Os brotos (de feijão, alfafa, trigo, girassol, gergelim, trevo, rabanete etc) estão à frente de uma nova tendência alimentar, a life food, ou comida viva (nova para alguns, porque essa prática é milenar - germinar e/ou brotar sementes - que o digam os orientais).
Os brotos germinados de lentilhas, alfafa, soja, trevo vermelho, trigo, rabanete, funcho, em moda nos últimos anos e origem da epidemia de diarreia que já deixou 30 mortos na Europa, também são conhecidos como fontes de infecções alimentares.
Entre 1973 e 2005, o ministério canadense da Saúde registrou "pelo menos 37 surtos de doenças" vinculados a brotos de feijões germinados no mundo. Na maioria dos casos, as doenças foram causadas por bactérias Escherichia coli (E. coli) ou salmonelas.
Em 1996, no Japão, brotos de rabanete germinados foram apontados como responsáveis pela contaminação de milhares de pessoas pela bactéria E. coli O157:H7.
Entre os alimentos envolvidos em epidemias de E.coli entero-hemorrágica (ECEH), como a que afeta a Alemanha, está a carne malcozida e produtos lácteos fabricados com leite cru.
Mas episódios epidêmicos também são "cada vez mais frequentemente associados ao consumo de frutas e legumes", destacou a Organização Mundial da Saúde (OMS), citando as alfaces, a couve crua, diversas verduras cruas e os brotos germinados.
De fato, a maioria dos brotos germinados são consumidos crus ou cozidos de forma insuficiente - como no caso do feijão mungo - para que a bactéria seja destruída.
A contaminação, provocada por contato com fezes de ruminantes, pode ocorrer em uma etapa ou outra da produção, através da adubação ou da água contaminada.
Segundo a OMS, as investigações durante epidemias anteriores mostraram que "os agentes patogênicos encontrados nos brotos germinados proveem provavelmente dos próprios brotos", contaminados "nos campos ou durante a colheita, da conservação ou do transporte".
"Durante a germinação, quando se forma a plântula (nr: embrião vegetal), um pequeno número de agentes patogênicos presentes na superfície dos grãos pode se desenvolver rapidamente e chegar a ser suficientemente numerosos para provocar uma doença", emendou.
As bactérias "podem permanecer latentes durante meses nos grãos", explicou Stephen Smith, microbiologista do Trinity College de Dublin, citado pela BBC, e a população bacteriana pode se multiplicar por 100.000 durante a germinação.
A germinação se realiza "fora do solo", em um local fechado, "com calor e água, inclusive com luz caso se queira que tenham cor, em particular o alho poró ou o alho", explicou à AFP uma produtora de grãos germinados orgânicos.
As principais vantagens:
Clorofila - além de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais, os brotos concentram clorofila – que representa 70% da parte sólida da planta (para fazê-la crescer forte e saudável). Daí a energia vital que o broto assim contém.
A clorofila melhora a circulação sanguínea e o funcionamento do intestino e dos pulmões; além disso, desintoxica o organismo e participa da renovação das células e dos tecidos.
Enzimas - adormecidas nas sementes, as enzimas são liberadas durante a germinação e atingem o ponto máximo em uma semana, quando geralmente os brotos estão prontos para serem consumidos.
Elas diminuem os fatores anti-nutricionais (tanino e ácido fítico) da planta, que dificultam a absorção dos nutrientes. Além disso, as enzimas favorecem a multiplicação das vitaminas e dos minerais.
Um estudo do Departamento de Agricultura da Universidade de Alberta, em Edmonton, Canadá, observou que os brotos têm a vitamina C aumentada em 600%, e a vitamina E e o betacaroteno, triplicados. Por serem antioxidantes, essas três substâncias fortalecem o sistema imunológico.
Proteína de alta qualidade - mais que quantidade, a proteína dos brotos tem qualidade, além de ser facilmente digerida e assimilada. Uma dica correta para quem não come carne é caprichar no seu consumo.
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