Carotenos são pigmentos orgânicos
pertencentes ao grupo dos carotenoides responsáveis pelas cores amarela,
vermelha, verde e alaranjada de vegetais, algas, fungos, da gema do ovo e da
manteiga. Trata-se de substâncias essenciais para a manutenção da vida e
impossível de serem sintetizadas por organismos vivos, sendo necessário, então,
adquiri-lo através da alimentação.
Os carotenos apresentam em sua estrutura
química 40 átomos de carbono e um bom número de ligações duplas conjugadas,
característica que permite a absorção de luz, dando cor aos seres e compostos
já citados.
Essa coloração se deve ao comprimento de onda
captado, sendo assim, quanto maior o número de ligações duplas, mais largas são
as ondas captadas. Quando há apenas três ligações, a substância capta somente a
luz ultravioleta (invisível aos olhos humanos).
O licopeno, responsável pela cor vermelha do
tomate tem 11 ligações e é capaz de absorver do ultravioleta ao vermelho. Os
carotenos de cor amarela são denominados betacaroteno, os de cor verde,
zetacarotenos e os de cor alaranjada, neurosporaxantina.
O número de carotenos encontrados na natureza
é de, aproximadamente, 600, sendo o betacaroteno um dos mais importantes. O
betacaroteno apresenta uma estrutura formada por dois anéis hexagonais (não
aromáticos) ligados através de uma longa cadeia, insolúvel em água e
lipossolúveis (solúveis em gordura), são muito importantes para os seres vivos
pelo fato de serem os precursores da vitamina A, ou seja, uma molécula de
betacaroteno, no organismo, é quebrada dando origem a duas moléculas de
vitamina A, essencial para a saúde dos olhos, dos cabelos, crescimento e desenvolvimento
corporal, e de ação antioxidante (combate os radicais livres provenientes das
reações bioquímicas da respiração celular que aceleram o envelhecimento de
tecidos).
O betacaroteno é encontrado em legumes e
frutas amarelo-alaranjadas como, por exemplo, cenoura, abóbora, melão, mamão,
manga, pêssego, laranja, milho; vegetais folhosos verdes escuros como a couve,
espinafre, chicória, brócolis, mostarda, agrião, folhas do nabo.
A deficiência de vitamina A pode causar
cegueira noturna (distúrbio denominado xeroftalmia), lesões na pele, diminuição
do olfato e do paladar, aumento do atrito entre as pálpebras dos olhos, além da
redução da capacidade de defesa do organismo.
Alguns tipos de carotenos como o licopeno não
são convertidos em vitamina A pelo organismo, porém desempenham um papel
antioxidante mais enérgico que o próprio betacaroteno. O licopeno é encontrado
em vegetais de cor vermelha como o tomate, o mamão e a melancia.
Pesquisas científicas comprovam que pessoas
que ingerem boas quantidades de alimentos ricos em caroteno têm menor
probabilidade de desenvolver câncer e doenças cardíacas. Não existe nenhum caso
na Medicina, até hoje, de doença provocada por deficiência de carotenoides (não
confunda deficiência de carotenoides com deficiência de vitamina A).
Betacaroteno
O betacaroteno é um pigmento carotenoide
antioxidante. Natural, é uma das formas de se obter indiretamente a vitamina A.
Na química de lipídios possuem função de pigmento, sendo precursor da vitamina
A (lipossolúvel) que é apolar e lipídica, expressando cor laranja.
Tem sido descobertas grandes propriedades
para o betacaroteno nas pesquisas das quais é alvo. Sabe-se hoje que ele é um
antioxidante (inibe radicais livres, prevenindo o envelhecimento), beneficia a
visão noturna, aumenta a imunidade, dá elasticidade à pele, aumenta o brilho
dos cabelos e o fortalecimento das unhas, além de atuar no metabolismo de
gorduras.
O betacaroteno também é favorável na obtenção
do bronzeamento da pele. Quando transformado em vitamina A em nosso organismo,
auxilia na formação de melanina, pigmento responsável por proteger a pele dos
raios ultravioleta e conferir o bronzeamento.
As principais fontes de betacaroteno são:
damasco, cenoura, abóbora, beterraba, mamão, manga e a batata-doce. Em
quantidades menores, pode ser encontrado nos vegetais folhosos como couve,
repolho, espinafre, agrião e brócolis.
Consumir grande quantidade de betacaroteno
não é perigoso para o organismo. O único efeito colateral conhecido pelo
excesso do mesmo é o aparecimento de uma coloração amarelada na pele, que é
inócua e não deixa sequelas, que desaparece com a redução do consumo,
denominada por hipercarotenodermia.
Alfacaroteno
O alfa-caroteno é um isómero estrutural do
Betacaroteno. Isto significa que compartem a mesma fórmula molecular, mas têm
diferente estrutura e por tanto variam em algumas das suas propriedades físicas
e químicas.
O alfa caroteno é um caroteno pró-vitamínico
e, por conseguinte tem a capacidade de transformar-se em vitamina A no
organismo humano, embora a sua atividade pró-vitamínica seja inferior à do
betacaroteno.
No entanto, a sua capacidade antioxidante é
maior que a do betacaroteno. Embora o termo caroteno seja geralmente associado
ao β-caroteno, existem outros compostos de tipo carotenoide menos comuns: com
atividade vitamínica estão o alfa e o gama caroteno, e sem atividade vitamínica
encontram-se o licopeno, fitoeno e o fitoflueno.
Tal como o resto dos carotenos, é mais
solúvel em gordura do que em água, e por isso, o alfa-caroteno será melhor
absorvido pelo organismo se for consumido junto com óleos ou gorduras.
O alfa-caroteno em forma natural, aparece
praticamente nos mesmos alimentos que o betacaroteno, embora em menor
quantidade, destacando as cenouras, o brócolis ou o espinafre.
O consumo de alfa-caroteno contribui a
proteger o corpo dos radicais livres. O alfa-caroteno é um 38% mais potente como
antioxidante do que o betacaroteno. A diabete parece diminuir os níveis de
luteína e de zeaxantina, e o consumo de carotenoides pode ser de grande ajuda
perante à retinopatia diabética. O alfa-caroteno destaca pela sua função
protetora do sistema imune, dando resistência contra às infeções.
O alfa-caroteno é necessário para o ótimo
desenvolvimento e manutenção do tecido epitelial e das mucosas, assim como para
o revestimento dos pulmões, os brônquios e outros tecidos respiratórios. O
tecido epitelial com ajuda do alfa-caroteno forma uma barreira contra as
bactérias e substâncias estranhas e ajuda diretamente à prevenção de infeções e
doenças.
O alfa-caroteno tem propriedades protetoras
contra diferentes tipos de câncer, muito melhor inclusive que o betacaroteno,
destacando a sua função contra o câncer de pulmão e o de colo de útero, além
disso, estima-se o alfa-caroteno 10 vezes mais efetivo como inibidor do câncer
do fígado, da pele e do pulmão (este efeito é potenciado quando se consome
combinado com vitamina E e com selênio).
Beta-criptoxantina
Existem aproximadamente 600 tipos de
carotenoides, porém menos de 10% deles são precursores da vitamina A. Os
principais carotenoides com atividade de provitamina A nos mamíferos são o
alfa-caroteno, beta-criptoxantina e betacaroteno, embora o gama-caroteno e
outros 50 carotenoides também apresentem alguma atividade nutricional.
Licopeno
O licopeno é uma substância carotenoide que
confere a cor avermelhada ao tomate, melancia, morango, entre outros vegetais,
sendo que quanto mais intensa for a cor vermelha, maior a quantidade de
licopeno. É um antioxidante que combate os radicais livres e retarda o
envelhecimento.
Os radicais livres são moléculas produzidas
durante funções normais do organismo (durante o processo de combustão do
oxigênio) como, por exemplo, exercícios físicos e respiração, assim como
durante o hábito de fumar, excessiva exposição ao sol, poluição do ar e
estresse. Podem danificar células saudáveis do organismo, podendo levar ao
desenvolvimento de diversas doenças, como por exemplo, o câncer, inclusive o de
próstata.
Seu transporte no organismo ocorre por meio
de lipoproteínas, em especial, o LDL (lipoproteína de baixa densidade), sendo
que este possui a função de transportar colesterol para as células do corpo,
levando também, juntamente, licopeno e betacaroteno.
Seu principal local de estoque se encontra no
fígado; outro local onde pode ser encontrado, é no tecido adiposo (em menor
quantidade), dependendo da quantidade de gordura existente no organismo.
O tomate é a principal fonte de licopeno.
Como esta substância é absorvida melhor na presença de gorduras saudáveis, a
adição de uma pequena dose de gordura monoinsaturada (como o azeite) facilita o
transporte, a absorção e a ação do licopeno no organismo.
Outra característica que aumenta a
biodisponibilidade do licopeno é preparar o alimento cozido, pois no tomate cru
o licopeno está em uma forma linear, já após o aquecimento, ele adquire uma
conformação circular, a mesma encontrada na corrente sanguínea.
O licopeno presente na melancia e no mamão é
muito biodisponível (aproximadamente 60%), já no tomate cru é em torno de 13%,
enquanto que este mesmo, cozido, sobe para 70%.
Luteína + zeaxantina
São dois carotenoides. Eles são pigmentos
presentes em frutas e vegetais e determinantes das cores dos mesmos. Objeto de
estudo dos cientistas nos últimos tempos, muitos deles se transformam em
vitamina A e funcionam como antioxidantes, protegendo as células.
Importantes para a saúde, eles não podem ser
produzidos pelo organismo humano, sendo obtidos por meio dos alimentos ou
suplementação. Consumi-los é fundamental, pois além de outros benefícios,
ajudam na saúde ocular.
A luteína – chamada por muitos especialistas
como a vitamina do olho – é também encontrada na gema do ovo. Quando ingerida
atua como pigmento de cor no olho humano, dando à mácula um tom amarelado.
A zeaxantina consegue absorver os raios azuis
da luz solar, impedindo-os de causar prejuízos aos nossos olhos. Estudos
apontam que tanto a luteína quanto a zeaxantina atuam como bloqueadores dos
raios ultravioletas, impedindo-os de causar danos oxidativos à retina e,
consequentemente, a degeneração macular.
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