Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Género: Syzygium
Espécie: S.
cumini
Nome binomial Syzygium
cumini (L) Skeels
A espécie é nativa da Índia. São árvores que podem chegar
até dez metros de altura. Possuem frutos pequenos e arroxeados quando maduros.
A coloração dos frutos provoca manchas nas mãos, tecidos,
calçados e pinturas de veículos, tornando a planta pouco indicada para o
preenchimento de espaços públicos.
O fruto possui uma semente única e grande, quando comparada
com o tamanho do fruto, envolta por uma polpa carnosa. Apesar de sabor um pouco
adstringente, é agradável ao paladar. Na Índia, além de ser consumido in
natura, é usado na confecção de doces e tortas.
Na Região Nordeste do Brasil, é conhecida como
"azeitona-preta", oliveira, e jamelão dependendo do estado. Nessa
região, a planta adaptou-se tão bem que se tornou espécie subespontânea, sendo
chamada de "brinco-de-viúva". Também é comum no litoral paranaense,
onde recebe o nome de "guapê".
Apesar de as árvores desta espécie serem abundantemente
usadas em arborização urbana, os jamelões são pouco comercializados, em
decorrência de sua alta perecibilidade. Os jamelões costumam deixar as calçadas
manchadas de roxo devido à queda dos frutos maduros.
"Jamelão", "jambo",
"jambolão", "jamborão" e "jalão" derivam do termo
concani jambulam.
A árvore pode atingir 10 metros de altura. Sua copa possui
folhagem abundante. Seus ramos possuem coloração acinzentada-claro com fissuras
escuras e cicatrizes foliares aparentes.
Apresenta folhas simples, opostas e elípticas. Inflorescência
com numerosas flores pequenas hermafrodita de cor creme. O fruto é de cor
escura, variando entre o roxo e o negro, de forma ovoide, possui uma única
semente e mede de 2 a 3 cm de comprimento.
Segundo a tradição hindu, o deus Rama alimentou-se somente
desta fruta na floresta por 14 anos durante o seu exílio de Ayodhya.
Devido a isto, muitos hindus denominam o jamelão como o
"fruto dos deuses", especialmente em Gujarat, na Índia, onde é
conhecido localmente como jamboon.
Krishna e outros protagonistas da mitologia hindu foram
descritos como tendo a pele da cor do jamelão.
A árvore é da mesma família da goiaba e a pitanga, a
myrtaceae. Os frutos ovais e escuros, são parecidos com a azeitona quando
maduros e, pelo efeito da cor desses frutos, a árvore é usada em ornamentação
de jardins, inclusive, em Brasília, é muito comum nos canteiros e quadras.
Aqui, no Brasil, a fruta costuma ser consumida in natura,
mas também pode ser usada em compotas, doces, licores, vinho, vinagre, geleias,
tortas, etc.
As propriedades medicinais dessa planta não se encontram
apenas na fruta, mas nas folhas e caule também. Como, por exemplo:
·
propriedades antibacteriana,
·
·
antifúngica,
·
·
antiviral e antialérgica das folhas e anti-inflamatória
e anticarcinogênica, no caule.
·
As antocianinas, substâncias presentes na fruta por causa de
sua cor roxa, combatem os radicais livres, evitando o envelhecimento precoce
das células, mantendo a saúde de todo o organismo.
Além disso, servem de corantes para alimentos e, estudos
mostraram que as antocianinas também têm uma função muito importante: matar
células leucêmicas!
Publicada em 2006, a tese de mestrado de Daniella Dias P.
Campos, da Unicamp, baseou-se na investigação dos efeitos do extrato de
jambolão, rico em antocianinas e que levou à morte cerca de 90% das células
leucêmicas, em paralelo, foram testadas as aplicações em células sadias e a morte
dessas não passou de 20%.
Outros fitoquímicos presentes na fruta são excelentes para
proteger a saúde, como o polifenol, prevenindo e tratando as doenças crônicas e
não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares.
Estudos mostram que o consumo de frutas está diretamente
ligado à prevenção de doenças crônicas e não transmissíveis, possivelmente pelo
aumento de consumo de compostos antioxidantes, que protegem nosso organismo dos
carcinogênicos que entram em contato diariamente com nosso corpo, podendo
causar a mutação de nossas células e formar, futuramente um câncer.
Esses compostos encontrados em algumas frutas e hortaliças,
colaboram para que nossas células se defendam dessa mutação, e o jambolão
apresenta uma grande atividade antioxidante, maior até que o mirtilo e a
amora-preta, que são bastante estudadas, sendo a semente a parte com maior
concentração antioxidante do que a casca ou a polpa, podendo ser utilizada em
extratos antioxidantes.
Apesar de relatos e registros de que o uso do jambolão para
controlar a glicemia seja antigo, mais de cem anos, antes mesmo da descoberta
da insulina e que muitas pessoas o utilizem para este fim, seja a fruta ou a
casca e as folhas, em chá, esse assunto ainda é controverso.
Diversos pesquisadores brasileiros publicaram seus estudos
sobre os efeitos do jambolão no metabolismo da glicose e mostram a eficácia da
planta em ratos diabéticos, mas, em se tratando dos efeitos em humanos, o
extrato e o chá não parecem ser promissores.
Ou seja, os estudos em torno dessa propriedade do jambolão
ainda não foram concluídos e elucidados, embora existam relatos antigos e o uso
popular do caule e da fruta para tratar diabetes.
Apesar disso, essa planta não deve ser usada isoladamente no
tratamento de diabetes, já que os estudos em animais não garantem a eficácia em
humanos e, nesses estudos, os efeitos colaterais em humanos não são avaliados,
portanto seria um risco.
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