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quinta-feira, 3 de março de 2016

Tudo que você precisa saber para cultivar Digitalis purpurea


 

Introdução

Digitalis purpurea ou dedaleira deve seu nome a forma e a cores das flores. Também conhecida por, foxglove (luva de raposa), dead man’s thimbles (dedais do morto), albeloura, digital, digitalina, erva-abiloura, erva-dedal, dedal vermelho, luva da virgem, campainhas.

É uma planta herbácea bienal ou bianual, ou seja, demora 24 meses a completar o seu ciclo biológico, crescendo no primeiro ano e florescendo e dando sementes no segundo. É da família das escrofulariaceas, é uma planta de aspecto felpudo na sua totalidade, de caule cilíndrico e oco que pode ir dos 1,70 aos 2,50 metros de altura.

As suas folhas lanceoladas e basais podem alcançar os 40 centímetros de comprimento, tem um odor desagradável e um sabor amargo. As suas flores campaniformes assemelham-se a dedais de cores púrpuras intensas, dispõem-se formando uma haste de flores pendentes, atingindo até os 5 centímetros de largura, estando em grupo.

Durante o primeiro ano de crescimento, o seu aspecto é de um plantel em forma de roseta de folhas verdosas, basais, ovais e dentadas. Durante o segundo ano gera-se a floração, durante a qual um grande caule coroado por flores emerge de entre as folhas verdosas terrestres.

É uma flor favorita das abelhas, e é inteiramente desenvolvida pelas visitas deste inseto. Por essa razão, seus picos altos e imponentes de flores estão no seu melhor naqueles dias ensolarados, quando as abelhas estão mais presentes. O lábio inferior projetado da corola forma uma plataforma de desembarque para a abelha.

Ela, indo de flor em flor até o pico, esfrega o pólen e, assim, a flor é fertilizada e as sementes são capazes de ser produzidas. A vida de cada flor, a partir do momento em que o botão abre até o tempo que escorrega da sua corola, é de cerca de seis dias.

A flor também é muito visitada por outros insetos menores, que podem ser vistos refugiando-se do frio e da umidade em suas flores caídas, porém nenhum animal caminha em cima da planta, possivelmente reconhecendo seu caráter venenoso. Um número incrível de sementes é produzido, uma única planta

Proporciona de 1 a 2.000.000 de sementes para assegurar a sua propagação. Originária do norte da Europa e parte do noroeste de África e Ásia central, pode ser também encontrada, devido à sua introdução desde o continente europeu até em países sul-americanos, como Argentina ou Chile.

Esta espécie prospera em solos ácidos em uma variedade de habitats, incluindo florestas abertas, clareiras da floresta, em charnecas, penhascos para o mar, terrenos baldios, cercas e encostas rochosas das montanhas.

É comum em locais perturbados ou em terreno queimado, precisando de pouco solo. É uma planta fácil de cultivar, ornamental, de valor medicinal e muito apreciada.

Digitalis purpurea L.

Classificação científica

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Lamiales

Família: Plantaginaceae

Gênero: Digitalis

Espécie: D. Purpurea

Nome binomial: Digitalis purpúrea L.

Subespécies e variedades:

D. Purpurea subsp. Purpurea

D. P. Subsp. Purpurea var. Nevadensis

D. P. Subsp. Purpurea var. Toletana

D. P. Subsp. Purpurea var. Tormentosa

D. Purpurea subsp. Amandiana

D. Purpurea subsp. Dubia

D. Purpurea subsp. Mariana

D. Purpurea subsp. Thapsi

Digitalis purpurea L., comumente chamada dedaleira (da designação alemã "Roter Fingerhut", 'dedal vermelho', dada às flores desta planta) ou "campainha", pelo formato de suas flores, é uma erva lenhosa ou semilenhosa da família Scrophulariaceae, nativa da Europa.

É usada como planta ornamental, com inúmeras variedades hortícolas de flores róseas ou brancas. É excelente para jardineiras ou vasos. Se impedida de terminar o ciclo através do corte da inflorescência murcha, a dedaleira retorna a florescer.

Lendas da digitalis purpurea

Durante a idade media e a ao século XVII na Europa, era considerada como um amuleto para proteção contra maus espíritos e bruxarias e era habitual colocar alguns ramos no lintel das portas e janelas das casas, sobretudo na noite do solstício de verão, no São João. Existem numerosas lendas que lhe atribuem diversas propriedades gicas.

No Reino Unido é conhecida como foxglove (luva de raposa), pois a sua lenda diz que as fadas más as punham nas patas destes animais para que pudessem entrar nos galinheiros dos campestres sem fazer barulho. Na Irlanda é conhecida como dead man’s thimble (dedal do morto), pelas suas propriedades tóxicas.

Na península Ibérica a dedaleira é associada ao mundo das fadas, provavelmente porque a curiosa forma das suas flores é conhecida como chapéu dos duendes ou das fadas.

Existe a crença de que essas criaturas habitam onde cresce a dedaleira e que dançam no meio delas nas noites de lua cheia. Na Galícia associa-se principalmente às meigas e à noite de São João, onde existe a lenda Onde crescem as dedaleiras crê-se que é onde dançam as meigas nas noites de lua cheia.

A tradição popular diz que trazer um saquinho de veludo vermelho cheio de pó de dedaleira não protegerá dos maus espíritos, como também despertará o seu atrativo sexual e o torna mais sedutor.

Toxicologia

Toda a planta é xica. Muitos dos seus nomes comuns pertencem à sua natureza tóxica (luva das Bruxas, dedais do homem Morto, dedos sangrentos).

Ela contém vários glicosídeos cardíacos, digoxina e digitoxina, conhecidos coletivamente como digitálicos. Os glicosídeos cardíacos são produtos químicos que ocorrem naturalmente em certas plantas e podem ser fatais se ingerido em grandes quantidades.

Eles têm sido utilizados desde 1500 AC., quando guerreiros adicionavam os extratos da planta que contêm glicosídeos cardíacos nas suas flechas para alvos de veneno.

Os sintomas da intoxicação pela ingestão ou contato com a digitalis purpúrea é semelhante à intoxicação pelos digitálicos. Para sublinhar o poder mortal que os digitálicos podem exercer, entre 1993 e 1995, quatro homens previamente saudáveis, incluindo um de vinte e três e outro de vinte e seis anos de idade, morreram depois de tomar um afrodisíaco que deixou quantidades anormalmente elevadas de digoxina.

Intoxicação digitálica

Podemos agrupar os sintomas e sinais de intoxicação digitálica em quatro áreas:

Digestiva, neurológica, visual e cardíaca

Digestiva: dor, queimação, sialorreia, náuseas, vômitos, anorexia, cólicas abdominais e diarreia.

Neurológica: cefaleias, desorientação, delírio, coma, tremores, convulsões, entorpecimento dos braços.

Visual: alteração da percepção das cores, halo verde-amarelado à volta das imagens e das luzes, fotofobia, visão esfumada, visão de corpos escuros, diplopia e midríase.

Cardíaca: arritmias, bradicardia, hipotensão.

É clássico dizer-se que todo o tipo de arritmias pode ocorrer na intoxicão digitálica. Na intoxicação digitálica aguda os sintomas e os sinais eletrocardiográficos podem ser bastante exuberantes, mas na intoxicação crônica podem ocorrer de forma insidiosa e mais atenuada.

Uso medicinal

A dedaleira pode ser usada para fins medicinais, por conter digitalina, um importante medicamento cardíaco, prescrito em alguns casos de arritmia ou insuficiência cardíaca.

Entretanto, sua utilização medicinal deve ser muito criteriosa, pois, em doses altas e se administrada a pessoas que não necessitam de seus efeitos, tem efeitos tóxicos.

O uso em altas doses pode levar a um ataque cardíaco, a planta pode matar uma pessoa sem deixar rastros da morte quando usado exageradamente.

Mas o uso também pode ser ornamental, pois, as inflorescências são imponentes e agradáveis aos olhos, realçando jardins ou ambientes menos abertos e mais restritos, como vasos de cultura.

As folhas desta planta têm aparência rugosa e formam pequenas rosetas, sendo que as nervuras na face abaxial das folhas são notoriamente salientes, protuberantes. As inflorescências são longas e com muitas flores que em formato lembra um dedal.

De coloração variada, podemos encontrá-las em tons de lilás ou roxas, brancas ou rosadas, sempre com pigmentos na porção interior.

Para que se desenvolvam bem, com saúde, é necessário algum cuidado. Primordialmente, a adubação do solo. Matéria orgânica é imprescindível para gerar húmus e outros componentes que enriquecerão este solo, tornando-o potencialmente fértil.

O período em que floresce se define por estações: primavera e verão. As dedaleiras tem preferências por climas amenos e regiões com alguma altitude.

O cultivo pode ser através de sementes plantadas diretamente ou por divisão da própria planta adulta (o popular "pega de galho").

O Foxglove foi utilizado pelos antigos herbalistas para várias finalidades na medicina, a maioria deles totalmente sem referência a essas propriedades valiosas que a tornam útil como um remédio nas mãos de médicos modernos.

As primeiras descrições conhecidas foram nos meados do século XVI por Fuchs e Tragus em seus herbários. De acordo com um velho manuscrito, os médicos galeses do século XIII parecem ter feito uso frequente da digitalis na preparação de medicamentos externos.

Ela foi introduzida na farmacopeia de Londres em 1650, apesar de não entrar em uso frequente a um século mais tarde, com o médico Dr. William Withering, em seu Acount of Foxglove, 1785.

Gerard recomendava para aqueles "que caíram de lugares altos" e Parkinson falava muito da erva para machucados ou de seu suco expresso para inchaços, quando aplicados externamente sob a forma de uma pomada, e as folhas maceradas para a limpeza de feridas antigas e úlceras.

Dodoens (1554) prescrevia cozido em vinho como um expectorante, e parece ter sido seu uso frequente nos casos em que nos dias de hoje considerar-se-ia altamente perigoso.

Para problemas cardíacos a Digitalis purpurea tem sido usada desde sua descoberta, creditada ao médico William Withering em 1775. Um de seus pacientes chegou com um problema muito grave de coração e já que Withering não tinha nenhum tratamento efetivo para aplicar, pensou que ele morreria.

O paciente foi a uma cigana, tomou uma preparação contendo diversas ervas e rapidamente recuperou-se. Quando Withering ficou sabendo do fato, ficou muito empolgado e procurou pela cigana. Depois de muita conversa, conseguiu que a cigana contasse o segredo de sua formulação.

Após muitos esforços, Withering chegou ao ingrediente ativo da formulação, que era a dedaleira Digitalis purpurea. Withering tentou diferentes formulões com extrato da digitalis em 163 pacientes e descobriu que se usasse as folhas secas e moídas, conseguiria resultados mais satisfatórios.

Ele introduziu o uso oficial da planta em 1785, após a publicação da obra "An Account of the Foxglove and some of its Medical Uses", que continha relatos sobre os ensaios clínicos e notas sobre os efeitos e a toxidez da digitalis.

Devido ao fato de as dedaleiras apresentarem variação na dose terapêutica de acordo com a região de coleta e estação do ano, era muito fácil ultrapassar a dosagem segura.

Logo, Withering recomendava sua diluição e administração em pequenas doses por repetidas vezes a que o efeito terapêutico se tornasse evidente.

Esse procedimento era muito eficiente se administrado por pessoas experientes, mas também era muito demorado. Naquela época, Withering observou que os digitálicos não atuariam diretamente no coração, mas, em consequência do seu efeito diurético, o órgão-alvo deveria ser o rim.

A atuação dos digitálicos sobre o coração foi sugeria em 1799, por John Ferrier, sendo comprovada apenas em 1910, por Wenckebach.

Na medicina os digitálicos constituem um grupo de fármacos usados no tratamento de doenças do coração, arritmias e insuficiência cardíaca.

A dose terapêutica é muito próxima da dose tóxica. Os digitálicos inibem a bomba de sódio (ou Na+/K+ atpase), que existe nas membranas das células, nomeadamente nos miócitos cardíacos.

Apesar dessa proteína existir em todas as células, nas concentrões usadas terapeuticamente, só as lulas musculares e os neurônios são afetados significativamente.

A maior quantidade de íon sódio intracelular e menor concentração de íon potássio, alteram a excitabilidade de neurônios no rebro e dos miócitos do coração.

Os efeitos são prolongamento ligeiro do potencial de ação e plateau, redução do ritmo cardíaco, devido à ativação dos cleos do sistema parassimpático do nervo vago no rebro e força de contração ventricular aumentada.

Os digitálicos também alteram a excitabilidade de vários cleos neuronais e do sistema nervoso intestinal, a que se deve os seus efeitos secundários:

Náuseas,

Vômitos,

Diarreia,

Confusão mental,

Alterações visuais e alucinões.

Doses elevadas de digitálicos causam também arritmias por fibrilação ventricular. Os digitálicos mais conhecidos são a digoxina, a digitoxina, a ouabaína e a metildigoxina.

Digitalis é um excelente antídoto para o envenenamento com o acônito, dada como uma injeção hipodérmica.

O cultivo da digitalis purpurea

A fim de proporcionar uma droga de atividade uniforme de um verdadeiro tipo de Digitalis purpurea, é necessário ter as verdadeiras sementes medicinais para abastecer o mercado de drogas. As culturas devem ser obtidas a partir de sementes selvagens cuidadosamente selecionadas e todas suas variações, inutilizadas.

A planta irá prosperar melhor em solo solto e bem drenado, preferencialmente de origem siliciosa e com uma leve sombra. Atualmente as folhas são usadas para a extração da droga, embora anteriormente as sementes também fossem utilizadas.

A planta e os sintomas homeopáticos sob uma nova releitura

O paciente apresentaos mesmos sinais e sintomas cardíacos, neurológicos, digestivos e visuais, como se tivesse sob o efeito da toxina da planta.

São eles:

Cardíacos       ICC, com taquicardia, bradicardia, hipotensão, desmaios, fadiga e choque cardiogênico.

Neurológico    Cefaleias, desorientação, delírio, coma, tremores, convulsões, entorpecimento dos braços.

Digestivo         Dor, queimação, sialorreia, náuseas, vômitos, anorexia, cólicas abdominais, diarreias.

Visão   Alteração da percepção das cores, halo verde-amarelado em volta das imagens e das luzes, fotofobia, visão esfumaçada, visão de corpos escuros, diplopia e midríase.

Outros sintomas apresentados pelo paciente são semelhantes ao gestual da planta, ou seja, como ela se apresenta em relação ao meio em que vive.

Alguns exemplos

Cefaleia com sensação de peso. Suas flores formam cachos na parte superior da planta, que é de cor púrpura, assemelhando-se a uma cabeça congesta, pendente com o peso, o que lembra uma pessoa com cefaleia e com uma postura encurvada.

Caba pende para trás. O cacho de flores da Digitalis purpurea se localiza na parte superior da planta e pendendo para um dos lados.

O paciente digitalis também tem uma caba que pende para trás como se a musculatura fosse incapaz de segurar a cabeça, assemelhando-se ao caule da planta. Esse tem característica delgada e longa, sendo incapaz de segurar o peso do cacho de flores.

Assobio nos ouvidos. As flores da digitalis tem um formato que lembra o canal auditivo e também uma campânula. O paciente digitalis tem assobio nos ouvidos.

Fraqueza no braço. Fraqueza geral, como se todas as partes do corpo estivessem exaustas. O caule da planta tem uma estrutura delgada, frágil, comprida, podendo chegar a 2,5 metros e é oco por dentro.

Tendo que sustentar o peso dos cachos de flores, se encurva. É como se a planta se fatigasse fácil pela estrutura delgada do caule. Essa fraqueza também é justificada pela toxina da planta.

Sintomas cardíacos. Toda a planta lembra o aparelho circulatório: suas folhas são bastante vascularizadas e a estrutura interior das flores visto em um corte longitudinal assemelha-se às câmeras cardíacas.

Tais fatores e a própria ação da toxina demonstram o porquê de tantos sintomas cardíacos nos pacientes digitálicos.

Desperta como se caísse de uma altura. À noite desperta frequentemente num susto, como se caísse de uma altura dentro d’agua. Os cachos de flores localizam-se na parte superior da planta, as flores são voltadas para baixo, o caule fino é bastante alto.

A impressão que se tem é que as flores estão olhando o tempo todo para baixo como se estivessem com medo e fossem cair a qualquer momento daquela altura.

Além da própria altura da planta, ela também cresce em encostas de penhascos próximos a rios, lagos e mares, justificando o medo de cair de uma altura dentro dágua.

Escoriões, boca, esôfago, estômago. As flores da digitális têm um formato que lembra o tubo digestivo e são marcadas por manchas escuras e brancas como se fossem úlceras ou aftas.

O paciente apresenta escoriações na boca, esôfago e estômago. O contato da toxina com a mucosa também leva a escoriações.

Corpos escuros pairam diante de seus olhos como moscas. Sensação de poeira nos olhos. As sementes da digitális são muito pequenas e estouram e se dissipam como poeira.

O paciente homeopático tem sensação de poeira nos olhos. As manchas escuras nas flores também lembram objetos escuros, ou moscas.

Ansiedade como se tivesse feito algo ruim. A digitális é uma planta que atrai pela beleza. As abelhas adoram-na apesar de ser uma planta xica, repelindo outros animais pelo seu odor desagradável.

É daí que se origina o sentimento de culpa no paciente, que acredita ter feito algo ruim. Seria como uma dor na consciência, eu atraio, pom cuidado comigo, eu curo, mas mato.

Medo da morte. As flores da digitalis perecem rapidamente quando retiradas da planta. A presença da toxina também justifica esse sintoma.

Humor rabugento, repulsivo e melancólico. Todo o gestual da planta é de quem prefere estar isolado. As folhas lanceoladas, a toxina presente na planta e o odor desagradável demonstram essa vontade de isolamento.

Seu caule oco demonstra a incapacidade de oferecer afeto, pois é vazio por dentro. Apesar disso, a planta é bela e tem pelos em toda sua extensão para aumentar a área de contato com o meio (procurando afeto), mas por ser incapaz de oferecer algo, gera-se um descompasso, resultando em um humor repulsivo e melancólico. A cor de suas flores é púrpura evocando, também, a melancolia.

Polaridades da digitalis purpurea

A polaridade dos sintomas lembra-nos que não devemos fixar apenas nos sintomas mais característicos da matéria médica. Portanto o paciente digitalis também pode apresentar-se em polaridade menos frequente e característica da planta.

Interconexões entre os sintomas homeopáticos e a subsncia

Sintoma homeopático da digitalis purpúrea

O paciente apresenta desmaios, com bradicardia, suores frios e aspecto de morto. A toxina da digitalis tem uma ação cardiovascular importante, causa bradicardia com diminuição da oxigenação do sistema nervoso central e periférico, provocando desmaios, sudorese e aspecto de morto.

O paciente tem medo de morrer e sufocar-se a noite. A toxina tem ação rápida e provoca sintomas pulmonares pela congestão, como tosse e sufocação.

O paciente tem um humor rabugento, repulsivo e melancólico. A toxina repele os animais.

Além disso, a planta tem um caule oco. Aquele que é vazio por dentro não tem nada a oferecer, ou seja, existe uma dificuldade de oferecer afeto.

Ansiedade com sentimento de culpa

A toxina da planta é capaz de matar ou curar, daí o sentimento de culpa.

Descompasso - solidão

O descompasso e a solidão resumem a essência desse medicamento homeopático. Essas características são observadas desde o gestual da planta, até os seus sintomas físicos e mentais no paciente digitálico.

Fazendo uma análise do ponto de vista mais profundo e emocional, observamos o descompasso dessa planta nos seguintes aspectos.

No seu crescimento, em um ano ela cresce e apenas no segundo floresce. No aspecto físico, é felpuda em sua totalidade e os pelos demonstram a necessidade de um maior contato com o meio em que vive, ou seja, a planta busca afeto.

Além disso, seu caule é oco por dentro, demonstrando que ela não tem nada a oferecer. Ela tem uma beleza que chama atenção e atrai as abelhas, mas, ao mesmo tempo, tem uma postura agressiva.

Tal postura é observada no formato denteado e lanceolado das suas folhas, no odor desagradável e na presença da toxina, deixando claro que ela prefere ficar sozinha, reflexiva, melancólica, triste e com sentimento de culpa por querer algo que não pode oferecer.

A própria cor purpúrea das suas flores e o aspecto das mesmas, que são voltadas para baixo, também evoca reflexão, melancolia e tristeza.

No paciente, tal descompasso também é observado. Ele busca afeto, porém é incapaz de oferecê-lo, prefere viver na solidão e na melancolia, com o seu humor rabugento e repulsivo.

Outro descompasso é a bradicardia e a taquicardia que os pacientes digitálicos podem apresentar, lembrando a ação da toxina no organismo.


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