Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Rosideae
Ordem: Brassicales
Família: Caricaceae
Género: Jacaratia
Espécie: J.
spinosa
Nome binomial Jacaratia
spinosa (Aubli) A. DC. 1864
Sinónimos
Jaracatiá é uma árvore neotropical da família Caricaceae, a
mesma família do mamoeiro. Originária da Mata Atlântica, a distribuição do
jaracatiá abrange os estados desde Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Outros
nomes populares: Mamoeiro-bravo, Mamoeiro-do-mato, Mamãozinho, Mamuí.
O jaracatiazeiro é uma árvore nativa das matas da região
Centro-Sul e Norte do Brasil e não é cultivada comercialmente.
O jaracatiá ocorre também no Paraguai, Bolivia, Peru,
Equador, Panamá, Nicarágua, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
Pode atingir 20 metros de altura e o seu tronco não é
lenhoso, à semelhança dos mamoeiros comerciais. As folhas são divididas em 8
lóbulos, verdes, brilhantes, bordas lisas e os seus pecíolos são longos.
As flores femininas e masculinas são formadas separadamente
nas inflorescências e emitidas nas axilas foliares com os ramos.
Seus frutos são ovalados ou piriformes, lactescentes e, ao
amadurecerem, tornam-se amarelos a alaranjados. São semelhantes em forma e cor
ao mamão papaya, mas seu sabor é algo entre o maracujá e a manga.
O tronco e as frutas contêm um leite como o mamão. Tal leite
é presente mesmo nos frutos maduros e pode queimar a língua e lábios de pessoas
mais sensíveis, quando consumidos in natura.
A propagação pode ser feita por sementes e por enraizamento
de estacas dos ramos. A frutificação ocorre após 2 a 5 anos após plantio.
Os frutos bem maduros são comestíveis ao natural e os frutos
verdes e o tronco podem ser usados no preparo de doces. A extração total ou
parcial do tronco do jaracatiá para o preparo de doce contribuiu para o quase
desaparecimento dessa espécie no interior do Brasil. Por isso atualmente poucas
pessoas conhecem a árvore e seus frutos.
Nomenclatura e significado
Jaracatiá, vem do Tupi e
significa “Fruta da arvore do talo ou tronco mole”. Também é chamado de
Mamão bravo, Mamão de espinho, Mamaozinho, Barrigudo, Bananinha, Chamburú,
Aracatiá.
Matas de altitude da mata atlântica e mata de galeria dos
cerrados desde Minas gerais ao Rio Grande do Sul. Argentina, Paraguai e Cordilheira
dos Andes. Mais informações no link:
Caracteristicas
Árvore grande, atingindo 20 na floresta, mais quando
cultivada não ultrapassa ao 7 m de altura, tem copa é rala e cônica. O tronco
reto e cônico, com diâmetro de 50 cm a 90 cm e a casca é cinza esbranquiçado
com acúleos ou espinhos pontiagudos.
A folha nasce em pecíolos longos de 8 a 15 cm, tem forma
digitada (laminas foliares semelhantes a dedos), contendo 8 a 10 folíolos
glabros (sem pelos) com 1,5 a 3,5 cm de largura por 6 a 10 cm de comprimento,
com margem lisa e textura cartácea (de cartolina), de base e ápice agudos.
Flores dioicas: a inflorescência masculina nasce em
panículas axilares (tipo de cacho composto, parecendo flor de mamão macho) que
mede de 10 a 20 cm de comprimento e as flores femininas nascem solitárias ou aos pares nas axilas das
folhas, estas são pedunculadas (com haste ou suporte) de 1,3 a 2,5 mm de
comprimento, cíclicas (com elementos fixados num ponto e distribuídos em varias
alturas) e diclamídeas (com 2 envoltórios).
O fruto é uma baga periforme (com forma de pera alongada)
com 10 cm de comprimento por 4 cm a 6 cm de diâmetro, pesando de 8 a 30 gramas,
com casca fina e amarelada ou alaranjada quando bem madura, com pericarpo
(parede que envolve a semente) cremoso, denso e com suco leitoso, envolvendo
muitas sementes marrons e pequenas.
Dicas para cultivo
É de crescimento rápido, atingindo 2 metros de altura no
primeiro ano de plantio no campo, e no primeiro ano as brotações podem ser
queimadas com geadas inferiores a 0 grau, mais a planta não morre, rebrotando
vigorosamente na primavera.
A planta aprecia terrenos porosos e ricos em matéria
orgânica, com pH entre 5,0 a 6,5, reage bem com boas regas no primeiro ano de
plantio, resistindo bem a secas.
A planta cresce em altitudes variando de 100 a 1.200 m acima
do nível do mar, onde a precipitações de chuvas anuais fica entre 900 a 2.200
mm anuais.
Começa a frutificar a partir do 3 ou 4 ano de plantio em
terrenos férteis. Recomendo plantar pelo menos 3 arvores para que ocorra
polinização cruzada e uma boa produção dos frutos que varia entre 100 a 800
frutos por planta.
Mudas
As sementes são pequenas e conservam o poder germinativo por
mais de 1 anos se estiverem secas, limpas e forem armazenadas em frascos escuros.
Recomendo que sejam semeadas em jardineiras (16 cm largura,
20 cm de altura e 40 cm de comprimento) contendo substrato rico em matéria
orgânica.
A germinação se dá em 30 a 40 dias e as plântulas são
transplantadas para embalagens individuais quando estiverem com 10 a 15 cm.
As mudas crescem rápido atingindo 40 cm com 5 a 6 meses após
o plantio. A multiplicação por estacas lenhosas com diâmetro superior a 3,5 cm
pode ser feita em estufas com alta temperatura e umidade.
Plantando
Cultivar em pleno sol abrindo covas de 50 cm de altura,
largura e profundidade num espaçamento de 5 x 5 m ou 6 x 6 m entre plantas.
Misturar com os 30 cm de terra iniciais do solo 4 ou 5 pás
de esterco bem curtido, + 500 gramas de calcário e 1 kg de cinza de madeira,
deixando curtir por 2 meses.
A melhor época do plantio é de outubro a novembro e após o
plantio irrigar a planta com 10 l de água a cada 15 dias se não chover, fazendo
isso no primeiro ano.
Cultivando
A planta não requer podas, apenas se deve observar se os
galhos não estão cruzados ou doentes sendo necessário podar apenas esses.
A adubação com composto orgânico é suficiente, pode ser 4
pás de cama de frango bem curtida composto orgânico + 30 gramas de N-P-K
10-10-10, dobrando essa quantia até o terceiro ano após o plantio,
distribuindo-os em círculos a 40 cm de distância do tronco.
Usos
Os frutos amadurecem de Janeiro a Março. Os frutos têm polpa
amarelo alaranjada, lembram o sabor do maracujá e da manga, contem látex cáustico
que queima a língua e os lábios de algumas pessoas sensíveis.
Por isso colha os frutos totalmente amarelos e deixe-os
chegar por 1 semana, assim o efeito cáustico acaba. Outra forma deliciosa de
comer os frutos é assar na brasa como os índios faziam.
Também podem ser usados para fabricar sucos e doces. O
tronco é usado para fazer um doce semelhante a cocada, e por isso a arvore está
ficando mais rara pois as pessoas sacrificam a arvore para fazer o doce e nunca
plantam nada.
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