Classificação
científica
Reino: Archaeplastida
Clado: Primoplantae
Filo: Rhodophyta
Classe: Florideophyceae
Ordem: Gracilariales
Família: Gracilariaceae
Género: Gracilaria
Greville, 1830
Espécies
Gracilaria
bursa-pastoris (S.G.Gremlin) Silva
Gracilaria
multipartita (Clemente)Harvey
Gracilaria
gracilis (Stackhouse) Steentoft, L.Irvine & Farnham
Gracilaria
longissima (S.G.Gmelin) Steentoft, L. Irvine & Farnham
Gracilaria
verrucosa (Hudson) Papenfuss
Gracilaria
confervoides (L.) Greville
Gracilaria é um
género de algas vermelhas (Rhodophyta) de importância económica para a produção
de agar e para uso alimentar de seres humanos e de várias espécies de animais
marinhos.
A agarose
extraída industrialmente de algas deste género é usada como ingrediente na
produção de gelatinas. Várias espécies são cultivadas nas regiões subtropicais
e tropicais.
O género
Gracilaria inclui algas marinhas de porte moderado, de vida livre, em geral
erectas e com talos lineares, muito ramificadas. Os talos são cartilaginosos,
cilíndricos ou planos, emergindo de pequenos nódulos ou de um disco adesivo.
Cada espécime é
composto por um ou mais eixos de crescimento indefinido, em geral em pequeno
número, dicotomicamente ou por vezes irregularmente ramificados.
A estrutura de
suporte é monoaxial ou de filamento central, que se altera com o crescimento
transformando-se num talo parenquimatoso com córtex e medula bem diferenciados.
Nalguns casos
ocorre uma mudança brusca ou gradual no tamanho das células desde a zona
central para a periférica. A camada externa de células está disposta em ângulo
recto com a superfície do talo, formando cadeias celulares.
A medula é
formada por grandes células parenquimatosas incolores. As espécies que integram
o género são heterotálicas, com diferenças na estrutura dos talos que permite
distinguir as espécies.
Espermatângios em
soros superficiais ou conceptáculos. Filamentos carpogoniais de duas células,
com carpogónio que se alonga após a fertilização e se funde com as células
vizinhas para formar uma grande célula placental.
Os filamentos
gonoblásticos crescem em direcção à superfície do talo, formando uma massa
compacta, com as células terminais a se desenvolverem em carposporos.
Cistocarpos inseridos em talos mais alongados, esféricos ou cónicos, sésseis,
ostiolados, em geral providos de um pequeno gonimoblasto basal.
Carposporângios
alimentados através de filamentos alimentadores formados por células tubulares
que se estendem até ao pericarpo. Tetrasporângios em geral distribuídos pelos
talos somáticos. Tetrasporos cruciados.
As espécie
Gracilaria bursa-pastoris (S.G.Gremlin) Silva e Gracilaria multipartita
(Clemente) Harvey encontram-se desde há muito estabelecidas nas costas do sul
da Inglaterra e do noroeste da França, mas a dificuldade em delimitar estas
espécies de outros membros do complexo específico a que pertencem.
Nomeadamente as
espécies Gracilaria gracilis (Stackhouse) Steentoft, L.Irvine & Farnham e
Gracilariopsis longissima (S.G.Gmelin) Steentoft, L. Irvine & Farnham
(descrita como Gracilaria verrucosa (Hudson) Papenfuss ou Gracilaria
confervoides (L.) Greville) (Steentoft et al. 1995)), tem impedido o
reconhecimento do limite setentrional de distribuição destas espécies.
As algas do
género Gracilaria são usadas como alimento na cozinha japonesa, cozinha
havaiana e na cozinha filipina. Na tradição culinária japonesa os produtos
derivados das algas deste género são desligados por ogonori ou ogo, enquanto
que nas Filipinas é conhecido por gulaman e usado na confecção de um tipo de
gelatina também designada por gulaman. Na Jamaica estas algas são conhecidas
por Irish moss (musgo irlandês).
Os
oligossacarídeos extraídos de algas do género Gracilaria com grau de
polimerização 6 preparados por digestão de polissacarídeos pela agarase dessas
algas foram identificados como agentes profilácticos eficazes durante
experiências in vitro e in vivo de infecção viral com o agente da encefalite
japonesa.
Os
oligossacarídeos sulfonados de de Gracilaria sp. aparentam ser candidatos
promissores para ulterior desenvolvimento como agentes antivirais.
As espécies de
Gracilaria aparecem com frequência comercializadas como macroalgas para
utilização em aquariofilia.
A capacidade de
absorção de nutrientes faz destas espécies uma boa escolha para refúgio de
pequenos peixes de aquário, sendo que as suas frondes são palatáveis para
diversas espécies de peixes herbívoros, entre os quais os pertencentes à
família Acanthuridae.
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