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quinta-feira, 7 de abril de 2016

Beladona - Atropa belladonna



Classificação científica

Reino: Plantae

Divisão:           Magnoliophyta

Classe:            Magnoliopsida

Subclasse:       Magnoliidae

Ordem:           Solanales

Família:           Solanaceae

Subfamília:     Solanoideae

Tribo: Hyoscyameae

Género:           Atropa

Espécie:          A. belladona

Nome binomial          Atropa belladona

Atropa belladonna L., conhecida pelo nome comum de beladona, é uma planta subarbustiva perene pertencente à família Solanaceae, com distribuição natural na Europa, Norte de África e Ásia Ocidental e naturalizada em partes da América do Norte.

A espécie é pouco tolerante à exposição direta à radiação solar, preferindo habitats sombrios com solos ricos em limo e húmidos, principalmente à beira de rios, lagos e represas.

A espécie A. belladona não deve ser confundida com a amarílis, a espécie Amaryllis belladonna, uma herbácea bulbosa, da família das amarilidáceas. Outra planta comumente confundida com a beladona é a Solanum americanum, popularmente conhecida como maria-pretinha.

Planta perene e herbácea, da família das solanáceas, apresentando-se frequentemente como um subarbusto que se desenvolve a partir de um rizoma carnoso.

Os espécimes em locais favoráveis crescem até 1,5 m de altura, com folhas largas e ovaladas com até 18 cm de comprimento. Os ramos são talosos, muito ramificados, lenhosos na base.

As flores são campaniformes, vistosas, de coloração púrpura, mas com reflexos verdes a verdosas e um discreto odor desagradável. Há uma forma com folhagem de coloração verde-pálida, que produz flores amarelas e frutos de cor amarelo-pálida, recebendo a designação de Atropa belladona var. lutea.

Os frutos são bagas com aproximadamente 1 cm de diâmetro, inicialmente de cor verde, mas adquirindo uma coloração negro brilhante quando completamente maduras. As bagas são doces, ricas em atropina, sendo consumidas pelas aves.

As sementes são pequenos grãos de cor acastanhada, ricos em alcaloides tóxicos, que são dispersas com os excrementos, estando por isso adaptadas a atravessar incólumes o sistema digestivo das aves.

A germinação é frequentemente difícil, devido ao tegumento duro e rugoso que recobre as sementes, o qual aparenta causar latência.

A germinação demora várias semanas sob condições de temperatura variável, mas pode ser acelerada recorrendo ao uso de ácido giberélico.

Estudos de citologia mostraram que o número de cromossomas de Atropa belladonna e seus taxa intraespecíficos é n=25.

Devido à sua elevada toxicidade, a Atropa belladona utiliza-se raramente em jardinagem, mas por vezes é plantada pelos seus grandes frutos vistosos.

A cultura pode ser feita mediante sementeira ou por reprodução vegetativa, sendo contudo recomendável o uso das sementes. Dada a possibilidade de latência, as sementes devem ser postas em água quente umas horas antes de semear.

Demoram algum tempo a germinar e requerem humidade e calor, e mesmo que sejam mantidas todas as condições necessárias, a taxa de germinação não é alta.

Para um bom desenvolvimento vegetativo, as plantas necessitam de um substrato rico em matéria orgânica num ambiente húmido e sombrio. Os nitratos e os sais amoniacais são os melhores adubos para aumentar a concentração de alcaloides na planta.

A espécie é considerada uma erva daninha em algumas regiões onde coloniza zonas com solos alterados eutrofizados, colinas florestadas e áreas muito enriquecidas em matéria orgânica, incluindo restos carboníferos.

Encontra-se naturalizada em algumas regiões da América do Norte, onde ocorre em geral em lugares sombreados e húmidos de solo alcalino.

A beladona é uma das plantas mais tóxicas encontradas no hemisfério oriental. A ingestão de apenas uma folha pode ser fatal para um adulto, embora a toxicidade possa variar em função do estado vegetativo da planta, da sua idade e de fatores genéticos e ambientais. A raiz da planta é geralmente a parte mais tóxica.

Apesar de todas as partes da planta conterem alcaloides, as bagas constituem o maior perigo por serem atrativas, com a sua aparência negra e brilhante e sabor adocicado. A ingestão de quantidades superiores a cinco bagas pode ser fatal para um adulto.

Devido ao facto de seus frutos, quando ingeridos puros ou na forma de tisanas, provocarem efeitos psicoactivos (alucinações), a planta é utilizada como droga recreativa. É também utilizada como matéria prima na composição de medicamentos homeopáticos, com destaque para aquele que é comercializado com o seu nome comum.

É igualmente substância ativa em medicamentos regulamentados, nomeadamente em antiespasmódicos utilizados para controlar espasmos da laringe e das cordas vocais e no tratamento de traqueítes.

Os sintomas de envenenamento por beladona são os mesmos que os da atropina, e incluem pupilas dilatadas, taquicardia, alucinação, visão desfocada, garganta seca, constipação e retenção urinária. A pele pode secar. O principal antídoto utilizado é a pilocarpina.

Para além dos princípios ativos atrás apontados, a planta é rica em hiosciamina, atropina, hiescina, escopolamina, piridina, ácido crisotrópico, taninos e amidos.

Apesar do evidente perigo de envenenamento, a planta é utilizada medicinalmente como dilatador da pupila (em oftalmologia) e como antiespasmódico, antiasmático e anticolinérgico. Corretamente utilizada em pneumologia é útil no controle de espasmos bronquiais, embora possa acarrear desidratação das secreções.

Os extratos de beladona têm sido empregados desde há muito, e com relativo êxito, no tratamento dos sintomas da doença de Parkinson e das síndromes parkinsonianas.

A sua utilização ajuda a prevenir efeitos colaterais adversos de outros tratamentos. A beladona também se emprega em gastroenterologia, em doses baixas, como neuroregulador intestinal em casos de colon irritável e de colite ulcerosa.

Em doses moderadas pode servir como analgésico ou como anestesiante.

As bagas da beladona foram utilizadas durante séculos no tratamento tradicional de uma variedade de sintomas, incluindo dor de cabeça, sintomas associados à menstruação, úlcera péptica, reação a histamínicos, inflamação e afecções dolorosas que afetam os movimentos.

Propriedades medicinais

Analgésico;

Parasimpatolítico;

Espasmolítico;

Inibidor da secreção.

Benefícios e indicações de uso

Relaxante dos músculos lisos;

Reduz as dores das cólicas urinárias e da vesícula biliar;

Alivia as crises de asma;

É utilizado para reduzir os suores noturnos dos indivíduos que sofrem com a tuberculose;

É utilizado nos exames oftalmológicos por causa do efeito da atropina (dilatação da pupila ocular).

Indicada em casos de problemas bastante específicos do sistema nervoso ou da digestão.


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