Amazônia
Bioma Floresta
tropical
A Amazônia (português brasileiro) ou Amazónia (português
europeu) (também chamada de Floresta Amazônica, Selva Amazônica, Floresta
Equatorial da Amazônia, Floresta Pluvial ou Hileia Amazônica) é uma floresta
latifoliada úmida que cobre a maior parte da Bacia Amazônica da América do Sul.
Esta bacia abrange sete milhões de quilômetros quadrados,
dos quais cinco milhões e meio de quilômetros quadrados são cobertos pela
floresta tropical. Esta região inclui territórios pertencentes a nove nações.
A maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com
60 por cento da floresta, seguida pelo Peru com 13 por cento e com partes
menores na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e França
(Guiana Francesa). Estados ou departamentos de quatro nações vizinhas do Brasil
têm o nome de Amazonas por isso.
A Amazônia representa mais da metade das florestas tropicais
remanescentes no planeta e compreende a maior biodiversidade em uma floresta
tropical no mundo. É um dos seis grandes biomas brasileiros.
No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é
delimitada por uma área chamada "Amazônia Legal" definida a partir da
criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), em 1966.
É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa
49,29% do território e abrange três das cinco divisões regionais do país
(Norte, Nordeste e Centro-Oeste), sendo o maior bioma terrestre do país.
Uma área de seis milhões de hectares no centro de sua bacia
hidrográfica, incluindo o Parque Nacional do Jaú, foi considerada pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 2000
(com extensão em 2003), Patrimônio da Humanidade.
A Floresta Amazônica foi pré-selecionada em 2008 como
candidata a uma das Novas 7 Maravilhas da Natureza pela Fundação Sete
maravilhas do mundo moderno. Em fevereiro de 2009, a Amazônia foi classificada
em primeiro lugar no Grupo. E, a categoria para as florestas, parques nacionais
e reservas naturais.
O nome "Amazônia" deriva das amazonas, mulheres
guerreiras da Mitologia grega. Segundo a lenda, as amazonas pertenciam a uma
tribo, comandada por Hipólita, que não aceitava homens: as crianças de sexo
masculino eram mortas ao nascer.
Quando Francisco de Orellana desceu o rio em busca de ouro,
descendo os Andes em 1541, deparou-se com as índias icamiabas. A belicosa
vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis foi tamanha que o fato foi
narrado ao rei Carlos V de Habsburgo, o qual, inspirado nas guerreiras hititas ou
amazonas, batizou o rio de "Amazonas".
A floresta provavelmente se formou durante o período Eoceno.
Ela apareceu na sequência de uma redução global das temperaturas tropicais do
Oceano Atlântico, quando ele tinha se alargado o suficiente para proporcionar
um clima quente e úmido para a bacia amazônica.
A floresta tropical tem existido por pelo menos 55 milhões
de anos e a maior parte da região permaneceu livre por biomas do tipo savanas
por, pelo menos, até a Era do Gelo Atual, quando o clima era mais seco e as
savanas mais generalizadas.
Após o evento da Extinção Cretáceo-Paleogeno, a subsequente
extinção dos dinossauros e o clima mais úmido permitiram que a floresta
tropical se espalhasse por todo o continente. Entre 65-34 milhões de anos
atrás, a floresta se estendia até o sul do Paralelo 45 S.
Flutuações climáticas durante os últimos 34 milhões anos têm
permitido que as regiões de savana se expandam para os trópicos. Durante o
período Oligoceno, por exemplo, a floresta tropical atravessou a faixa
relativamente estreita que ficava em sua maioria acima da latitude 15 °N.
Expandiu-se novamente durante o Mioceno Médio e, em seguida
recolheu-se a uma formação na maior parte do interior no último máximo glacial.
No entanto, a floresta ainda conseguiu prosperar durante estes períodos
glaciais, permitindo a sobrevivência e a evolução de uma ampla diversidade de
espécies.
Durante Mioceno Médio, acredita-se que a bacia de drenagem
da Amazônia foi dividida ao longo do meio do continente pelo Arco de Purus. A
água no lado oriental fluiu para o Atlântico, enquanto a água a oeste fluiu em
direção ao Pacífico através da Bacia do Amazonas.
Com o crescimento do Andes, no entanto, uma grande bacia foi
criada em um lago fechado, agora conhecida como a Bacia do Solimões. Dentro dos
últimos 5-10 milhões de anos, esta acumulação de água rompeu o Arco de Purus,
juntando-se em um fluxo único em direção ao leste do Oceano Atlântico.
Há evidências de que tenha havido mudanças significativas na
vegetação da floresta tropical amazônica ao longo dos últimos 21 000 anos
através do Último Máximo Glacial e a subsequente deglaciação.
Análises de depósitos de sedimentos de paleolagos da Bacia do
Amazonas indicam que a precipitação na bacia durante o UMG foi menor do que a
atual e isso foi quase certamente associado com uma cobertura vegetal tropical
úmida reduzida na bacia.
Não há debate, no entanto, sobre quão extensa foi essa
redução. Alguns cientistas argumentam que a floresta tropical foi reduzida para
pequenos e isolados refugia, separados por floresta aberta e pastagens; outros
cientistas argumentam que a floresta tropical permaneceu em grande parte
intacta, mas muito se estendeu muito menos para o norte, sul e leste do que é
visto hoje.
Este debate tem-se revelado difícil de resolver porque as
limitações práticas de trabalho na floresta tropical significam que a
amostragem de dados é tendenciosa de acordo com a distância do centro da bacia
amazônica e ambas as explicações são razoavelmente bem apoiadas pelos dados
disponíveis.
Com base em evidências arqueológicas de uma escavação na
Caverna da Pedra Pintada, habitantes humanos se estabeleceram na região
amazônica pelo menos há 11 200 anos atrás.
O desenvolvimento posterior levou a assentamentos
pré-históricos tardios ao longo da periferia da floresta em 1.250 AD, o que
induziu a alterações na cobertura florestal.
Durante muito tempo, pensou-se que a floresta amazônica
havia sido sempre pouco povoada, já que seria impossível sustentar uma grande
população através da agricultura, devido à pobreza do solo da região.
A arqueóloga Betty Meggers foi uma importante defensora
desta ideia, tal como descrito em seu livro "Amazônia: Homem e Cultura em
um paraíso falsificado". Ela alegou que uma densidade populacional de 0,2
habitante por quilômetro quadrado era o máximo que poderia ser sustentado pela
floresta tropical através da caça, sendo a agricultura necessária para acolher
uma população maior.
No entanto, recentes descobertas antropológicas têm sugerido
que a região amazônica realmente chegou a ser densamente povoada. Cerca de 5
milhões de pessoas podem ter vivido na Amazônia no ano de 1500, divididos entre
densos assentamentos costeiros, tais como em Marajó, e moradores do interior.
Em 1900, a população tinha caído para 1 milhão e, no início
dos anos 1980, era inferior a 200 000 pessoas.
O primeiro europeu a percorrer o comprimento do rio Amazonas
foi o espanhol Francisco de Orellana em 1542. O programa Unnatural Histories,
da BBC, apresenta evidências de que Orellana, ao invés de exagerar em seus
relatos, como se pensava anteriormente, estava correto em suas observações de
que uma civilização complexa estava florescendo ao longo da Amazônia na década
de 1540.
Acredita-se que a civilização mais tarde foi devastada pela
propagação de doenças provenientes da Europa, como a varíola.
Desde os anos 1970, vários geoglifos foram descobertos em
terras desmatadas datados entre o ano 0 e 1250, impulsionando alegações sobre
civilizações pré-colombianas.
Alceu Ranzi, geógrafo brasileiro, é creditado pela primeira
descoberta de geoglifos enquanto sobrevoava o estado do Acre.
A rede BBC apresentou provas de que a floresta amazônica, em
vez de ser uma selva virgem, foi moldada pelos humanos há pelo menos 11 000
anos, através de práticas como a jardinagem florestal e a terra preta.
A terra preta está distribuída por grandes áreas da floresta
amazônica e é agora amplamente aceita como um produto resultante do manejo do
solo pelos indígenas.
O desenvolvimento deste solo fértil permitiu a agricultura e
a silvicultura no antigo ambiente hostil, o que significa que grande parte da
floresta amazônica é, provavelmente, o resultado de séculos de intervenção
humana, mais do que um processo natural, como havia sido previamente suposto.
Na região das tribos do Xingu, restos de alguns destes
grandes assentamentos no meio da floresta amazônica foram encontrados em 2003
por Michael Heckenberger e seus colegas da Universidade da Flórida. Entre os
achados, estavam evidências de estradas, pontes e praças de grande porte.
A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do
mundo e a maior floresta delas, enquanto perde em tamanho para a taiga
siberiana que é uma floresta de coníferas, árvores em forma de cones, os
pinheiros.[carece de fontes]
A Floresta Amazônica possui a aparência, vista de cima, de
uma camada contínua de copas largas, situadas a aproximadamente 30 metros acima
do solo.
A maior parte de seus cinco milhões de quilômetros
quadrados, ou 42 por cento do território brasileiro, é composta por uma
floresta que nunca se alaga, em uma planície de 130 a 200 metros de altitude,
formada por sedimentos do lago Belterra, que ocupou a bacia Amazônica entre 1,8
milhão e 25 mil anos atrás. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os rios
cavaram seu leito.
No Pleistoceno o clima da Amazônia alternou-se entre
frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18
ou 12 mil anos, o clima amazônico era semiárido, e o máximo de umidade ocorreu
há sete mil anos.
Na fase semiárida, predominaram as formações vegetais
abertas, como cerrado e caatinga, com "refúgios" onde sobrevivia a
floresta. Atualmente o cerrado subsiste em abrigos no interior da mata.
Atualmente, o clima na floresta Amazônica é equatorial,
quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador (contínua à Mata
Atlântica), com a temperatura variando pouco durante o ano.
As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação
anuais variando de 1 500 mm a 1 700 mm, podendo ultrapassar 3 000 mm na foz do
rio Amazonas e no litoral do Amapá. O principal período chuvoso dura seis meses.
A Amazônia é considerada pela comunidade científica uma peça
importante para o equilíbrio climático em quase toda a América do Sul.
Parte da umidade do ar (que, posteriormente, se transforma
em chuva) importante para as regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil em
vários meses do ano são justamente da Amazônia, levada pelos ventos para essas
regiões. A Amazônia é importante para o equilíbrio do clima no Brasil, no
Paraguai, no Uruguai e até na Argentina.
O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina
camada de nutrientes. Contudo, a flora e fauna mantêm-se em virtude do estado
de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema. O aproveitamento de recursos
é ótimo, havendo o mínimo de perdas.
Um claro exemplo está na distribuição acentuada de
micorrizas pelo solo, que garantem às raízes uma absorção rápida dos nutrientes
que escorrem da floresta com as chuvas.
Também se forma no solo uma camada de decomposição de
folhas, galhos e animais mortos, rapidamente convertidos em nutrientes e
aproveitados antes da lixiviação. Tal conversão dá-se pelo fato de os fungos
ali encontrados serem saprofíticos.
Potencial energético solar
Alguns estudos demonstram o potencial energético solar na
região amazônica e todos convergem para um mesmo ponto: o potencial energético
fotovoltaico da região é imenso, porém pouco explorado.
O Atlas Brasileiro de Energia Solar diz que “O mapeamento
dos recursos de energia solar mostram um elevado fluxo de radiação solar na
região Amazônica (cerca de 5,5 MW/m2) com baixa variabilidade
inter-sazonal e adequada aos padrões técnicos recomendados para a tecnologia de
mini-sistemas híbridos”
“Os índices de
irradiação solar na Amazônia como mostrado no mapa de radiação solar global são
maiores do que observados em outras macrorregiões do território nacional e até
mesmo de países da Europa, onde a tecnologia fotovoltaica e o aproveitamento
energético solar são bem mais avançados”
Florestas tropicais úmidas são biomas muito biodiversos e as
florestas tropicais da América são consistentemente mais biodiversas do que as
florestas úmidas da África e Ásia.
Com a maior extensão de floresta tropical da América, as
florestas tropicais da Amazônia têm inigualável biodiversidade. Uma em cada dez
espécies conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica.
Esta constitui a maior coleção de plantas vivas e espécies
animais no mundo.
A região é o lar de cerca de 2,5 milhões de espécies de
insetos, dezenas de milhares de plantas e cerca de 2 000 aves e mamíferos. Até
o momento, pelo menos 40 000 espécies de plantas, 3 000 de peixes, 1 294 aves,
427 mamíferos, 428 anfíbios e 378 répteis foram classificadas cientificamente
na região.
Um em cada cinco de todos os pássaros no mundo vivem nas
florestas tropicais da Amazônia. Os cientistas descreveram entre 96660 e 128843
espécies de invertebrados só no Brasil.
A diversidade de espécies de plantas é a mais alta da Terra,
sendo que alguns especialistas estimam que um quilômetro quadrado amazônico
pode conter mais de mil tipos de árvores e milhares de espécies de outras
plantas superiores.
De acordo com um estudo de 2001, um quarto de quilômetro
quadrado de floresta equatoriana suporta mais de 1 100 espécies de árvores.
Até o momento, cerca de 438 mil espécies de plantas de
interesse econômico e social têm sido registradas na região, com muitas mais
ainda a serem descobertas ou catalogadas.
A área foliar verde das plantas e árvores na floresta varia
em cerca de 25 por cento, como resultado de mudanças sazonais. Essa área
expande-se durante a estação seca quando a luz solar é máxima, então sofre uma
abscisão durante a estação úmida nublada. Estas mudanças fornecem um balanço de
carbono entre fotossíntese e respiração.
A floresta contém várias espécies que podem representar
perigo. Entre as maiores criaturas predatórias estão o jacaré-açu, onça-pintada
(ou jaguar), suçuarana (ou puma) e a sucuri. No rio Amazonas, enguias elétricas
podem produzir um choque elétrico que pode atordoar ou matar, enquanto que as
piranhas são conhecidas por morder e machucar seres humanos. Em suas águas,
também é possível se observar um dos maiores peixes de água doce do mundo, o
pirarucu.
Várias espécies de sapos venenosos secretam toxinas
lipofílicas alcaloides através de sua carne. Há também inúmeros parasitas e
vetores de doenças.
Morcegos-vampiros habitam na floresta e podem espalhar o
vírus da raiva. Malária, febre amarela e dengue também podem ser contraídas na
região amazônica.
A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante
Flora Brasiliensis (15 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que
dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX.
Todavia, a diversidade de espécies e a dificuldade de acesso
às copas elevadas tornam ainda desconhecida grande parte das riquezas
faunísticas.
Vegetação
A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do
mundo. A hileia amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a
aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas a
aproximadamente 50 metros do solo.
Existem três tipos de floresta da Amazônia. As duas últimas
formam a Amazônia brasileira: florestas montanhosas andinas, florestas de terra
firme e florestas fluviais alagadas.
A floresta de terra firme, que não difere muito da floresta
andina, exceto pela menor densidade, está localizada em planaltos pouco
elevados (30-200 metros) e apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes.
Isto forçou uma adaptação das raízes das plantas, que,
através de uma associação simbiótica com alguns tipos de fungos, passaram a
decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo, a fim de absorver
os nutrientes antes deles serem lixiviados.
A floresta fluvial alagada também apresenta algumas
adaptações às condições do ambiente, como raízes respiratórias, que possuem
poros que permitem a absorção de oxigênio atmosférico.
As áreas localizadas em terrenos baixos e sujeitos a
inundações periódicas por águas brancas ou turvas, provenientes de rios de
regiões ricas em matéria orgânica, são chamadas de florestas de várzea.
E as áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras
arenosas e pobres em minerais e que assumem uma coloração escura devido à
matéria orgânica presente, são chamadas de florestas de igapó. A oscilação do
nível das águas pode chegar a até dez metros de altura.
A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas
faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os
animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior parte da fauna
amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50
metros.
A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso
às altas copas, faz com que grande parte da fauna ainda seja desconhecida. A
fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis
(15 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte
de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX.
A Amazônia não é homogênea, ao contrário, ela é formada por
um mosaico de hábitats bastante distintos. A diversidade de hábitats inclui as
florestas de transição, as matas secas e matas semidecíduas; matas de bambu
(Guadua spp.), campinaranas, enclaves de cerrado, buritizais, florestas
inundáveis (igapó e várzea), e a floresta de terra firme.
O Rio Amazonas é um grande rio sul-americano que nasce na
Cordilheira dos Andes, no lago Lauri ou Lauricocha, no Peru e desagua no Oceano
Atlântico, junto à Ilha de Marajó, no Brasil.
Ao longo de seu percurso, ele recebe os nomes Tunguragua,
Apurímac, Marañón, Ucayali, Amazonas (a partir da junção dos rios Marañon e
Ucayali, no Peru), Solimões e novamente Amazonas (a partir da junção dos rios
Solimões e Negro, no Brasil).
Por muito tempo, acreditou-se que o Rio Amazonas fosse o rio
mais caudaloso do mundo e o segundo em comprimento, porém pesquisas recentes o
apontam também como o rio mais longo do mundo.
É o rio com a maior bacia hidrográfica do mundo,
ultrapassando os 7 milhões de quilômetros quadrados, grande parte deles de
selva tropical.
A área coberta por água no Rio Amazonas e seus afluentes
mais do que triplica durante as estações do ano. Em média, na estação seca, 110
000 km² estão submersas, enquanto que, na estação das chuvas, essa área chega a
ser de 350 000 km².
No seu ponto mais largo, atinge, na época seca, 11 km de
largura, que se transformam em 45 km na estação das chuvas.
O desmatamento é a conversão de áreas florestais para áreas
não florestadas. As principais fontes de desmatamento na Amazônia são
assentamentos humanos e o desenvolvimento da terra.
Antes do início dos anos 1960, o acesso ao interior da
floresta era muito restrito e a floresta permaneceu basicamente intacta.
Fazendas estabelecidas durante a década de 1960 eram
baseadas no cultivo e corte e no método de queimar. No entanto, os colonos eram
incapazes de gerir os seus campos e culturas por causa da perda de fertilidade
do solo e a invasão de ervas daninhas.
Os solos da Amazônia são produtivos por apenas um curto
período de tempo, o que faz com que os agricultores estejam constantemente
mudando-se para novas áreas e desmatando mais florestas.
Estas práticas agrícolas levaram ao desmatamento e causaram
extensos danos ambientais. O desmatamento é considerável e áreas desmatadas de
floresta são visíveis a olho nu do espaço exterior.
Entre 1991 e 2000, a área total de floresta perdida na
Amazônia subiu de 415 000 para 587 000 quilômetros quadrados, com a maioria da
floresta desmatada sendo transformada em pastagens para o gado.
Setenta por cento das terras anteriormente florestadas da
Amazônia e 91% das terras desmatadas desde 1970 são usadas para pastagem de
gado.
Além disso, o Brasil é atualmente o segundo maior produtor
mundial de soja depois dos Estados Unidos. As necessidades dos agricultores de
soja têm sido usadas para validar muitos dos projetos de transporte
controversos que estão atualmente em desenvolvimento na Amazônia.
As duas primeiras rodovias com sucesso abriram a floresta
tropical e levaram ao aumento do desmatamento. A taxa de desmatamento médio
anual entre 2000 e 2005 (22.392 km² por ano) foi 18% maior do que nos últimos
cinco anos (19.018 km² por ano).
O desmatamento tem diminuído significativamente na Amazônia
brasileira desde 2004.
Entretanto, segundo o relatório Assessment of the Risk of
Amazon Dieback feito pelo Banco Mundial, cerca de 75 por cento da floresta
podem ser perdidos até 2025.
Em 2075, podem restar apenas 5 por cento de florestas no
leste da Amazônia. O processo é resultado de desmatamento, mudanças climáticas
e queimadas.
Ambientalistas estão preocupados com a perda de
biodiversidade resultante da destruição da floresta. Outro fator preocupante é
a emissão de carbono, que pode acelerar o aquecimento global.
A vegetação da Amazônia possui cerca de 10% das reservas de
carbono do mundo em seu ecossistema. Estudos mostram que o desmatamento
insustentável da floresta levará à redução das chuvas e ao aumento da
temperatura.
Territórios indígenas
Territórios indígenas são frequentemente destruídos por
desmatamento. As comunidades peruanas, por exemplo, estão desaparecendo,
enquanto outras batalham para permanecer culturalmente e socialmente ativas nos
territórios da floresta Amazônica.
Diversas são as lendas relacionadas à Amazônia. O Eldorado,
uma cidade cujas construções seriam todas feitas de ouro maciço e cujos
tesouros existiriam em quantidades inimagináveis, e o lago Parima (supostamente
a Fonte da juventude).
Provavelmente estas duas lendas referem-se à existência real
do Lago Amaçu, que tinha uma pequena ilha coberta de xisto micáceo, um material
que produz forte brilho ao ser iluminado pela luz do sol e que produzia a
ilusão de riquezas aos europeus.
O Bioma Amazônia é um conjunto de ecossistemas interligados
pela Floresta Amazônica e pela Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas, a mais densa
de todo o planeta.
Caracteriza-se pela sua elevada extensão, ocupando quase a
metade do território do Brasil, além das áreas territoriais da Bolívia, Guiana,
Guiana Francesa, Suriname, Peru, Colômbia, Venezuela e Equador.
A floresta Amazônica é uma cobertura vegetal também chamada
de Floresta Latifoliada Equatorial. Essa nomenclatura relaciona-se ao fato de a
floresta apresentar árvores de folhas geralmente largas (latifoliada) e
localizar-se na zona intertropical do planeta (equatorial). É uma das maiores e
mais importantes coberturas vegetais, apresentando um terço de toda a madeira
tropical existente, a maior reserva desse tipo já vista no mundo.
A Bacia do Amazonas
A Bacia Hidrográfica do Amazonas é a área em que o
escoamento da água segue em direção ao Rio Amazonas. Trata-se, assim, da maior
bacia hidrográfica do planeta, com uma área de aproximadamente 5 846 100 km².
Para se ter uma ideia, essa área corresponde quase ao dobro
da Bacia do Rio Nilo. O Rio Amazonas, por sua vez, é o maior e mais extenso do
mundo, com 6 850 km², e conta com mais de 1 100 afluentes.
O Rio Amazonas, durante um único dia, despeja no Oceano
Atlântico uma quantidade de água superior ao que o Rio Tâmisa, em Londres, deposita
no mar durante todo o ano. Se levarmos em conta apenas um de seus afluentes, o
Rio Negro, já temos mais água do que toda a Europa.
Fauna e Flora
A quantidade de espécies animais e vegetais é muito elevada,
com mais de 2 500 tipos de árvores e 30 mil tipos diferentes de plantas e
vegetais. A sua fauna também é bastante ampla e diversificada, possui cerca de
20% de toda a quantidade de espécies catalogadas em todo o mundo. Há uma grande
quantidade de insetos, anfíbios, répteis, mamíferos, peixes e árvores,
apresentando uma complexa cadeia alimentar, composta por mais de 30 milhões de
espécies.
Solo
O solo da Floresta Amazônica não é propício para a
agricultura. Em 1970, por exemplo, o governo brasileiro iniciou um projeto que
compreendia em oferecer incentivos fiscais para pecuaristas ocuparem a região
sul do Pará na Floresta Amazônia.
No entanto, com o solo muito pobre em nutrientes, nem o
capim a ser utilizado como pasto crescia direito, transformando a ação pública
em algo que até hoje rende críticas ao Regime Militar.
Uma das principais marcas do bioma Amazônia é o fato de ele
apresentar a maior biodiversidade do mundo, em números absolutos. Se
considerarmos, no entanto, a proporção entre o número de espécies por metro
quadrado, aí esse título vai para a Mata Atlântica.
A Amazônia é quase mítica: um verde e vasto mundo de águas e
florestas, onde as copas de árvores imensas escondem o úmido nascimento,
reprodução e morte de mais de um-terço das espécies que vivem sobre a Terra.
Os números são igualmente monumentais. A Amazônia é o maior
bioma do Brasil: num território de 4,196.943 milhões de km2 (IBGE,2004),
crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de toda a madeira tropical do
mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul).
A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo:
cobre cerca de 6 milhões de km2 e tem 1.100 afluentes. Seu principal rio, o
Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar
cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
As estimativas situam a região como a maior reserva de
madeira tropical do mundo. Seus recursos naturais – que, além da madeira,
incluem enormes estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por exemplo –
representam uma abundante fonte de riqueza natural.
A região abriga também grande riqueza cultural, incluindo o
conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos
naturais sem esgotá-los nem destruir o habitat natural.
Toda essa grandeza não esconde a fragilidade do ecossistema
local, porém. A floresta vive a partir de seu próprio material orgânico, e seu
delicado equilíbrio é extremamente sensível a quaisquer interferências. Os
danos causados pela ação antrópica são muitas vezes irreversíveis.
Ademais, a riqueza natural da Amazônia se contrapõe
dramaticamente aos baixos índices socioeconômicos da região, de baixa densidade
demográfica e crescente urbanização. Desta forma, o uso dos recursos florestais
é estratégico para o desenvolvimento da região.
A Amazônia é uma floresta tropical úmida que se estende pela
bacia hidrográfica do rio Amazonas, uma vasta área tropical natural, com área
de aproximadamente 6,74 milhões km2, que se estende por oito países: Bolívia,
Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela.
O bioma Amazônia é quase do tamanho da bacia, com 6,7
milhões de km². A maior parte desse bioma – 60,1% – está em território
brasileiro. Para se ter uma ideia de sua grandiosidade, se a Amazônia fosse um
país, seria o sétimo maior do mundo.
Biodiversidade excepcional
A Amazônia abriga um número enorme de plantas e animais
existentes no planeta e a maior parte dessas espécies sequer foi estudada pelos
cientistas.
Até agora, já se tem a classificação científica de pelo
menos 40 mil espécies vegetais, 427 mamíferos, 1.294 aves, 378 répteis, 427
anfíbios e cerca de 3 mil peixes da região.
No entanto, as menores formas de vida são as que apresentam
os números mais impressionantes: os cientistas já descreveram entre 96.660 e
128.840 espécies de invertebrados só na parte brasileira da Amazônia.
A riqueza cultural indígena
A vida silvestre da Amazônia compartilha o espaço com cerca
de 30 milhões de pessoas. Nessa população, incluem-se mais de 220 grupos
indígenas na Amazônia brasileira, além de comunidades tradicionais que dependem
dos recursos naturais para sobreviver.
Por trás dessa incrível diversidade cultural, no entanto,
descortina-se um cenário desolador. Apesar de habitarem uma área com uma
coleção fantástica de produtos e serviços naturais, muitas das populações
locais continuam vivendo em relativa pobreza.
O rio Amazonas é o eixo da vida
Com mais de 6.400 km de extensão, o rio Amazonas é o segundo
rio mais longo do mundo (o primeiro é o Nilo, na África).
Esse corpo d’água colossal, alimentado por muitos afluentes,
é o eixo da bacia hidrográfica Amazônica e desce do alto dos Andes até o oceano
Atlântico, onde deposita suas águas.
As águas levadas pelo Amazonas ao mar equivalem a quase um
sexto de toda a água doce que deságua nos oceanos do mundo.
A Amazônia não é só verde e selvagem
Então, a Amazônia é meramente uma enorme extensão uniforme
de floresta tropical cortada em duas por um extenso rio? Essa percepção sobre a
Amazônia é muito superficial.
Na verdade, trata-se de um ambiente extremamente complexo e
dinâmico. A bacia hidrográfica é composta por uma variedade de paisagens e
ecossistemas, que incluem florestas tropicais úmidas, florestas inundadas ou
várzeas, savanas e uma rede intrincada de rios, lagos e igarapés.
Calor e umidade
Úmida e quente, a região amazônica possui todos os atributos
típicos de um ambiente tropical. A temperatura média geralmente fica em 27,9 °C
durante a estação da seca e em 25,8°C durante a estação das chuvas.
A umidade relativa do ar é muito elevada e atinge em média
88% na estação das chuvas e 77% na estação da seca. Chove e faz calor quase
todos os dias do ano.
O ciclo das águas: um processo natural muito eficiente
Todos os anos, caem sobre a floresta amazônica chuvas
torrenciais – entre 1.500 mm e 3.000 mm. De onde vem toda essa água?
Os ventos alísios que sopram desde o oceano Atlântico
respondem por cerca de metade dessas chuvas. A outra metade provém da
evapotranspiração, ou seja, a perda de água do solo por meio da transpiração
das plantas e da evaporação.
Se a evapotranspiração e seu papel na manutenção do
equilíbrio ecológico forem prejudicados, o que pode acontecer, por exemplo, com
o desmatamento de grandes áreas, haverá um impacto significativo na região
amazônica – e muito além dela.
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