O ágar-ágar, também conhecido simplesmente como ágar ou
agarose, é um hidrocolóide fortemente gelatinoso extraído de diversos gêneros e
espécies de algas marinhas vermelhas que consiste em uma mistura heterogênea de
dois polissacarídeos, agarose e agaropectina.
Essas substâncias ocorrem como carboidrato estrutural na
parede das células. Tais algas que contém o ágar-ágar são denominadas
agarófitas e pertencem à classe Rodophyta.
O nome deste polímero provém da palavra malaia agar-agar. Os
principais gêneros de algas agarófitas são a Gelidium, Gracilaria, Gelidiela e
Pterocladia.
Os primeiros registos conhecidos da extração da agarose
datam de finais da década de 1650 ou princípios da década de 1660 sendo
atribuída a descoberta do método de extracção a Mino Tarōzaemon, no Japão, onde
o produto foi designado por kanten, nome que mantém em diversas dietas e
preparados.
O ágar-ágar é insolúvel em água fria, porém, expande-se
consideravelmente e absorve uma quantidade de água de cerca de vinte vezes o
seu próprio peso, formando um gel não-absorvível, não-fermentável e com
importante característica de ser atóxico.
Possui em sua composição principalmente fibras e também sais
minerais (P, Fe, K, Cl, I), celulose, anidrogalactose e uma pequena quantidade
de proteínas.
O ágar-ágar é muito empregado em microbiologia para culturas
sólidas de bactérias. É especialmente útil por manter-se sólido (na verdade com
densidade de um gel firme) em temperaturas comumente empregadas para cultura de
bactérias (37 graus celsius), temperatura ótima para seu desenvolvimento.
As culturas em meio sólido são muito importantes pois
permitem a identificação e isolamento de culturas puras (colônias, originadas
de um único microrganismo), o que não é viável em meios de cultura líquidos.
A agarose é um polímero composto de subunidades de
galactose. É um componente da parede celular em algas. Quando dissolvida em
água quente e seguidamente arrefecida, a agarose toma uma consistência
gelatinosa. Esta propriedade é usada em investigação laboratorial, medicina,
culinária e indústria.
O ágar é normalmente vendido sob a forma de pó ou como tiras
de algas secas. Tem um aspecto esbranquiçado e semi-translúcido.
Para o fabrico de gelatina, é fervido em água a
concentrações de 0,7 a 1% (p/v) até dissolução do sólido; após esta operação,
são adicionados, por exemplo, agentes adoçantes, corantes, aromas e pedaços de
fruta.
A mistura ainda líquida pode ser vertida para dentro de
formas onde arrefece tomando a forma desejada. Pode ainda ser parte de outras
sobremesas, por exemplo como camada de gelatina em semifrio.
Um tipo de agarose para dieta surgido na Ásia deu origem à
dieta kanten. Este tipo de ágar triplica o seu volume quando ingerido, devido à
absorção de água.
Como o consumidor sente o apetite saciado com este efeito,
tende a ingerir menor quantidade de outros alimentos. A ausência de valor
nutricional do kanten, assim como o fato de ser composto por cerca de 80% de
fibras, contribui para o controle do peso tanto pela substituição do alimento,
como possivelmente também pelo efeito laxativo deste produto. Existem também
alegações que o kanten terá alguma eficácia contra a diabetes.
O ágar, numa forma pura para análise e suplementado com uma
mistura de nutrientes, é usado em biologia vegetal para auxiliar a germinação
de plantas em placas de Petri, sob condições estéreis. Estas misturas são bem
controladas e mais ou menos constantes para cada tipo de planta.
A solidificação do ágar num meio de cultura é dependente do
pH, com uma gama óptima de 5,4 a 5,7. Por vezes é usado hidróxido de potássio
(KOH) para aumentar o pH, sendo o meio posteriormente esterilizado por
autoclave.
Este tipo de meio é particularmente útil na aplicação de
concentrações específicas de, por exemplo, fito-hormonas, de modo a induzir
determinados padrões de crescimento. Isto é conseguido adicionando a hormona ao
meio de cultura, sendo este posteriormente autoclavado. Esta mistura pode então
ser espalhada na superfície das placas de Petri em que germinam as sementes.
Uso em microbiologia
O ágar é muito usado em meios de cultura sólidos para
bactérias e fungos, mas não para vírus. Alguns vírus podem, no entanto, ser
cultivados em bactérias que por sua vez crescem em ágar.
Menos de 1% de todas as bactérias conhecidas podem ser
cultivadas neste tipo de meio, mas a formulação básica do meio de cultura com
ágar é adequada para a maioria.
Este tipo de meio de cultura é feito adicionando agar
(normalmente 1,5 a 2% (p/v)) e componentes de meio de cultura específicos para
cada tipo de microrganismo a água destilada.
Esta mistura, após esterilizada, é vertida enquanto líquida
para placas de Petri ou tubos. Por vezes é adicionado um suplemento após a
esterilização, como por exemplos antibióticos (o calor da esterilização destrói
determinados suplementos, não permitindo a sua adição anterior).
Após solidificação do meio, este encontra-se apto a albergar
o crescimento de micro-organismos. Diferentes micro-organismos possuem
diferentes necessidades nutricionais, por isso o meio de cultura é adaptado
para satisfazer essas necessidades.
Por exemplo, um tipo de meio é o blood agar (literalmente,
ágar de sangue), que possui como suplemento sangue de cavalo, é usado para
detectar a presença de organismos hemorrágicos como a Escherichia coli O:157
H:7. A detecção é feita através da digestão do sangue, que torna a placa mais
clara.
O ágar-ágar é uma alga, que há séculos é utilizada no
tratamento de várias doenças e também de problemas estéticos. Ela mostra-se
bastante eficaz por conta do alto teor de sais minerais, celulose, iodo e
fósforo.
No Brasil, assim como em vários outros países do mundo o
ágar vem sendo bastante usado em receitas culinárias, por conta da sua textura
gelatinosa, que não necessita ser resfriada para endurecer.
Na Espanha , por exemplo, ele já virou um ingrediente básico
no preparo de vários pratos típicos do país.
Além disso, o ágar também é muito usado na culinária
naturalista, por possuir várias propriedades medicinais, entre elas, as que se
destacam são:
Regula o funcionamento do intestino, prevenindo prisões de
ventre e infecções nessa área;
Atua como um excelente desintoxicante;
Aumenta a elasticidade da pele;
Melhora a textura da pele, deixando-a mais lisa e macia,
evitando rugas e acne.
Por ser retirado de áreas muito profundas dos oceanos, o
ágar não possui nenhuma impureza, o que garante uma ingestão segura e sem
riscos de adquirir alguma doença por conta dele.
Ele é bastante indicado para pessoas obesas, que precisam
moderar o apetite e emagrecer. Quando ele é usado na forma de gel, cria uma
sensação de saciedade, o que faz com que o indivíduo sinta menos fome e
consequentemente coma bem menos que o habitual.
Além disso, o ágar-ágar ainda combate a celulite e a flacidez
ocasionada pelo emagrecimento, fortalecendo também as unhas e o cabelo.
Muitas pessoas usam diariamente o ágar-ágar juntamente com
sucos de frutas, formando uma gelatina. Entretanto, deve-se tomar bastante
cuidado com o consumo desenfreado desse produto.
Assim como qualquer planta medicinal, por possuir uma
fórmula química complexa, ele deve ser consumido com cautela, do contrário,
poderá causar alguns efeitos adversos.
O ágar-ágar pode ser encontrado tanto na forma de pó,
cápsulas e como também em tiras de algas secas. Ele pode ser usado de várias
formas diferentes, como compressas, sopas e até chás.
Para fazer esse último, basta colocar uma colher (chá) do
produto (pó) em um copo com água morna. Beba esse chá três vezes ao dia e logo
você perceberá as mudanças físicas e estéticas do seu corpo.
Informação Nutricional
Quantidade por 100 gramas
Calorias 26
Gorduras Totais 0 g
Gorduras Saturadas 0 g
Gorduras Poliinsaturadas 0 g
Gorduras Monoinsaturadas 0 g
Colesterol 0 mg
Sódio 9 mg
Potássio 226 mg
Carboidratos 7 g
Fibra Alimentar 0,5 g
Açúcar 0,3 g
Proteínas 0,5 g
Vitamina A 0 IU Vitamina C 0
mg
Cálcio 54 mg Ferro 1,9
mg
Vitamina D 0 IU Vitamina B6 0
mg
Vitamina B12 0 µg Magnésio 67
mg
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