Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Género: Eugenia
Espécie: E.
guabiju
Nome binomial Eugenia
guabiju
O guabiju, por causa da coloração quase negra da casca, é
muitas vezes confundido com a jabuticaba, mas, ao contrário desta, não mostra
os frutos aderidos ao tronco.
Os frutos são bagas globosas, de coloração roxa-escura,
recobertos por uma fina lanugem de casca áspera e resistente mesmo no fruto bem
maduro.
A polpa tem cor e textura semelhante à da uva, bem
equilibrada entre doçura e acidez e apresenta teor de água superior a 40%. Na
maioria das vezes cada fruto contém uma semente; às vezes, duas grudadas. As
sementes são marrons, uma ou duas por fruto e ocupam boa parte da polpa
suculenta e esbranquiçada.
Seus frutos são muito apreciados pela avifauna e fauna
silvestre em geral, o que torna esta espécie indicada para recuperação de áreas
degradadas e para compor sistemas agroflorestais.
O tempo de vida é estimado em torno dos 50 anos; em
indivíduos jovens a frutificação tende a ser massiva.
Quanto à época de início de frutificação, a literatura traz
informações bastante desencontradas que variam desde “os 4 anos de idade”,
“entre 7 e 8” e “após 10 anos de vida”, por exemplo.
A variabilidade genética é bastante alta, sendo encontrados
indivíduos com florescimento e frutificação precoces ou tardios; com frutos
grandes, com muita polpa e sementes pequenas e vice-versa, entre outras
características.
À semelhança de outras frutas nativas, o guabiju é
tradicionalmente utilizado no ambiente doméstico para o consumo in natura- “da
planta para a boca”- mas também na elaboração de doces, licores e curtido em
cachaça.
A colheita dos frutos deve ser feita com tesoura, para que
parte do pedúnculo seja mantida junto ao fruto evitando que a casca se rompa.
Colhido assim e mantidos em geladeira, conservam-se por vários dias.
O fruto possui diversas vitaminas que auxiliam no combate a
anemias. As folhas desta planta são popularmente utilizadas no tratamento de diarreias.
O chá das cascas e das folhas é indicado para disenterias e
para regular as funções intestinais. Indígenas kaiowá e guarani utilizam a
casca para dores estomacais.
As flores são melíferas. A casca, ramos e folhas têm
propriedades taníferas. Tem um bom potencial ornamental por conta de sua
massiva floração.
É uma espécie indicada para arborização rural e urbana, pois
suas raízes não levantam a pavimentação e seu crescimento é lento.
É uma árvore que atinge até 15 metros de altura, formando
copa baixa e arredondada quando em ambientes abertos, semidecídua.
A maioria dos guabijuzeiros apresenta um só fuste,
geralmente curto, levemente tortuoso e nodoso. A casca é lisa e desprende-se em
placas, tal como a da goiaba vermelha, o que confere ao tronco um aspecto
manchado, maculado.
As folhas são verde-escuro, relativamente rígidas e providas
de um espinho apical, que conferiu à espécie o epíteto pungens, de pungente.
Os ramos novos são pilosos e de aspecto aveludado. A
nervação secundária, numerosa e bastante visível nas duas faces da lâmina
foliar.
A propagação dá-se por sementes. Estas necessitam de luz
para germinarem, sendo categorizadas como fotoblásticas positivas. A taxa de
germinação inicia em torno de 30 ou 40 dias após semeadura.
Sobre a taxa de germinação, não há consenso na literatura
especializada: ora é considerada alta, ora média conforme os autores.
Assim como no caso de outras mirtáceas, as sementes de
guabiju não toleram dessecação e, segundo pesquisas, um mês de exposição ao ar
é suficiente para ressecar o embrião, deixando-o escurecido e quebradiço.
O período mais indicado para semeadura é entre fevereiro e
abril. O crescimento é considerado bastante lento: mudas em torno de 6 meses de
semeadura apresentam entre 7 e 10 cm de altura.
Floresce de setembro a dezembro e frutifica de fevereiro a abril.
Espécie pioneira, preferencialmente associada à interior de
matas e beiras de cursos d’água.
Distribui-se desde o norte do Uruguai, Argentina, Bolívia e
Paraguai. No BR ocorre de SP até o RS, nas Florestas semideciduais de Altitude
e nas bacias do Rio Uruguai e Paraná.
Em nosso estado ocorre ainda na depressão central, no
planalto e no Escudo Rio-grandense.
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