Pinhão é a designação genérica da semente de várias espécies
de pinaceaes e araucariaceaes, plantas gimnospérmicas, isto é, cuja semente não
se encerra num fruto.
O pinhão se forma dentro de uma pinha, fechada, que com o
tempo vai-se abrindo até liberar o pinhão. Nas pináceas (a exemplo do Pinus
elliottii), as sementes são dotadas de uma película, como uma espécie de asa,
que se descola da pinha madura e possibilita que as sementes sejam espalhadas
pelo vento, iniciando-se assim o processo de crescimento de um novo pinheiro.
No Brasil, o termo pinhão geralmente designa as sementes da
Araucaria angustifolia, árvore de destacada importância cultural, econômica e
ambiental na região sul e em algumas partes do sudeste do Brasil.
No caso das araucárias, e notadamente da Araucaria
angustifolia - também conhecida como pinheiro-do-paraná ou pinheiro brasileiro
- a pinha atinge proporções razoáveis, constituindo-se de uma esfera compacta
com diâmetro entre 15 e 20 centímetros.
Nos meses de maio e junho, no tardar do outono do hemisfério
sul, as pinhas estouram' ao sol do meio-dia, possivelmente como reflexo da
dilatação após a manhã fria. Com o estouro estes pinhões espalham-se num raio
de aproximadamente cinqüenta metros a partir da planta mãe.
Mas, apesar de engenhosa, esta não é a principal forma de
disseminação desta notável planta. O homem e os animais que se alimentam desse
pinhão também atuam no transporte e disseminação das sementes.
Os serelepes costumam armazenar os pinhões, enterrando
grande quantidade de sementes no solo. Essas sementes acabam sendo esquecidas e
assim geram novas árvores. Apesar da crença de que a gralha-azul dissemina o
pinhão, na verdade são os pequenos roedores terrestres os principais vetores.
O pinhão mede entre cinco e oito centímetros, e tem a forma
de uma cunha cuja casca recobre a massa compacta e altamente energética da
semente propriamente dita.
Por seu gosto característico e pela presença regionalizada,
o pinhão é muito apreciado no sul do Brasil (no Paraná, que possuí
reconhecidamente a maior área de araucárias do país, o pinhão é símbolo
estadual, sendo o estado sulista conhecido com a "Terra do Pinhão") e
também em alguns estados da região sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais, onde ocorrem alguns focos de araucária.
Em Santa Catarina o pinhão é talvez a comida mais típica do
estado, sendo consumido assado ou cozido, destacando-se alguns pratos, como a
paçoca de pinhão e o entrevero. O mesmo acontece no Rio Grande do Sul, estado
em que o pinhão é tradicionalmente consumido nos meses de outono e inverno.
No Paraná, estado cujo símbolo é o pinhão, são feitos os
doces de pinhão, frango ensopado com pinhão, sopa de pinhão, cordeiro ao molho
de pinhão e outras iguarias paranaenses. O pinhão é também apreciado como
aperitivo e em várias sobremesas.
Existem até mesmo diversas "festas do pinhão", que
são festivais culinários que se realizam em uma boa parcela das cidades do
interior do estado, onde há grande ocorrência de araucárias.
Além de ser utilizado como ingrediente em alguns pratos, o
pinhão pode ser consumido de forma isolada, normalmente assado ou cozido.
Tradicionalmente, o pinhão era sapecado no chão do campo em meio às próprias
grimpas da araucária.
Embora no passado o pinhão tenha feito parte da dieta dos
índios Kaingang, a coleta para o consumo humano não é recomendada e é até
coibida em algumas épocas e locais. Isto ocorre porque os animais silvestres
necessitam do pinhão como suplemento alimentar, para enfrentar o inverno.
O grande consumo humano poderia portanto prejudicar a
perpetuação dessas espécies animais - assim como a da própria araucária.
Propriedades Nutricionais do pinhão de Araucária
angustifolia, cozido (nutrientes por 100g e %):
Energia: 174Kcal - 730kJ
Proteína: 3g - 3%
Lipídeos: 0,7g - 0,7%
Carboidratos: 43,9g - 43,9%
Fibras: 15,6g - 15,6%
Cinzas: 1,8g - 1,8%
Cálcio: 16mg - 0,016%
Magnésio: 53mg - 0,053%
Manganês: 0,41mg - 0,00041%
Fósforo: 166mg - 0,166%
Ferro: 0,8mg - 0,0008%
Sódio: 1mg - 0,001%
Potássio: 727mg - 0,727%
Cobre: 0,18mg - 0,00018%
Zinco: 0,8mg - 0,0008%
Vitamina C: 27,7mg - 0,0277%
Os pinoli (do italiano pinolo, pl. pinoli) ou, em Portugal,
simplesmente pinhões, são pinhões de Pinus pinea, árvore nativa da franja
mediterrânea. Esses pequenos pinhões de formato ovalado, textura macia e
coloração amanteigada são usados na culinária, especialmente do Oriente
Médio—por exemplo para o recheio de quibes—e na Itália—notadamente no preparo
do pesto genovês. Seu sabor assemelha-se ao da amêndoa.
São comidos como snack em Portugal e em Espanha, onde também
são utilizados na culinária, particularmente na doçaria. No Brasil, seu uso é
difundido em áreas de colonização libanesa ou italiana. Entre os libaneses, são
chamados snoubar.
O pinhão foi o segundo fruto seco mais exportado, em 2013,
em Portugal, a seguir à castanha.
O pinheiro manso ocupa, em Portugal, uma área total de cerca
de 176 mil hectares e corresponde à espécie florestal com maior incremento na
área arborizada (54%) relativamente ao inventário florestal nacional de 2005.
A produção de pinhão ocupa um lugar importante na economia
das regiões onde se desenvolve, pelo rendimento que traz aos proprietários
florestais e à indústria de descasque do pinhão.
O Alentejo produz 67% das pinhas nacionais e 15% das pinhas
mundiais, segundo dados de 2013 da União da Floresta Mediterrânica (UNAC). A
capacidade produtiva da pinha é estimada num valor económico que se situa entre
os 50 e 70 milhões de euros por ano.
O pinhão é semente da araucária, árvore símbolo do Paraná,
que infelizmente está em extinção.
Muito consumido na época de festas juninas, o pinhão é uma
semente de sabor acentuado, macia, e muito apreciada. É altamente calórica, por
isso deve ser consumida com moderação, mas quem que resiste?
O pinhão pode ser feito na chapa do fogão a lenha (para quem
tem esse privilégio de ter um em sua cozinha!), ou na chapa do fogão a gás
mesmo, pode ser utilizado em receitas doces ou salgadas, mas quando é cozido na
água é espetacular, festa junina sem pinhão não é festa junina.
Além de ser saborosíssimo, o pinhão possui diversas
propriedades nutricionais. Ele é rico em ferro, manganês, zinco, fósforo,
magnésio e cálcio, e também contém quantidades significativas das vitaminas do
complexo B e vitamina C, além de fibras e proteínas.
Estudos indicam que o consumo regular de pinhão ajuda a
prevenir doenças cardíacas, alguns tipos de câncer, ajuda a controlar o
diabetes e o colesterol. Também é útil para quem tem problemas de osteoporose e
descalcificação.
É também um ótimo alimento para a nutrição cerebral, graças
a quantidade de zinco e vitaminas do complexo B que ajudam a nutrir as células
do sistema nervoso central.
Apesar de todos esses benefícios, vale lembrar novamente que
o pinhão é bem calórico, cada semente tem aproximadamente 20Kcal, por isso
consuma com moderação, pois o consumo exagerado faz engordar!
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