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quinta-feira, 3 de março de 2016

Tudo que você precisa saber para cultivar Açaí













Classificação científica
·         Reino: Plantae
·         Divisão: Magnoliophyta
·         Classe: Liliopsida
·         Ordem: Arecales
·         Família: Arecaceae
·         Gênero: Euterpe
·         Espécie: E. oleracea

A árvore que produz o açaí chama-se açaizeiro. É uma espécie de palmeira encontrada no Amazonas, Pará, Maranhão, Acre e Amapá.

O açaí pode ser consumido de diversas formas: sucos, doces, sorvetes e geleias. Atualmente é muito consumido o açaí na tigela, onde a polpa é acompanhada de frutas e até mesmo de outros alimentos. 

Na região amazônica, a polpa do açaí é muito consumida com farinha de mandioca ou tapioca. A polpa do açaí é um ótimo energético, sendo que cada 100 gramas possuem 250 calorias. 

O açaí é uma fruta rica em proteínas, fibras e lipídios. Encontramos nesta fruta as seguintes vitaminas: vitaminas C, B1 e B2. O açaí também possui uma boa quantidade de fósforo, ferro e cálcio.

A indústria de cosméticos nacional e internacional está utilizando o açaí para produzir cremes, shampoos e outros produtos de beleza.

As sementes do açaí são utilizadas no artesanato da região norte.

As folhas do açaizeiro são usadas para a produção de produtos trançados (bolsas, redes, sacolas, etc.) e, devido à sua resistência, serve como cobertura de casas (produção de telhados). Pequeno, redondo e de cor azul-noite, quase negro, o açaí pode ser considerado a pérola da Amazônia.

O açaizeiro faz parte da família das palmáceas. Esta palmeira brasileira é uma planta que se desenvolve próxima aos ribeirões, rios, igapó, várzea e nas matas de terra firme, e com menos frequência, em terrenos mais afastados e locais pantanosos. 

Ocorre predominantemente na região Norte, principalmente nos estados do Pará, Amapá, Maranhão e Tocantins. Palmeira delgada e alta que pode atingir uma altura de 20 a 25 metros.
O açaizeiro apresenta farta perfilhação e alcança, no estado nativo, a 20 palmeiras por "touceira" (das quais pelo menos três em produção). 

Produz, cada uma, entre 6 e 8 cachos com 2,5 kg cada um, representando de 15 a 20 quilos de frutos por palmeira (em duas safras) e de 12 a 25 toneladas de frutos/ha/ano. 

Os troncos são lisos, roliços, longos, de cor clara, sem espinhos. Cachos de flores miúdas amarelas, surgem predominantemente de setembro a janeiro, podendo aparecer quase o ano todo. 

Frutos pequeninos, redondos, roxos, quase pretos agrupados em cachos pendentes. Tem um caroço grande, e muito pouca polpa. O fruto é colhido subindo-se na palmeira com o auxílio de um trançado de folha amarrado aos pés - a peconha.

Frutificação de outubro a janeiro.

O açaí tem um antioxidante excelente para a saúde. A polpa do açaí contém alto teor energético, e a divulgação de suas propriedades nutritivas possibilitou a abertura de novos mercados de consumo em outras regiões do país, tornando-se uma nova e ecologicamente correta, fonte de renda para as populações nativas. 

O cultivo e manejo do açaizeiro é ecologicamente adequado para as condições de solo úmido das várzeas do Estuário Amazônico. 

A palmeira pode ser utilizada para a extração do palmito (a partir do estipe), e produção de frutos, utilizados na fabricação do "vinho do açaí", que é um dos principais alimentos das populações ribeirinhas.

Dos frutos maduros, é extraída a polpa que é consumida na forma de sucos, creme, licor, geleia, mingau, sorvetes e doces.

Estudos revelam que a polpa de Açaí da Amazônia contém:

Uma formidável concentração de antioxidantes que ajudam a combater o envelhecimento prematuro, contendo um volume 10-30 vezes maior de antocianinas (antioxidantes roxos) se comparado ao vinho tinto.

A antocianina é conhecida por suas potentes propriedades terapêuticas entre os quais inclui-se o tratamento de retinopatia diabética e de doença fibrocística da mama em seres humanos. Entre os potenciais efeitos fisiológicos das antocianinas incluem-se agentes radioprotetores, químioprotetores, vasoprotetores e anti-inflamatórios.

A principal antocianina no Açaí é a cianidina-3 glucosídeo. A cianidina-3 - glucosídeo é comprovadamente 3.5 vezes mais forte do que Trolox (análogo da vitamina E).

Uma sinergia de gorduras monoinsaturadas (saudáveis), fibras alimentares e fitoesteróis, que contribuem para o sistema cardiovascular e a saúde do trato digestivo.

Um complexo essencial quase perfeito de aminoácidos juntamente com valiosas substâncias minerais, vitais à adequada contração e regeneração musculares. 

Fitoesteróis valiosos. Os Esteróis são componentes de membranas de células vegetais que oferecem inúmeros benefícios ao organismo humano, entre eles, a redução do colesterol.

Os esteróis vêm atualmente sendo usados no tratamento de sintomas associados à hiperplasia benigna da próstata. Provas preliminares sugerem que beta-sitosterol (o esterol predominante no Açaí) possa ajudar na prevenção da fraqueza imunológica resultante de grave estresse físico. Boa fonte de fibras, o açaí contém 2.0 gramas de fibra alimentar em uma porção.

As fibras promovem um sistema digestivo saudável. Acredita-se que o baixo teor de fibras na dieta americana seja fator que contribui para a alta incidência de câncer e de doenças cardíacas.
Fibras solúveis podem ajudar a reduzir o colesterol sanguíneo; e acredita-se que fibras insolúveis possam ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento de certos tipos de câncer.

60% oleico (Ômega 9), ácido graxo monoinsaturado essencial, que auxilia na redução dos níveis do LDL (colesterol ruim) enquanto mantém os do HDL (colesterol bom). 12% linoleico (Ômega 6), ácido graxo poli-insaturado essencial, que comprovadamente reduz os níveis tanto do LDL quanto do HDL.

Ácidos graxos ajudam no transporte e absorção de vitaminas lipossolúveis, i.e., Vitaminas A, E, D, e K.
A taxa de ácido graxo do Açaí assemelha-se à do azeite de oliva, a qual se acredita seja um fator que contribui para a baixa incidência de doença coronariana nas populações mediterrâneas.

O principal produto oriundo do fruto é uma bebida de consistência pastosa, denominada açaí. A consistência pastosa da bebida é devido aos elevados teores de amido (9,30%) e pectina (0,67%) encontrados na parte comestível do fruto. 

São necessários de 2,5 quilos de frutos maduros para a produção de um litro de suco de açaí.
Bebida extraída do pequeno fruto do açaizeiro que produz cachos com dezenas de caroços (frutos) redondinhos. De cor arroxeada, a bebida é assim extraída:
Colocam-se os caroços do açaí de molho na água para amolecer a casca fina que os reveste. Em seguida os caroços são amassados com água em alguidar de barro ou máquina própria, coando-se então a mistura em peneiras especiais para que se obtenha um líquido roxo, espesso e de sabor característico incomparável. 

Toma-se gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d'água. Há quem o aprecie sem açúcar. É nutritivo e refrescante. É também delicioso no preparo de sorvetes, licores, mousses, etc.

Potencial anticancerígeno do Açaí é reforçado - Mais uma indicação do potencial anticancerígeno do açaí acaba de ser anunciada. 

Um grupo norte-americano publicou artigo no Journal of Agricultural and Food Chemistry em que descreve como os antioxidantes contidos no fruto originário da Amazônia conseguiram destruir células cancerosas.

O açaí é ouro preto para produtores paraenses - Pura, com farinha ou arroz e feijão, a polpa do açaí está no cardápio diário dos paraenses e alimenta também uma cadeia produtiva que começa nas propriedades ribeirinhas e vai parar até na mesa dos consumidores australianos e americanos. 

Uma das frutas mais populares da região norte do Brasil é o tema da nossa segunda reportagem sobre projetos de desenvolvimento sustentável e combate à pobreza na Amazônia.

Açaí, o maná da Amazônia - Sem dúvida, o açaí é uma das palmeiras mais típicas do Pará. Sua maior ocorrência é no estuário do Rio Amazonas, mormente em terrenos de várzea, nos igapós e, também, em terra firme, sendo encontrada, muitas vezes, em formações quase puras ocupando, por isso, ao lado do miriti (ou buriti) o primeiro lugar na exótica e exuberante paisagem amazônica.

Conheça os teores nutricionais e a utilidade dos subprodutos do açaizeiro - O açaizeiro praticamente nada se perde. É uma palmeira que tem multiplicidade de usos. 

De seus frutos, como já vimos, é extraído um suco altamente energético, muito consumido pela população paraense, mas que, atualmente, vai tendo parte de sua produção exportada para os Estados do Sul/Sudeste do Brasil, bem como para o Nordeste e, mais recentemente, para os Estados Unidos. 

O palmito, muito elogiado por sua leveza, é quase todo exportado. 95% de todo o palmito produzido no Brasil provêm do açaizeiro, sendo o Pará o principal produtor nacional. 

Apesar da preocupação dos ecologistas, os cultivos racionais do açaizeiro estão surgindo graças ao interesse entre os agricultores tradicionais e grupos empresariais, pelas excelentes perspectivas existentes no mercado brasileiro e no exterior.

Confira o passo a passo para cultivar açaí

Cerca de 30 dias antes de plantar, prepare o solo com 10 a 15 l de esterco bovino, 2 a 3l de esterco de galinha e 200 g de superfosfato triplo. 

Plante a muda em uma cova de 40 x 40 x 40 cm, respeitando a altura do torrão, e regue diariamente até começarem a surgir novas brotações. 

A área de cultivo deve ter em média 3 x 2 m.

O açaizeiro, por ser espécie alógama (originária de cruzamentos), com ampla ocorrência na Amazônia Continental, apresenta grande variação de tipos para os mais diversos caracteres de interesse, como precocidade, produtividade de frutos, rendimento de polpa e época de produção.

Os vários tipos de açaizeiro foram definidos de acordo com a coloração de frutos, formas de inflorescências e cachos, número de frutos por ráquila e diâmetro dos estipes. 

A partir dessas características resultaram, entre outras, as denominações de açaí-roxo ou preto, açaí-branco, açaí-açu, açaí-espada e açaí-sangue-de-boi.

O uso de cultivares adaptadas às diferentes condições de clima, solo e sistema de produção é o princípio fundamental para a obtenção de incrementos de produtividade e de qualidade de qualquer vegetal.

A partir da década de 1990, a produção de frutos de açaizeiro, até então proveniente da exploração extrativa, passou a contar, também, com a participação de açaizais nativos manejados e de cultivos, em várzea e terra firme, em sistemas solteiros e consorciados. 

Nesses cultivos foram usadas sementes de origem genética desconhecida, resultando em plantios heterogêneos quanto à produtividade e qualidade do fruto, em razão de não existir campos de produção de sementes, provenientes de matrizes selecionadas, obedecendo aos padrões técnicos exigidos para a certificação de sementes.

A produção de frutos tem início a partir do 3o ano, sendo possível obter, nas 2 primeiras safras, produtividades de aproximadamente 3 toneladas por hectare/ano. 

No período inicial de produção, é comum a desuniformidade de lançamento de cachos produtivos, mas com a tendência de uniformidade a partir do 5º ano, com maior concentração da produção de frutos no 2º semestre.

De modo geral, é estimado que, no 5o ano, a produtividade possa chegar a 4 toneladas e, a partir do 6o ano, ocorram aumentos progressivos que poderão alcançar a 10 toneladas de frutos no 8º ano. 

Produção de mudas

O açaizeiro pode ser propagado pelas vias assexuada (retirada de perfilhos) e sexuada (germinação de sementes).

A produção de mudas, por meio de perfilhos, é indicada para a propagação, em pequena escala, de indivíduos que apresentem características desejáveis, como alta produtividade, elevado rendimento de polpa, maturação uniforme dos frutos no cacho e período de frutificação na entressafra. 

Esse processo deve ter o seu uso restrito aos trabalhos de melhoramento genético, pelas dificuldades de serem obtidos perfilhos em número suficiente, além de sua baixa taxa de sobrevivência em viveiro ou no campo.

A produção de mudas a partir de sementes é o processo mais indicado para o estabelecimento de cultivos comerciais, pois possibilita produzir grande número de indivíduos com menor custo, quando comparado com a propagação assexuada.

Propagação assexuada

Os perfilhos são emitidos na base do estipe do açaizeiro, em número variável, dependendo do genótipo e das condições ambientais. 

A extração de perfilhos tem uso restrito, por causa do pequeno número de plantas que podem ser obtidas por esse processo. Nesse processo de propagação, a taxa de multiplicação é baixa, quando comparada com a sexuada, sendo possível extrair de 5 a 10 perfilhos por touceira a cada ano, enquanto uma única planta pode produzir, anualmente, até 10 mil sementes.

A extração de perfilhos da planta-mãe é realizada no período mais chuvoso do ano, quando são observadas maiores taxas de sobrevivência no viveiro, porém, não ultrapassando os 60%. 

Os perfilhos devem ter a altura mínima de 50 cm e apresentarem, pelo menos, uma folha (flecha) ainda fechada.

Os perfilhos estão intimamente ligados à parte basal do estipe adulto e emitidos abaixo do coleto. Quando novos, os perfilhos não têm raízes em número suficientes que garantam o desenvolvimento normal das mudas. 

Assim, quando do desmembramento, esses são mantidos junto à planta-mãe por cerca de 60 dias, para o completo desenvolvimento do sistema radicular.

Essas mudas podem ser transplantadas para sacos de plástico preto (15 x 35 cm), contendo substrato orgânico, constituído de solo (60%) e matéria orgânica (40%), e mantidas em viveiro com interceptação de 50% da radiação solar direta, ou plantadas diretamente no campo, quando a área de cultivo estiver próxima ao campo de matrizes.

Propagação sexuada

A semente do açaizeiro é envolvida por uma camada de fibras, recoberta por fina cutícula oleosa, apresenta um embrião diminuto, com abundante tecido endospermático compacto, o perianto parcialmente fibroso, rico em sílica e pobre em lipídios (gorduras), proteínas e amido. 

O endocarpo é lenhoso, séssil, de forma arredondada, com diâmetro de 1 a 2 cm e peso de 0,8 a 2,3 g. O mesocarpo ou polpa tem a espessura de 1 a 2 mm e corresponde de 5% a 15% do volume do fruto. 

O epicarpo corresponde à fina camada externa do fruto, com coloração que pode variar, quando maduro, de verde (açaí branco) a violáceo (açaí preto).

O endocarpo, estrutura utilizada na propagação sexuada do açaizeiro, representa cerca de 73% do peso do fruto.

Obtenção de sementes e preparo de mudas

A maioria dos plantios comerciais implantados no Estado do Pará foi feita, até recentemente, a partir de sementes com características desconhecidas e não-selecionadas. 

O açaizeiro por ser planta de fecundação cruzada (alógama) favorece a segregação de suas características morfológicas e produtivas, resultando na formação de plantios heterogêneos, com produções desuniformes e de baixo rendimento de frutos e polpa.

As sementes são obtidas de plantas-matrizes com características desejadas, com base no tipo de estipe (touceira), comprimento do entrenó (cicatriz foliar), número de cachos emitidos, produção de frutos, rendimento de frutos por cacho e de polpa por fruto. 

São bons parâmetros de avaliação e seleção de plantas-matrizes, para a obtenção de sementes, aquelas com produção de frutos superior a 5 latas/touceira e com o rendimento mínimo de 8 litros de polpa/lata com 14 a 15 kg de frutos.

Depois de colhidos, os frutos são submetidos ao processo de extração da polpa, com a ajuda de máquinas despolpadoras ou batedeiras de açaí. 

Após o despolpamento, e antes da semeadura, as sementes são lavadas com água potável. O despolpamento manual pode ser usado para pequenas quantidades de sementes e consiste da remoção, com o auxílio de um estilete, do mesocarpo e do epicarpo.

Acondicionamento de sementes

As sementes de açaizeiro perdem a viabilidade rapidamente, pois apresentam comportamento recalcitrante, não suportando a secagem nem o armazenamento a temperaturas abaixo de 15º C.
Por esse motivo, não podem ser conservadas pelos processos convencionais de armazenamento, cujos pressupostos básicos consideram a secagem e o armazenamento das sementes a baixas temperaturas. 

O ideal é que sejam semeadas logo após a colheita e o despolpamento, garantindo a germinação de aproximadamente 100%.

Na impossibilidade de realizar a semeadura de imediato, as sementes são estratificadas em serragem (curtida ou esterilizada em água fervente por duas horas), vermiculita ou carvão moído umedecidos previamente com água. 

A areia ou solo não são indicados para a estratificação das sementes do açaizeiro, por serem demasiadamente pesados, dificultando o manuseio das embalagens.

Alternativamente, as sementes de açaizeiro podem ser acondicionadas em sacos de plástico sem substrato, necessitando de tratamento prévio, por via úmida, com fungicida específico para sementes, seguido de secagem superficial mantendo o teor de umidade entre 25% e 30%. 

O modo prático de ser obtido esse nível de umidade é dispondo as sementes, em camada única, sobre papel jornal e mantê-las à sombra durante 24 horas.

Necessidade de sementes

A quantidade necessária de sementes para a produção de mudas, visando à implantação de 1 hectare, dependerá do espaçamento a ser adotado. 

Considerando que cada quilograma possui de 600 a 720 sementes e a necessidade de seleção de plântulas na sementeira e de mudas no viveiro, é recomendável a semeadura de aproximadamente 1.000 sementes (1,4 a 1,7 kg) para cada hectare a ser implantado no espaçamento 5 x 5 m (400 mudas/hectare).

Semeadura e Germinação de Sementes

A semeadura pode ser feita diretamente em sacos de plástico preto ou em sementeiras preenchidos com substrato orgânico. As sementes também podem ser colocadas para germinar em sacos de plástico, dispostas em camadas estratificadas em serragem ou ainda sem este substrato.

A emergência de plântula do açaizeiro é desuniforme, e se inicia por volta dos 22 dias após a semeadura e se estabiliza aos 48 dias. 

Em média, a germinação requer cerca de 30 dias e a aceleração do processo ocorre com a imersão das sementes em água morna durante 10 a 15 minutos.

As sementes germinadas são imediatamente repicadas para o viveiro. Quando a germinação das sementes é realizada em sementeira ou em sacos de plástico, com ou sem substrato, a repicagem das plântulas para o viveiro é efetuada antes da abertura do 1o par de folhas, no estádio denominado de "palito", normalmente com 5 a 7 cm de altura. 

Nessa condição, praticamente 100% das plântulas sobrevivem à repicagem e apresentam desenvolvimento normal. Quando necessário, é realizada a poda das raízes.

Semeadura direta em saco plástico com substrato

Este método é recomendado quando a quantidade de mudas a ser produzida é pequena, entre 500 a 1.000. A semeadura direta de 50.000 sementes, por exemplo, ocupará uma área de 500 m2 do viveiro, além disso, nem todas as sementes germinam, o que exigirá novas semeaduras. 

Por outro lado, a semeadura de duas ou mais sementes por saco implicará na eliminação das plântulas excedentes, onerando os custos operacionais. 

Os sacos de plástico devem ter dimensões mínimas de 15 cm de largura por 25 cm de altura. O substrato de enchimento dos sacos é constituído da mistura de 60% de solo, 20% de serragem e 20% de esterco curtido ou ainda da mistura de 60% de solo e 40% de cama de aviário.

É necessário umedecer o substrato antes da semeadura e depois, com ajuda com a ajuda de um bastão, são feitas pequenas covas com profundidade aproximadamente de 2 cm, onde as sementes são depositadas e cobertas por uma fina camada de substrato.

Semeadura em sementeira

Este método é indicado quando é grande a quantidade de mudas a serem produzidas, pois implica em considerável economia de mão-de-obra e possibilita a realização de criteriosa seleção de plântulas a serem transplantadas para os sacos de plástico com substrato. 

A área ocupada com a sementeira é bem pequena e permite o suprimento de água, em quantidade adequada, e o controle de plantas invasoras. A semeadura de 50.000 sementes ocupará somente 50 m2 na sementeira.

O substrato para o preparo da sementeira é constituído da mistura de areia lavada com serragem curtida, na proporção volumétrica de 1:1. 

As sementes são semeadas em sulcos distanciados de 4 cm, na profundidade de 1 cm, onde são distribuídas 40 sementes por metro linear, o que permite a concentração de 1.000 sementes por metro quadrado. 

A repicagem das plântulas para os sacos será efetuada, preferencialmente, no estádio "palito", antes da abertura do 1o par de folhas.

Pré-germinação de sementes estratificadas

As sementes são colocadas para germinar dentro de sacos de plástico transparentes, com dimensões compatíveis com a quantidade de sementes. 

A estratificação pode ser feita com serragem curtida, vermiculita ou carvão vegetal moído, previamente umedecido. 

Estes sacos devem ter o dobro do volume ocupado pelas sementes estratificadas mais o substrato, para que contenha oxigênio suficiente às necessidades respiratórias das sementes e serem hermeticamente fechados para evitar o dessecamento muito rápido do substrato. 

Os sacos são mantidos, até a germinação das sementes, protegidos da radiação solar direta e à temperatura ambiente.

Viveiro

O local para instalação do viveiro deve ser de fácil acesso e próximo de fontes de água, para a irrigação das mudas no período de menor pluviosidade. 

Deve ter boa drenagem e reduzida declividade, mas que permita o escoamento dos excedentes pluviométricos e, preferencialmente, estar situado próximo ao local do plantio definitivo. Esse procedimento minimiza o excesso de movimentação das mudas e diminui os custos de transporte.

A cobertura do viveiro pode ser feita com palhas de palmeiras (verdes, sadias e tratadas com mistura de inseticida e fungicida) ou sombrite (50% de interceptação da radiação solar) e com a altura mínima de 2 m. 

Essa cobertura é suportada por uma armação de colmos de bambu ou outro material de mais fácil obtenção no local, fixada com arame ou cordão de plástico. 

Os canteiros devem ter 1,5 m de largura por 20 m de comprimento, e distanciados entre si de 50 cm, para permitir a movimentação de pessoas.

Os sacos de plástico a serem utilizados devem medir 15 x 25 cm, se as mudas permanecerem no viveiro de 6 a 8 meses; ou de 17 x 27 cm, caso sejam mantidas por período superior àquele período. Esses sacos são perfurados no terço inferior para permitir a drenagem do excesso de água.

No viveiro, sempre que necessário, são realizados os seguintes tratos de manutenção: capinas manuais nos sacos (mondas), manutenção dos drenos, irrigação no período menos chuvoso, adubações (somente se o período de produção de mudas passar de 8 meses), manutenção da cobertura e seu gradual raleamento a partir do 8o mês, para permitir a adaptação das mudas à radiação direta.

As mondas periódicas são realizadas para eliminar as ervas invasoras, que exercem concorrência por água e luz. As mudas de açaizeiro necessitam de cerca de 2 litros de água por dia, assim, se as chuvas não forem suficientes (2 mm/dia), haverá a necessidade de irrigação, que deve ser realizada, preferencialmente, no início da manhã ou no final da tarde, evitando aplicar jato muito forte sobre as mudas ou substrato.

Quando o período de produção de mudas passar de 8 meses, é aplicada mensalmente, via foliar, solução de ureia a 0,5% (5 g de ureia para 1 litro de água). Para cada 100 mudas são necessários 2 litros dessa solução ou 20 ml por saco.

Antes do transporte das mudas para o plantio no campo, é realizado a toalete das mesmas, que consiste da eliminação de folhas secas e amarrio das folhas em torno da flecha.

Mais sobre como plantar

Prepare um espaço para crescimento da palmeira de açaí. Ela se desenvolve entre aproximadamente 15 e 32 °C. A temperatura nunca deve ser inferior a 10 °C. 

Se você vive em condições climáticas frias, será necessário instalar um solário ou estufa. Se o lugar tem uma temperatura adequada para o crescimento em área livre, selecione um local que receba completamente a luz solar.

Coloque as sementes de açaí entre dois papéis toalha e dobre-os ao meio. Insira os papéis em uma sacola plástica. Adicione água morna para ensopar os papéis e deixe água em excesso no fundo da sacola. 

A água deve ter, idealmente, aproximadamente 24 °C. Deixe a sacola em uma área quente por dois dias para que as sementes germinem.

Coloque uma camada de pedras de 5 cm no fundo do pote para plantar. Este deverá ter um diâmetro de, aproximadamente, 60 cm. Despeje o adubo em cima do cascalho, preenchendo 4/5 do pote. Adicione água morna no adubo até que o fundo esteja seco. Ele deve estar totalmente ensopado.

Remova as sementes do papel toalha e coloque-as no meio do adubo no pote. Cubra-as com 2,5 cm de adubo e espere que desabrochem. 

Durante esse processo, elas devem receber oito horas de luz solar por dia e ter uma temperatura de, aproximadamente, 15 a 32 °C. Em sete a 14 dias, pequenos talos vermelhos aparecerão sobre o adubo.

Regue o açaí diariamente em condições mornas para facilitar o crescimento. 

O adubo deve estar úmido sempre. Use fertilizante solúvel, de acordo com as instruções do fabricante, para alimentar o açaí uma vez ao mês. Em dois ou três anos, a palmeira começará a produzir os frutos.

Euterpe oleracea var. / açaí-anão-precoce

Palmeira elegante e bela, de porte médio (até 15 m nas variedades convencionais, porém bem menor [ca. 2-3 m] na "anã-precoce"), cespitosa, com tronco fino (7-10 cm de diâmetro). 

Os numerosos frutos são produzidos em cachos, têm forma esférica com aproximadamente 1,5 cm de diâmetro e coloração negro-arroxeada, recobertos por uma fina camada esbranquiçada quando bem maduros.

Usos: A bebida preparada com sua polpa (vinho de açaí) é amplamente consumida na Região Norte, e mais recentemente na Sudeste. O palmito é também muito saboroso, e a palmeira possui notáveis atributos paisagísticos.

Cultivo: Climas tropicais e subtropicais amenos, preferencialmente em solos com boa disponibilidade de umidade. A variedade "anã-precoce" inicia a produção em cerca de 2-3 anos, com menos de 1,00 m de altura. Aprecia iluminação solar direta, e beneficia-se de uma adubação equilibrada.

Origem: Região Amazônica, às margens de igarapés e rios. Notadamente frequente no estuário do Rio Amazonas.

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