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segunda-feira, 14 de março de 2016

Graviola - Annona muricata- fruta medicinal



O Brasil vem destacando-se mundialmente como um importante produtor e consumidor de frutas, especialmente as tropicais e subtropicais. Muitas fruteiras são nativas do Brasil e muitas delas ainda são desconhecidas ou pouco conhecidas.

Dentre estas, destacam-se as anonáceas, que no passado não apresentavam importância, mas que atualmente se transformaram em cultivos rentáveis e geradores de empregos.

Dentro da família das Anonáceas, destacam-se a Graviola (Annona muricata), Pinha, Ata ou Fruta-do-Conde (Annona squamosa), Cherimólia (Annona cherimola) e Atemóia (híbrido entre cherimólia e pinha).

Dentre as anonáceas, o cultivo da gravioleira é bastante recente. Com a evolução do mercado, muitas áreas comerciais têm surgido em diversos Estados brasileiros, destacando-se Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais.

A graviola é uma fruta originária das Antilhas, prefere climas úmidos, baixa altitude, e não exige muito em relação a terrenos.

A graviola é uma árvore de pequeno porte (atinge de 4 a 6 metros de altura) e é encontrada em quase todos os países tropicais, com folhas verdes brilhantes e flores amareladas, grandes e isoladas, que nascem no tronco e nos ramos.

Os frutos têm forma ovalada, casca verde-pálida, são grandes, chegando a pesar entre 750 gramas a 8 quilos e dando o ano todo. Contém muitas sementes, pretas, envolvidas por uma polpa branca, de sabor agridoce, muito delicado e semelhante à fruta-do-conde.

A tecnologia adotada nas diversas regiões produtoras é muito variável, havendo produtores que não usam quase nenhuma tecnologia moderna, como irrigação, nutrição adequada, poda, proteção dos frutos e controle fitossanitário, com métodos orgânicos, comprometendo a produtividade e qualidade dos frutos produzidos.

Apesar disso, diversos produtores têm cultivado a gravioleira de forma racional, adotando a tecnologia disponível e obtendo produtividades elevadas e boa rentabilidade.

Esta fruta é conhecida não somente por seu delicioso sabor característico, levemente azedo, bem como seu riquíssimo conteúdo em nutrientes. Cerca de 100 gramas de graviola fornecem em média 60 calorias, 25 mg de cálcio, 28 mg de fósforo e 26 mg de vitamina C (um terço da recomendação de ingestão diária).


Raio x

Solo: com textura leve, profundo, bem drenado e arejado

Clima: temperaturas entre 21 ºC e 30 ºC

Área mínima: pode ser plantada em pomares caseiros

Colheita: 12 meses após a enxertia ou de cinco a seis meses depois da abertura floral

Mãos à obra

Início

Mudas enxertadas de gravioleira dão um pomar mais homogêneo. Procure por um viveirista com referência, para assegurar a qualidade da planta.

O melhor pegamento das mudas ocorre nos meses com maior incidência de chuva, o que ainda contribui para reduzir custos, tendo em vista a menor necessidade de irrigação.

Ambiente

Regiões tropicais e subtropicais, com temperaturas entre 21 e 30 graus são adequadas para o bom desenvolvimento da gravioleira. A planta não tolera locais frios, mudanças bruscas de clima e muito menos geadas.

Plantio

Embora aceite qualquer tipo de solo, devido a seu sistema radicular desenvolvido, a planta prefere os de textura leve, profundos, bem drenados e arejados.

Os melhores resultados no cultivo da graviola são obtidos em solos com elevados teores de matéria orgânica e acidez corrigida.


Espaçamento

Recomenda-se espaçamentos de 4 x 4 metros a 8 x 8 metros, o que depende de uma série de fatores, como solo, nível de tecnologia aplicada (mecanização, condução da planta, poda, por exemplo), topografia, condições climáticas, entre outros.

Em geral, o tamanho das covas é de 60 x 60 x 60 centímetros. Elas devem ser feitas, no mínimo, 30 dias antes do plantio das mudas.

Consórcio

Até a produção plena, pode levar de quatro a cinco anos. Nesse período, no entanto, é possível cultivar outras plantas, em sistema intercalado, para garantir alguma renda na área. Algumas sugestões são hortaliças, feijão e frutas como maracujá, mamão e abacaxi.

Produção

Após 12 meses da enxertia, pode ser iniciada a florescência da gravioleira. Porém, a recomendação é que sejam eliminados os primeiros frutos, com o objetivo de preservar o vigor da muda por mais tempo.

As graviolas podem ser colhidas manualmente, mas com cuidado. Se destacadas da planta ainda verdes, as frutas ficam ácidas e amargas.

Quando muito maduras, podem ter sido bicadas por aves ou atacadas por insetos, além de ficarem mais vulneráveis a danos no manuseio e transporte.

Uma dica é apanhar as graviolas na fase em que a cor da casca passa do verde-escuro para o verde-claro e as espículas (saliências da casca) quebram facilmente.

Por se tratar de uma fruta com riquíssima composição nutricional, a graviola apresenta inúmeras propriedades terapêuticas, podendo ser utilizada em sua totalidade.

Aproveitam-se as folhas, as flores, os brotos, os frutos verdes ou maduros. A graviola pode ser utilizada sob a forma in natura, sob a forma de chás, preparada como cataplasmas que são sobrepostos diretamente nas afecções cutâneas e também em cápsulas que contêm os princípios nutricionais desta maravilha da natureza.

Porém, uma das maiores descobertas sobre a graviola foi sua sensacional capacidade de agir contra as células do câncer, mostrando em testes em laboratório um potencial extraordinário.

Dentre as propriedades terapêuticas da graviola podem-se destacar o seu potencial diurético, adstringente, vitamínico, anti-inflamatório, antirreumático, bem como sua propriedade antiespasmódica, antitussígena e anticancerígena.

É boa fonte de vitaminas do complexo B, importantes para o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras, incrementando o cardápio com vitaminas e minerais, bom para a saúde.

É ruim para pessoas com caxumba, aftas ou ferimentos na boca, que devem evitar consumi-la in natura, pois sua acidez é irritativa e pode provocar dor.

Apesar de estar aqui há muito tempo e ser popular nas regiões norte e nordeste do país, somente nos últimos anos tornou-se mais conhecida entre os brasileiros dos estados do Centro-Sul.

Da família da Annonaceae, a mesma da fruta-do-conde, da cherimoia, da biribá, entre outras, a graviola (Annona muricata L.) foi trazida para cá pelos colonizadores portugueses no século XIV, embora deva ser dado aos exploradores espanhóis o crédito pela disseminação da planta pelas áreas tropicais do planeta.

Sua origem, no entanto, é a América Central e os vales peruanos, com destaque para a produção da Venezuela, a maior entre os países da América do Sul.

Fruta aromática, com polpa branca, de sabor suave e levemente ácido, a graviola pode ser consumida naturalmente, mas é muito usada para a fabricação de doces, sucos, sorvetes e geleias.

Rica em vitamina A, C e do complexo B, também contém cálcio, ferro, magnésio, potássio e fósforo. Diurética, a graviola ainda é dotada de propriedades que evitam espasmos, disenterias e problemas de nevralgia.

O fruto pode chegar a dez quilos, como a variedade morada, que apresenta rendimento de 40 quilos de polpa por ano no auge da produção – aos seis anos de idade.

Crioula, lisa e branca são outras opções com bom desenvolvimento. Sítios e chácaras são locais onde a planta pode ser cultivada, como também em pomares caseiros.

Entre as principais pragas que atacam a gravioleira destacam-se a broca-do-fruto, a broca-do-tronco e a broca-da-semente. A antracnose é a doença fúngica que mais afeta a planta.

Quando a fruteira estiver infectada por insetos ou doenças, o mais indicado é consultar um profissional habilitado para obter as orientações de controle necessárias.

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