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terça-feira, 29 de março de 2016

Dendê - Elaeis guineensis



Classificação científica

Reino: Plantae

Divisão:           Magnoliophyta

Classe:            Liliopsida

Ordem:           Arecales

Família:           Arecaceae

Género:           Elaeis

Nome binomial          Elaeis guineensis Jacq

O dendezeiro (Elaeis guineensis), também conhecido como coqueiro-de-dendê, dendê, palmeira-de-óleo-africana, aabora, aavora, palma-de-guiné, palma, dendém (em Angola) e palmeira-dendém, é uma palmeira originária da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné). Seu fruto é conhecido como dendê, e seu óleo como azeite de dendê ou óleo de palma.

"Dendê" é oriundo do termo quimbundo ndénde, que significa "palmeira".

O dendezeiro é encontrado em povoamentos subespontâneos desde o Senegal até Angola. Foi levado ao Brasil no século XVII, e adaptou-se bem ao clima tropical úmido do litoral baiano.

Dele, extrai-se o azeite de dendê.

A palmeira chega a 15 metros de altura. Seus frutos são de cor alaranjada, e a semente ocupa totalmente o fruto. Seu rendimento é muito grande: produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco.

Da amêndoa do fruto, se extrai, também, um óleo usado em cosmética e na fabricação de chocolate.

Fruto do dendezeiro

A região Sudeste da Bahia possui uma diversidade edafoclimática excepcional para o cultivo do dendezeiro, com uma disponibilidade de área da ordem de 752 625 hectares.

Aliada à existência no país de uma demanda insatisfeita da ordem de 500 000 toneladas de óleo de dendê; de importações que se situam entre 100 e 150 mil toneladas, além do aspecto ambiental-ecológico possibilitando a recomposição de espaço florestal em processo adiantado de degradação por "florestas de cultivo"; econômico-social, proporciona aumento da renda regional e criação de novos empregos.

Funciona como vetor de sustentação da própria cacauicultura e finalmente estratégico, buscando através da agricultura integrada, o caminho de desenvolvimento harmonizando os recursos da terra com os valores humanos.

Plantio

Clima

Os fatores climáticos de maior importância para o cultivo do dendezeiro são: chuva, horas de brilho solar e temperaturas máxima e mínima.

Pluviosidade

Uma adequada disponibilidade de água no solo de forma constante é condição extremamente importante para o desenvolvimento e produção.

O regime pluviométrico ideal caracteriza-se por uma precipitação média anual de 1 800 a 2 000 mm, com precipitações mensais sempre superiores a 100 mm, segurando boa distribuição ao longo do ano.

Luminosidade

Altos níveis de radiação solar são indispensáveis para o crescimento e produção. A isolação necessária para a expressão do potencial produtivo do dendezeiro, situa-se em torno de 1 800 horas/ano.

Temperatura

Fator importante na determinação do crescimento e produção, sendo observado que as maiores produções são obtidas em regiões com pequenas variações de temperatura e onde a média anual situa-se entre 25 e 27°C e sem ocorrência de temperaturas mínimas abaixo de 19°C por períodos prolongados.

Solo

Embora seja cultivado em diferentes tipos de solos, variações nas propriedades físicas e químicas causam diferentes significativas na produção.

Os parâmetros mais importantes são profundidade efetiva de 90 cm, textura franca ou mais argilosa, estrutura forte ou moderada, permeabilidade moderada, relevo plano ou suave ondulado, não pedregoso, sem concreções de ferro, alumínio ou manganês e sem camada adensada, consistência muito friável ou firme e regime de umidade alto.

Variedades

As variedades são classificadas de acordo com a espessura da casa (endocarpo) em:

Dura - Apresenta casca com mais de 2 mm de espessura e fibras dispersas na polpa. Essa variedade é usada como planta feminina na produção de híbridos comerciais.

Psífera - Os frutos dessa variedade não possuem casca separando a polpa da amêndoa. Ela é usada como fornecedora de pólen na produção de híbridos comerciais.

Tenera - Apresenta espessura de casca inferior a 2 mm e um anel fibroso ao seu redor; é obtida através do cruzamento entre as variedades Duras e Psífera, sendo recomendada para plantios comerciais.

Formação de mudas

O sucesso de um plantio comercial de dendezeiros comercias depende do material genético utilizado e do processo de formação de mudas, que compreende as seguintes etapas:

Pré-viveiro - tem início com a repicagem da semente pré-germinada para sacos semelhantes aos utilizados para mudas de cacau e tem normalmente a duração de quatro meses, obtendo-se ao final uma muda com quatro folhas lanceoladas.

Viveiro feito - a céu aberto, localizado preferencialmente próximo a uma fonte abundante de água a fim de facilitar a irrigação. Os sacos plásticos utilizados no viveiro medem 40x40 centímetros com 0,002 milímetros de espessura, com capacidade para 20 a 25 kg de solode textura leve, areno-argiloso, ou denominado de solo "podzol" pois isso facilita a formação das raízes da plântula.

O período de permanência no viveiro varia de 8 a dez meses e as mudas a serem levadas a campo apresentam uma altura de 80 a 120 cm e com 8 a 12 folhas funcionais.

Tratos culturais no viveiro

Durante o período de formação das mudas são importantes ainda os tratos culturais: irrigação, adubação, eliminação de ervas daninhas e controles de pragas e doenças.

Plantio definitivo

Escolhas da área

A área para o plantio de dendê deve ser plana ou suave ondulada, com declividade inferior a 8%, que não apresente dificuldade para o uso de máquinas agrícolas.

Preparo da área

Em função das características da vegetação (mata virgem, mata raleada, área degradada, plantação velha de dendê ou cultivo anual), da disponibilidade de equipamentos e de sistema de exploração, o preparo da área pode ser manual (broca, derruba, queima, abertura de linhas e pontos de plantio), mecanizado (derruba, queima e enleiramento, ou misto).

Plantio de leguminosa

Com o objetivo de proteger o solo, controlar ervas daninhas e fixar o nitrogênio, recomenda-se o plantio de uma cobertura verde que se estabeleça rapidamente, tenha pouca altura, não afete o sistema radicular do dendezeiro, ciclo vegetativo curto e baixo custo de implantação; neste caso a mais recomendável é o kudzú Pueraria phaseoloides.

Espaçamento, coveamento e plantio

Tradicionalmente o dendezeiro é implantado no espaçamento de 9x9x9m em triângulo equilátero o que implica num espaçamento de 7,8m entre linhas e de 9m entre plantas na linha que deve estar orientada no sentido norte-sul para evitar sombreamento entre plantas; desta forma é possível colocar 143 plantas por hectare.

Abertura de covas

Deve ser feita manual e mecanicamente, nas dimensões de 40x40x40cm, separando-se a camada superficial do solo rica em matéria orgânica, para colocar no fundo quando do enchimento da cova.

Plantio de mudas

Deve ser feito em período chuvoso. O coleto (região entre a parte aérea e as raízes), deve ficar ao nível do solo; após o plantio é importante comprimir a terra em volta da planta.

Tratos culturais no campo

Coroamento - Consiste em eliminar as plantas daninhas que crescem em volta do dendezeiro, mantendo limpa a área ao seu redor, evitando competição e proporcionando condições favoráveis ao desenvolvimento.

Roçagem

Nos primeiros anos, é necessário eliminar, periodicamente, a vegetação existente nas estrelinhas, visando facilitar o estabelecimento de leguminosas.

Adubação

A obtenção de altos rendimentos só é possível com a utilização racional de fertilizante, já que o dendezeiro requer cerca de 192,5 kg de nitrogênio, 26 kg de fósforo, 251,4 de potássio, 61,3 de magnésio e 99,3 de cálcio por ha/ano para o crescimento e produção de 25 toneladas de cachos por hectare/ano. Os métodos usados como guia para recomendação de adubação baseiam-se em:

Análise de solo - dá uma ideia da disponibilidade de nutrientes no solo;

Análise foliar - indica o estado nutricional da planta naquele momento e estabelecem níveis críticos para cada nutriente;

Experiências de adubação - através das quais é possível determinar as necessidades exatas para um determinado tipo de solo e sob quais as condições ambientais adequadas.

Controle de pragas - A principal praga do dendezeiro de importância econômica na Bahia é o Rhynchophorus palmarum, cujas larvas alimentam-se dos tecidos do estipe, fazendo galerias que podem provocar uma podridão interna; quando atinge o meristema provoca a morte da planta.

Controle de doenças - O anel vermelho, causado pela nematoide Rhadinaphelencus cocophilus, é a única doença de importância econômica para o dendezeiro, no estado da Bahia; o inseto transmissor do nematoide é o Rhychoprus palmarum, que conduz o nematoide no intestino, traqueia e nas cavidades do corpo.

Colheita

A colheita é um trabalho muito importante, porque é nesta etapa que se obtêm os resultados de todos os esforços e investimentos com o cultivo. Na execução no trabalho de colheita, devem ser observadas duas etapas importantes:

Grau de maturação dos frutos - este fator está diretamente relacionado com o conteúdo de óleo na polpa e com a qualidade do óleo obtido.

O critério mais simples para se identificar o estágio ideal de maturação dos cachos são os frutos soltos que normalmente se encontram no pé da planta, quando o cacho está maduro recomendando-se que esse número não seja superior a 10 frutos;

Frequência de colheita - a maturação dos cachos ocorre ao longo de todo o ano: por isso, é necessário que os intervalos de colheita sejam curtos de forma que um cacho que deixou de ser colhido em um ciclo não esteja excessivamente maduro no seguinte, comprometendo a qualidade do óleo a ser obtido.

Produção

Um plantio corretamente conduzido inicia a produção ao final do terceiro ano, com uma produção entre 6 e 8 toneladas de cachos/ha, atingindo o pico máximo de produção no oitavo ano. Pode atingir 25 toneladas de cachos/ha, uma produção que permanece neste nível até o décimo sétimo ano, declinando ligeiramente até o final da sua vida útil produtiva, que ocorre por volta dos vinte e cinco anos.

Dos frutos do dendezeiro, podem ser extraídos dois tipos de óleos: "óleo de polpa", conhecido no Brasil como azeite de dendê, e "óleo de palmiste". O rendimento em óleo representa 22% do peso dos cachos para o óleo de polpa e 3% para o óleo de palmiste.

Frutos

Os frutos, nozes pequenas e duras, possuem polpa (mesocarpo) fibroso que envolve o endocarpo pétreo, nascem negros e quando estão maduros alcançam cor que varia do amarelo forte ao vermelho rosado passando por matrizes de cor alaranjada e ferrugem.

Ovóides (angulosos e alongados) nascem em cachos onde, por abundância, acabam se comprimindo e se deformando. A polpa produz o óleo de dendê (óleo de palma, palm oil ou Palmenol), de cor amarela ou avermelhada (por presença de carotenóides), de sabor adocicado e cheiro sui generis.

Os cachos de frutos maduros são colhidos em intervalos de 7 a 10 dias ao longo da vida econômica da palma. Pela ordem, a maximização da taxa de extração de óleo assegura que a qualidade do padrão de colheita seja aplicado.

Estes incluem, além da atenção cuidadosa em relação à maturidade dos frutos, a implementação de colheitas circulares e a colheita dos frutos com a mínima contusão.

Os frutos de dendê produzem dois tipos de óleos, extraídos por processos físicos como a pressão e calor, sem qualquer uso de solventes químicos:

Óleo de dendê: é conhecido como óleo de palma no mercado internacional, sendo extraído da parte externa do fruto. Este óleo representa em média 22-24% do peso dos cachos.

Produções de até 8 toneladas de óleo/ha/ano são atualmente obtidas em condições excelentes de clima e solos. Nas condições da Amazônia Brasileira, produções de 4 a 5 toneladas de óleo/ha/ano, são frequentemente obtidas.

Óleo de palmiste: similar ao óleo de copra/coco ou de babaçu. É normalmente utilizado na indústria de cosméticos e sabões finos. A produção anual deste óleo é de 0,4 a 0,6 toneladas por hectare de plantio de dendê.

A semente ocupa totalmente a cavidade do fruto e contém o óleo de palmiste (palm kernel oil) que é esbranquiçado e quase sem cheiro e sabor.

Os ácidos graxos do óleo de palma e seus componentes secundários são inigualáveis em propriedades nutricionais. Os mais importantes destes são a vitamina E da palma (tocoferol e tocotrienóides) e o carotenoide (alfa e betacaroteno).

A vitamina E da palma age como um antioxidante biológico que protege contra a oxidação e o processo de arteriosclerose.


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