Baga
de zimbro é a designação comum, incluindo para fins comerciais, dada às pinhas
modificadas (ou cones femininos) produzidos por diversas espécies do género
Juniperus, o qual inclui os zimbros e juníperos.
Do
ponto de vista botânico a estrutura é um gálbulo, um pseudofruto, e não uma
verdadeira baga. Trata-se de um estróbilo típico das coníferas, mas cujas
escamas estão profundamente modificadas e transformadas em estruturas carnudas
e coalescentes, o que os transforma em verdadeiras pseudo-bagas.
Este
tipo de estrutura é característico de um conjunto reduzido de espécies, entre
as quais Juniperus communis, sendo utilizado desde os tempos imemoriais como
especiaria, particularmente na cozinha do noroeste europeu e na cozinha dos
povos ameríndios da América do Norte.
As
bagas são também utilizadas para dar aroma e cor a diversas bebidas destiladas,
entre as quais os gins. De acordo com a FAO, as bagas de zimbro são a única
especiaria derivada de coníferas.
Todas
as espécies do género Juniperus produzem este tipo de falsas bagas, mas a
maioria é considerada demasiado amarga para poder ser ingerida por humanos.
Para
além de J. communis, outras espécies que produzem bagas comestíveis são
Juniperus drupacea, Juniperus phoenicea, Juniperus deppeana e Juniperus
californica. Algumas espécies, entre as quais Juniperus sabina, são tóxicas e o
seu consumo não é recomendável.
As
bagas de Juniperus communis e da maioria das restantes espécies comestíveis têm
4-12 mm de diâmetro, embora nalgumas espécies possam ser maiores, como é o caso
de J. drupacea cujas bagas têm 20–28 mm de diâmetro, as mais volumosas entre as
espécies com utilização alimentar conhecida.
Ao
contrário do que acontece com as escamas das pinhas da grande maioria da
coníferas, que endurecem e lenhificam com a maturação, no caso das espécies do
género Juniperus, as escamas permanecem macias, engrossando numa estrutura
carnuda que coalesce numa pseudo-baga que recobre as sementes. As bagas assim
formadas são verdes e duras quando imaturas, mas quando amadurecem engrossam,
amolecem e ganham sabor e aroma frutado.
Embora
em algumas espécies as bagas maduras possam ter coloração amarelada ou
alaranjada quando maduras, na maioria das espécies comestíveis ao maturarem
adquirem coloração negra-azeviche ou azul-escura com laivos de púrpura.
O
período de maturação ronda os 18 meses na maioria das espécies, incluindo J.
communis (mais curta, 8–10 meses em algumas espécies, mas cerca de 24 meses em
J. drupacea).
A
utilização culinária cinge-se em geral às bagas maduras, sendo preferidas as de
cor negra, enquanto na utilização para preparação de bebidas destiladas são
preferidas bagas com desenvolvimento completo, mas ainda imaturas.
Na
preparação dos gins, o sabor e aroma é dado por bagas já completamente crescidas,
mas que ainda retêm a cor verde típica das bagas imaturas.
O
sabor das bagas imaturas, enquanto verdes, apresenta um perfil dominado pelos
óleos essenciais do grupo do pineno, com traços que são em geral descritos como
sabores do tipo resinoso e a pinho.
Quando
as bagas amadurecem, este fundo do tipo pinho ganha notas descritas como
próximo dos sabores associados aos citrinos e às ervas aromáticas verdes.
As
camadas externas da baga são relativamente pobres em sabor, razão pela qual as
bagas são em geral pelo menos ligeiramente maceradas antes de serem usadas como
condimento em confecções culinárias ou como aromatizante em bebidas.
As
bagas podem ser utilizadas frescas ou secas, mas a intensidade do seu aroma e
sabor declina com a secagem e armazenamento, razão pela qual são em geral
utilizadas em fresco e sempre que possível imediatamente após a colheita.
As
bagas de zimbro são muito usadas na culinária do noroeste da Europa,
particularmente da Escandinávia e da região báltica, com o objectivo de
"dar um sabor claro e nítido" a pratos de carne, especialmente de
aves selvagens (incluindo o tordo, melro e galinhola) e de caça (incluindo
javali, gamo e veado).
Também
é utilizado para temperar pratos de carne de porco e de couves e outros
vegetais de folha, especialmente em pratos de chucrute.
Algumas
receitas tradicionais mais conhecidas do noroeste europeu, como o choucroute
garnie, um prato alsaciano de chucrute e carnes, incluem obrigatoriamente bagas
de zimbro.
Para
além de múltiplos pratos noruegueses e suecos, as bagas de zimbro também são
por vezes utilizados na cozinha alemã, austríaca, checa, polaca e húngara,
muitas vezes com assados (tais como o sauerbraten, uma especialidade alemã).
Também
a cozinha da região alpina da Itália, em especial a do Tirol do Sul, incorpora
bagas de zimbro.
As
bagas de zimbro, tipicamente da espécie Juniperus communis, são usadas para dar
sabor e aroma ao gin, um licor destilado desenvolvido no século XVII, nos
Países baixos.
O
próprio nome da bebida é derivado de jenever, o nome comum do zimbreiro na
língua flamenga, adoptado nas línguas inglesa e portuguesa através do
encurtamento de genièvre (aportuguesado para ginebra ou genebra), o nome comum
em francês do zimbreiro.
Entre
as múltiplas bebidas que incluem como ingrediente a baga de zimbro está a
cerveja finlandesa de centeio e zimbro conhecida como sahti, que é aromatizada
com frutos e ramos de zimbro.
A
marca Dry Soda produz um refrigerante aromatizado com baga de zimbro, como
parte de sua oferta de sabores. Recentemente, algumas destilarias americanas
começaram a usar variedades norte-americanas de zimbro, como Juniperus
occidentalis, para aromatizar bebidas destiladas.
As
bagas de zimbro foram inicialmente utilizadas como medicamento natural, pois
são diuréticas e consideradas estimulantes do apetite e um remédio para o
reumatismo e a artrite.
Algumas
tribos nativas do Oeste americano relatam ter usado o zimbro como um inibidor
do apetite em tempos de fome. Atualmente, o zimbro está sendo estudado como um
possível tratamento para casos de diabetes associados à dieta, uma vez que
favorece a libertação de insulina do pâncreas (daí aliviar a fome). Também é referido
com tendo sido usado por algumas tribos como contraceptivo feminino.
Algumas
espécies norte-americanas de Juniperus produzem bagas com um sabor mais
adocicado e menos resinoso do que as espécies que são utilizadas como
condimento. Por exemplo, as pseudobagas carnudas de Juniperus californica são
descritas como "secas, farinhentas e fibrosas, mas doces e sem traços de
resina".
Essas
espécies têm sido utilizadas não só como condimento mas também como um alimento
nutritivo por alguns povos ameríndios da América do Norte.
Para
além de fins medicinais e culinários, os povos nativos norte-americanos também
utilizavam as sementes encontradas dentro de bagas de zimbro como contas para a
confecção de joias e decoração.
Um
óleo essencial extraído de bagas de zimbro é utilizado em aromaterapia e
perfumaria. Aquele óleo essencial pode ser destilado das bagas de zimbro e é
também utilizado para dar sabor e aroma a gins.
A
origem utilização das bagas de zimbro é muito antiga. Bagas de Juniperus
phoenicea e Juniperus oxycedrus foram encontradas em múltiplos túmulos do
antigo Egito.
Embora
não se conheça a ocorrência natural de J. oxycedrus e de Juniperus excelsa no
Egito, bagas destas espécies, a que se juntam bagas de J. oxycedrus, foram
encontradas no túmulo de Tutankhamun. Estas bagas terão sido importadas,
provavelmente a partir da Grécia.
Na
Grécia Clássica os registos da utilização de bagas de zimbro para fins
medicinais precedem em muito a sua a sua menção como condimento.
Os
antigos gregos usavam as bagas em muitos dos seus eventos olímpicos devido à
sua crença de que o consumo das bagas aumentariaa resistência física dos
atletas.
Os
romanos utilizavam bagas de zimbro como um sucedâneo barato e de produção
doméstica da pimenta preta e da pimenta longa importadas da Índia.
Era
também usada como adulterante, uso reportado por Plínio o Velho na sua História
Natural quando afirma: "A pimenta é adulterada com bagas de zimbro, as
quais têm a propriedade, num grau maravilhoso, de assumir a pungência da pimenta."
Plínio
também afirmou, embora incorretamente, que a pimenta preta crescia em árvores
"muito similares na aparência aos nossos zimbros".
O
zimbro, modo popular como é conhecido o arbusto Juniperus communis, planta que
é comumente encontrada na Europa e que produz frutos arredondados, semelhantes
à uva, onde se encontram a parte mais importante do zimbro: as sementes! Estas
são usadas como aromatizantes ou temperos, por conta de seu aroma e sabor
marcantes.
Estas
sementes originam um óleo que é usado para dar o sabor e aroma característicos
da bebida alcoólica gin, bastante usado em drinques, com sabor e perfume
levemente adocicados.
As
bagas do zimbro ainda têm propriedades e aplicações medicinais, sendo usadas
para aliviar dores, irritações na pele e inflamações.
Os
frutos do zimbro também são conhecidos por outros nomes, como: genebreiro,
junípero, zimbrão, fruto da genebra ou junipo.
Conheça
algumas propriedades deste fruto
O óleo
das frutas de zimbro pode ser usado para tratar doenças respiratórias, como
asma e bronquite;
A
planta também tem funções digestivas, reduz acidez estomacal e o mau hálito;
Também
é usado na cosmética, nos tratamentos de: acne, celulite e irritações da pele.
Seu
fruto tem ação calmante e reduz o nervosismo e a insônia, além de ser tônico,
diurético e antisséptico.
A
infusão de folhas e galhos é usada como anticaspa e como repelente de insetos.
Normalmente,
as bagas são usadas desidratadas ou em pó e o óleo retirado de seus frutos,
usado em sintomas das doenças respiratórias, como asma e da bronquite.
Dos
frutos, pode-se fazer infusões ou tinturas para tratar inflamações, doenças de
pele e má digestão. Também há as compressas feitas com o fruto do zimbro que
tratam psoríase e dores ciáticas e o alcoolato (bagas imersas em álcool por
bastante tempo), é útil para reduzir as dores reumáticas.
Precauções
quando ao seu uso
Como
possui algumas substâncias tóxicas, a planta deve ser usada com moderação.
Quando utilizado em infusão ou tintura, as toxinas são reduzidas, mas, mesmo
assim, devem ser consumidas doses pequenas.
As
gestantes e lactantes também são desaconselhadas a fazerem uso do zimbro, assim
como pessoas com inflamações renais
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