclusivamente em células animais; nas plantas é substituído pelo
fito esterol. Uma parcela do colesterol precisa ser obtida pela dieta e a outra
é fabricada pelo corpo, principalmente no fígado, que o reúne com
triglicerídios e proteínas para formar os corpúsculos de HDL (lipoproteína de
alta densidade) e LDL (lipoproteína de baixa densidade). Denominados também de
“colesterol bom” e “colesterol ruim” respectivamente.
Grande parte do
colesterol é transportada no sangue sob o formato de LDL. Uma parte dele é
metabolizada no fígado e a outra serve para síntese de membranas celulares.
No entanto,
quando há excesso, o LDL acumula-se nas paredes das artérias, causando a
aterosclerose. Por isso o LDL é chamado de "mau colesterol".
Em contrapartida,
o HDL tende a retirar o colesterol das artérias, levando-o ao fígado, onde se
converte em bile. Há estudos direccionados na comprovação de que o HDL também
remove o colesterol das placas ateroscleróticas já existentes, diminuindo a
velocidade de sua formação.
As taxas de
colesterol e de triglicerídios variam com a idade; por isso, é aceitável um
suave aumento de ambas quando se envelhece.
Ácidos graxos
(português brasileiro) ou ácidos gordos (português europeu) são ácidos
monocarboxílicos de cadeia normal que apresentam o grupo carboxila (–COOH)
ligado a uma longa cadeia alquílica, saturada ou insaturada.
Como nas células
vivas dos animais e vegetais os ácidos graxos são produzidos a partir da
combinação de acetilcoenzima A, a estrutura destas moléculas contém números
pares de átomos de carbono.
Mas existem
também ácidos graxos ímpares, apesar de mais raros. Naturalmente a maioria
ocorrida de ácidos gordos têm uma cadeia de um números pares de átomos de
carbono, de 4 a 28.
Ácidos graxos
saturados
As cadeias dos
ácidos saturados são flexíveis e distendidas podendo associar-se extensamente
uma com a outra através de interação hidrofóbica.
Existem várias
formas de descrever onde (e como) as ligações duplas se encontram na molécula.
Uma forma concisa mas ambígua é Cn:m, em que n é o número de carbonos, e m é o
número de ligações duplas.
As gorduras trans
são um tipo especial de gordura que, em vez de ser formado por ácidos graxos
insaturados na configuração cis, contêm ácidos graxos insaturados na
configuração trans.
Esse tipo de
gordura é pouco comum na natureza, mas é produzido a partir de gorduras
vegetais para uso na indústria alimentícia. O consumo de gorduras trans tem
sido associado a problemas de saúde, tais como aumento do risco de doença
arterial coronariana.
Os ácidos graxos
trans não são sintetizados no organismo humano. São resultantes de um processo
chamado de hidrogenação.
O objetivo desse
processo é adicionar átomos de hidrogênio nos locais das duplas ligações,
eliminando-as. Porém essa hidrogenação é geralmente parcial, ou seja, há a
conservação de algumas duplas ligações da molécula original e elas podem formar
isômeros, mudando da configuração cis para trans.
As gorduras trans
estão presentes em pequenas quantidades em alimentos de origem animal (no leite
e gordura de ruminantes como vaca e carneiro), por influência de uma bactéria
presente no rúmen desses animais.
Quantidades
maiores desta gordura estão presentes em alimentos industrializados
(processados), como biscoitos, bolos confeitados e salgadinhos.
As gorduras trans
são formadas durante o processo de hidrogenação industrial que transforma óleos
vegetais líquidos em gordura sólida à temperatura ambiente são utilizadas para
melhorar a consistência dos alimentos e também aumentar a vida de prateleira de
alguns produtos.
Em muitas áreas a
gordura trans dos óleos vegetais parcialmente hidrogenados substituiu a gordura
sólida e óleos líquidos naturais. Os alimentos que mais provavelmente contêm
gordura trans são frituras, molhos de salada, margarinas, entre outros
alimentos processados.
Riscos à saúde
Não há informação
disponível que mostre benefícios à saúde como resultado do consumo de gordura
trans. Por outra parte, o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras
trans pode causar: 1) aumento do colesterol total e do colesterol ruim (LDL); e
2) redução dos níveis de colesterol bom (HDL).
A gordura trans
age como a gordura saturada ao elevar o nível da lipoproteína (concentração
endoplasmática) de baixa densidade no sangue (LDL ou "colesterol
ruim"). Isso faz que os níveis de absorção da proteína de alta densidade
HDL e do colesterol sejam pasteurizados, sendo que essa pasteurização é
responsável pela remoção de HDL do sangue.
Isso aumenta as
chances do aparecimento de um ateroma, isto é, a placa de gordura no interior
de veias e artérias, que pode causar infarto ou derrame cerebral.
Está associada
também à obesidade, visto que é utilizada em larga escala em quase todos os
alimentos. Sabe-se pouco sobre como a gordura trans é incorporada no tecido
cerebral do feto e membranas celulares.
Com um maior
controle sobre a alimentação humana, as autoridades em saúde determinaram que
em rótulos venha determinada a quantidade de gordura trans contida por porção.
Essa quantidade
muitas vezes nem é notada pelo consumidor, e a principal causa é a falta de
interesse e de informação. O Valor Calórico Diário, antes considerado 2,5 mil
calorias, decaiu em valor devido à grande quantidade de gorduras trans
utilizadas, diminuindo para 2 mil calorias.
Daqui pode-se
perceber que gordura trans não é o mesmo que gordura hidrogenada, porém esta
contém a maior quantidade de gordura trans. A recomendação é que se consuma o
mínimo possível, não existindo quantidade mínima recomendada por dia, qualquer
quantidade por menor que seja, é prejudicial. Veja na tabela abaixo a
quantidade de gordura trans presente em alguns alimentos:
Leis com a
finalidade de banir gorduras trans em alimentos foram passadas em diversos
lugares do mundo. A Dinamarca foi o primeiro país a banir óleos parcialmente
hidrogenados em 2003.
A Suíça aprovou
leis contra gorduras trans em 2008, e diversas cidades dos EUA passaram
legislação semelhante. Estima-se que a diminuição no consumo de gorduras trans
de 6g para 1g por dia ao longo de 20 anos diminua o número de mortes por
cardiopatia isquêmica em 50%.
O ácido oleico é
um ácido carboxílico, por possuir um grupo funcional COOH. O ácido oleico é um
ácido graxo de cadeia longa possuindo 18 carbonos na sua estrutura.
Por possuir uma
dupla ligação entre os carbonos ele é chamado de ácido graxo insaturado. Os
ácidos graxos são uma classe de compostos orgânicos que constituem os lipídeos,
os quais são vitais na construção da membrana celular, estando presente na
epiderme, o qual protege e faz parte da barreira da pele evitando a sua
desidratação, por perda de água transepidérmica.
O ácido oleico é
um ácido graxo (ômega 9), o qual participa do nosso metabolismo, desempenhando
um papel fundamental na síntese dos hormônios.
O ácido oleico,
quando purificado e bi-destilado, apresenta-se na forma líquida na temperatura
ambiente, sendo um líquido incolor a levemente amarelado. O ácido oleico se
solidifica com o abaixamento da temperatura, sendo que se torna sólido na
temperatura de 14° - 16°C .
Por possuir uma
cadeia grande lipofilica, o ácido oleico e insolúvel em água e solúvel em
solventes orgânicos e óleos vegetais. Quando exposto ao ar ou ao calor se torna
amarelo e rançoso, como em gorduras animais.
No óleo de oliva
(azeite) a sua concentração chega ser cima de 70%. Também está presente em alta
concentração no óleo de sementes de uva, óleo de canola, óleo de gergelim, óleo
de girassol, óleo de soja, óleo de palma, óleo da polpa de macaúba (63-65%) e
em animais marinhos, como o tubarão e bacalhau.
O ácido oleico é
obtido a partir da hidrólise da gordura animal e de certos óleos vegetais (óleo
de oliva, palma, uva, etc) onde, após a separação da glicerina, ele é submetido
a uma destilação sob alto vácuo e separados por cristalização fracionada da
estearina, através do abaixamento da temperatura. Para se obter uma oleína
altamente pura ela deve ser bidestilada e fracionada até se chegar na
concentração acima de 95%.
O ácido oleico é
muito utilizado como aditivo em base de sabões e sabonetes, para dar
lubricidade e emoliência. É muito empregado em cremes e emulsões cosméticas
pelas suas propriedades emolientes e para recompor a oleosidade em peles
ressecadas e com problemas de escamação.
É usado em
bronzeadores e produtos solares e pós solares devido a sua capacidade de
proteção e regeneração da pele dos danos e queimaduras causados pelos raios
solares.
O ácido oleico é
um ácido graxo essencial, ômega 9, o qual participa do nosso metabolismo,
desempenhando um papel fundamental na síntese dos hormônios.
O ácido oleico e
muito utilizado como aditivo em base de sabões e sabonetes, para dar
lubricidade e emoliência. É muito empregado em cremes e emulsões cosméticas
pelas suas propriedades emolientes e para recompor a oleosidade em peles
ressecadas e com problemas de escamação.
É usado em
bronzeadores e produtos solares e pós solares devido a sua capacidade de
proteção e regeneração da pele dos danos e queimaduras causados pelos raios
solares.
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