Classificação
científica
Domínio:
Eukaryota
Reino:
Plantae
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Magnoliopsida
Ordem:
Sapindales
Família:
Anacardiaceae
Gênero:
Spondias
Espécie:
S. mombin
Nome
binomial Spondias mombin (L.)
O cajá
é o fruto da cajazeira (Spondias mombin). É também chamada de ambaló, ambaró,
cajá-mirim, cajazinha, tapareba, taperebá, taperibá ou tapiriba.
A
cajazeira (Spondias mombin L.) é uma espécie frutífera da família
Anacardiaceae. É originária da América tropical.
Na
região sudeste do estado brasileiro da Bahia, a cajazeira é encontrada como
árvore usada para sombreamento permanente do cacaueiro e também como produtora
de frutos que servem como importante fonte de renda adicional para o produtor.
Os frutos
drupáceos, suculentos, amarelos, azedos e aromáticos da cajazeira são muito
apreciados para refrescos e licores. Além disso, apresentam boas
características agroindustriais como rendimento de polpa de 56% em média e suas
características químicas, como Brix de 13o. A polpa de cajá está
entre as mais comercializadas na região.
Clima
e solo
A
cajazeira desenvolve-se bem em climas úmidos, subúmidos e quentes, com
precipitação anual entre 1.100 e 2.000 milímetros.
Os
solos recomendados para o plantio são os profundos e bem drenados, para que as
raízes tenham um desenvolvimento satisfatório. Os terrenos com declividade
acima de 20% não são recomendáveis.
Plantio
Recomenda-se
o plantio de mudas clonadas ou estacas lenhosas (1,20 cm de comprimento com 3 a
6 cm de diâmetro obtidos de plantas de boas características agroindustriais.
Em
plantios solteiros, sugere-se os espaçamentos 8 x 8 m (156 plantas/ha) e 8 x 6
m (208 plantas/ha), que podem ser modificados quando a cajazeira for utilizada
em consórcio com outras plantas.
Na
consorciação com o cacaueiro, recomenda-se um arranjo com fileira dupla da
cajazeira de 9 x 9 x 18 m, com 5 filas de cacaueiro no espaçamento de 3 x 3 m.
Para o
plantio recomenda-se abertura de covas com 40 x 40 x 40 cm adubadas com 20 a 30
litros de esterco curtido, 300 g de superfosfato simples, 50 g de uréia e 30 g
de cloreto de potássio.
Tratos
culturais
Apesar
da literatura agronômica não fornecer informações sobre nutrição e manejo para
a cajazeira, sugere-se a adaptação de tecnologia utilizada em outras fruteiras
tropicais com porte parecido.
Assim,
recomenda-se adubação com 400 g de superfosfato simples, 200 g de ureia e 150 g
de cloreto de potássio parcelados em 3 vezes ao ano.
Deve-se
manter a cajazeira livre da concorrência das plantas daninhas através de
roçagens e capinas.
Por se
tratar de uma planta com forte dominância apical, deve-se realizar a eliminação
do broto terminal quando a planta atingir 60 cm de altura, a fim de
proporcionar uma melhor distribuição dos ramos e uma arquitetura da copa mais
adequada.
A poda
de formação para obtenção de uma copa mais baixa requer cuidado constante.
Deve-se eliminar os ramos que apresentarem crescimento vertical.
Com
essa prática, espera-se que o porte da planta se mantenha entre 4 e 6 m de
altura, com o propósito de facilitar os tratos culturais.
Pragas
e doenças
Apesar
de não se encontrar plantios de cajazeiras tecnicamente formados, vários
pesquisadores já identificaram a ocorrência de pragas e doenças, que prejudicam
o desenvolvimento e a produção dessa fruteira.
Mosca-das-frutas
A
mosca-das-frutas (Anastrepha sp) inicia seu ataque quando o cajá se encontra
verdoengo ou de vez; os ovos são depositados no interior dos frutos.
Após a
eclosão, as larvas se alimentam da polpa e facilitam a entrada de fungos e
bactérias, provocando podridão e queda de frutos.
Os
frutos caídos abrigam as larvas e estas saem dos frutos e penetram no solo a 5
cm de profundidade, onde posteriormente se transformam em pupas e adultos.
Recomenda-se
coletar e enterrar os frutos caídos com sintomas do ataque dessa praga para
diminuir a população futura nos pomares.
Outras
pragas
Outros
insetos que afetam a cajazeira são: saúvas, tripes, cochonilhas, lagartas que
atacam folhas, ramos e frutos.
Doenças
As
principais doenças descritas são: antracnose, verrugose, resimose,
cercosporiose e mancha-de-alga.
Colheita
e comercialização
A
colheita é feita manualmente, através da coleta dos frutos maduros caídos.
Nos
estados produtores, o período de safra varia: maio a junho na Paraíba;
fevereiro a maio na região sudeste da Bahia; agosto a dezembro no Pará e
janeiro a maio no Ceará.
A
comercialização na região Sul da Bahia é feita em feiras livres, às margens de
rodovias próximas às unidades de produção e nas indústrias de processamento de
polpas localizadas na região.
Utilização
Atual e Potencial
Na
indústria - os frutos possuem excelente sabor e aroma, além de rendimento acima
de 60% em polpa, e por isso são amplamente utilizados na confecção de suco,
néctar, sorvetes, geleias, vinhos, licores, etc.
Devido
a sua acidez, normalmente, não é consumido ao natural. Apesar da polpa de cajá
possuir grande demanda, em algumas regiões do país, a sua industrialização é
totalmente dependente das variações das safras, considerando a forma de
exploração extrativista do cajá e a grande perda de frutos devido a problemas
de colheita e de transporte.
Desse
modo, a atual produção industrializada não é suficiente para atender nem o
mercado interno consumidor do Norte e Nordeste.
Na medicina popular e na indústria
farmacêutica - é crescente a utilização do cajá. A casca é aromática,
adstringente e emética, constituindo-se um bom vomitório nos casos de febres
biliosas e palustres, tem reputação de antidiarréica, antidesintérica,
antiblenorrágica e anti-hemorroidária, sendo a última propriedade também
atribuída a raiz.
As
folhas são úteis contra febres biliosas, constipação do ventre, dores do
estômago etc. Nos últimos anos, descobriu-se que o extrato das folhas e dos
ramos da cajazeira continham taninos elágicos com propriedades medicinais para
o controle de bactérias gram negativas e positivas.
Na
alimentação animal - As folhas são alimentos prediletos do bicho na época da
seca
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