Bioma Savana
Área 2 045 064 km²
Países Brasil,
Paraguai
Cerrado é um bioma do tipo savana que ocorre no Brasil,
constituindo-se num dos seis grandes biomas brasileiros.
A palavra "cerrado" pode ser usada em três
sentidos. O "cerrado" lato sensu, ou simplesmente cerrado: é um tipo
vegetacional (também chamado tipo de vegetação ou fitocório, que é um conceito
florístico, que leva em conta a composição dos grupos taxonômicos das plantas
de uma comunidade, isto é, a flora).
Corresponde à Oreades de Martius. É composto por três biomas
(que é um conceito fisionômico-funcional, e que apesar de englobar tanto as
plantas quanto os animais e microrganismos de uma comunidade, na prática, se
define pela fisionomia ou aparência geral das plantas da comunidade, isto é, a
vegetação - não confundir com o conceito "tipo de vegetação") e seis
fisionomias (subtipos de um bioma): o bioma campo tropical (fisionomia campo
limpo), o bioma savana (fisionomias campo sujo, campo cerrado e cerrado stricto
sensu) e o bioma floresta estacional (fisionomia cerradão). O "cerrado"
stricto sensu é uma das fisionomias do bioma savana, e parte do tipo
vegetacional cerrado lato sensu.
O "Cerrado", com inicial maiúscula, trata-se de um
domínio fitogeográfico (área do espaço geográfico, com dimensões
subcontinentais, em que predominam características morfoclimáticas - de clima e
relevo - semelhantes e um certo tipo vegetacional, mas onde pode haver vários
tipos vegetacionais).
Nele, incluem-se o tipo vegetacional cerrado lato sensu (com
seus vários biomas), além de outros tipos vegetacionais (como a floresta
ripícola, o campo rupícola, a floresta estacional semidecídua, a floresta
estacional decídua, o campo úmido) e outros biomas (mata ciliar, mata de
galeria, mata seca, parque do cerrado, palmeiral, vereda e campo rupestre).
Pode-se observar, então, que embora o cerrado lato sensu ou
o Cerrado sejam comumente referidos, até mesmo em certos documentos oficiais do
IBGE ou da Embrapa, como um bioma (que é definido a partir de características
fisionômicas e ambientais, independentemente da composição taxonômica da
comunidade), de acordo com o uso internacional do conceito de bioma, o correto
é dizer que o cerrado (seja o tipo vegetacional ou o domínio morfoclimático)
contém biomas, e não que é um bioma.
As "savanas brasileiras" — o Cerrado e a Caatinga
— são uma forma de vegetação que tem diversas variações fisionômicas ao longo
das grandes áreas que ocupam o território do país. É uma área zonal, como as
savanas da África, e corresponde grosso modo ao Planalto Central.
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, estendendo-se
por uma área de 2.045.064 km² , abrangendo oito estados do Brasil Central:
Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Piauí e o Distrito Federal.
Cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América
do Sul, tem índices pluviométricos regulares que lhe propiciam sua grande
biodiversidade.
Ecossistemas do bioma cerrado do Brasil:
Cerrado
Cerradão
Campestre
Floresta de galeria
Cerrado rupestre
Há também os ecossistemas de transição com os outros biomas
que fazem limite com o Cerrado.
O Cerrado possui alta biodiversidade, embora menor que a
mata atlântica e a floresta amazônica. Pouco afetado até a década de 1960, está
desde então crescentemente ameaçado, principalmente os cerradões, seja pela
instalação de cidades e rodovias, seja pelo crescimento das monoculturas, como
soja e o arroz, a pecuária intensiva, a carvoaria e o desmatamento causado pela
atividade madeireira e por frequentes queimadas, devido às altas temperaturas e
baixa umidade, quanto ao infortúnio do descuido humano.
Nas regiões onde o cerrado predomina, o clima é quente e há
períodos de chuva e de seca, com incêndios espontâneos esporádicos, com alguns
anos de intervalo entre eles, ocorrendo no período da seca.
A vegetação, em sua maior parte, é semelhante à de savana,
com gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e
raízes longas, que permitem a absorção da água - disponível nos solos do
cerrado abaixo de 2 metros de profundidade, mesmo durante a estação seca do
inverno.
Dependendo de sua concentração e das condições de vida do
lugar, pode apresentar mudanças diferenciadas denominadas de cerradão,
campestre e cerrado (latu sensu), intercalado por formações de florestas,
várzeas, campos rupestres e outros. Nas matas de galeria aparecem por vezes as
veredas.
Outros ecossistemas: Campo Sujo, Campo Cerrado, Cerrado
Rupestre, Mata Seca ou Mata Mesofítica e Parque Cerrado.
Grande parte do Cerrado já foi destruída, em especial para a
instalação de cidades e plantações, o que o torna um bioma muito mais ameaçado
do que a Amazônia.
Clima
O clima predominante no Cerrado é o Tropical Sazonal, com
inverno seco. A temperatura média anual é de 25°C, podendo chegar a marcações
de até 40°C na primavera. As mínimas registradas podem chegar a valores
próximos de 10°C ou até menos, nos meses de maio, junho e julho.
A precipitação média anual fica entre 1 200 e 1 800
milímetros, com estação chuvosa compreendida entre outubro e abril, sendo
dezembro e janeiro os meses mais chuvosos.
Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem
ocorrer no meio da primavera e do verão. No período de maio a setembro os índices
pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero.
Nos períodos de estiagem, o solo se resseca muito, mas
somente em sua parte superficial (1,5 a 2 metros de profundidade). Mas vários
estudos já demonstraram que, mesmo durante a seca, as folhas das árvores perdem
razoáveis quantidades de água por transpiração, evidenciando a disponibilidade
deste mineral nas camadas profundas do solo.
Outra evidência é a floração do ipê-amarelo na estação da
seca, porém a maior demonstração deste fato é a presença de extensas plantações
de eucaliptos, crescendo e produzindo plenamente, sem necessidade de irrigação
e adubação.
Ventos fortes e constantes não são características gerais do
Cerrado. Normalmente a atmosfera é calma e o ar fica, muitas vezes, quase
parado. Em agosto costumam ocorrer algumas ventanias, levantando poeiras e
cinzas de queimadas a grandes alturas, através de redemoinhos que se podem ver
de longe.
A radiação solar é bastante intensa, podendo reduzir-se
devido à alta nebulosidade nos meses excessivamente chuvosos do verão.
Relevo
Os pontos mais elevados do Cerrado estão na cadeia que passa
por Goiás em direção sudeste-nordeste. O Pico Alto da Serra dos Pireneus, com 1
385 metros de altitude, a Chapada dos Veadeiros, com 1 250 metros e outros
pontos com elevações consideradas, que se estendem em direção noroeste; a Serra
do Jerônimo e outras serras menores, com altitudes entre 500 e 800 metros.
O relevo é um tanto acidentado, com poucas áreas planas. Nos
morros mais altos são encontrados pedregulhos, argila com inclusões de pedras e
camadas de areia.
Outra formação é constituída por aflorações e rochas
calcárias, com fendas, grutas e cavernas em diferentes tamanhos. Por cima das
rochas há uma vegetação silvestre. Possui campos e vales com vegetação bem
característica e há ainda uma floresta-galeria rodeando riachos e lagoas.
Os solos apresentam-se intemperizados, devido à alta
lixiviação e possuem baixa fertilidade natural. Apresenta pH ácido, variando de
4,3 a 6,2. Possui elevado conteúdo de alumínio, baixa disponibilidade de
nutrientes, como fósforo, cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica, zinco,
argila, compondo-se de caulinita, goethita e gibbsita. O solo é bem drenado,
profundo e com camadas de húmus.
Há estruturas do solo bem degradadas, devido às atividades
agrícolas e pastagens, inclusive o chamado reflorestamento com Eucalyptus na
década de 1960.
A recuperação é muito difícil, principalmente nos cerradões,
devido às características do solo e ao regime de chuvas. Pode ser tentada a
revegetação associado com plantio de milho, feijão, café, freijó, maniçoba,
buriti ou dendê, no sistema de agrofloresta.
Vegetação
Quem já viajou pelo interior do Brasil, através de estados
como Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul,
certamente atravessou extensos chapadões, cobertos por uma vegetação de
pequenas árvores retorcidas, dispersas em meio a um tapete de gramíneas - o
cerrado.
Durante os meses quentes de verão, quando as chuvas se
concentram e os dias são mais longos, tudo ali é muito verde. No inverno, ao
contrário, o capim amarelece e seca; quase todas as árvores e arbustos, por sua
vez, trocam a folhagem senescente por outra totalmente nova.
Mas não o fazem todos os indivíduos a um só tempo, como nas
caatingas nordestinas. Enquanto alguns ainda mantém suas folhas verdes, outros
já as apresentam amarelas ou pardacentas, e outros já se despiram totalmente delas.
Assim, o cerrado não se comporta como uma vegetação
caducifólia, embora cada um de seus indivíduos arbóreos e arbustivos o sejam,
porém independentemente uns dos outros.
Mesmo no auge da seca, o cerrado apresenta algum verde no
seu estrato arbóreo-arbustivo. Suas espécies lenhosas são caducifólias, mas a
vegetação como um todo não. Esta é semicaducifólia.
Flora
Mesmo que não totalmente conhecida, a flora do Cerrado é
bastante diversificada. Sua cobertura vegetal é a segunda maior do Brasil,
abrangendo uma área de 20% do território nacional.
Apresenta as mais diversas formas de vegetação, desde campos
sem árvores, ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com florestas-galeria.
Reconhecido como a segunda savana mais rica do mundo em biodiversidade
(a primeira é a savana africana que tem 10.750 espécies de plantas; 205
espécies de mamíferos; 741 espécies de aves; 151 espécies de répteis; 163 de
anfíbios, e é a maior formação savânica e o terceiro maior bioma do mundo com
área de 8.246.082 Km²), com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima
flora com 7.000 espécies de plantas, sendo 4.000 endêmicas desse bioma.
Os campos cobrem a maior parte do território. É
essencialmente coberto por gramíneas, com árvores e arbustos. É subdividido em
campo de cerrado e campo limpo, que se diferenciam na formação do terreno e na
composição do solo, com declives ou plano.
As árvores mais altas do Cerrado chegam a 15 metros de
altura e formam estruturas irregulares. Apenas nas matas ciliares as árvores
ultrapassam 25 metros e possuem normalmente folhas pequenas.
Nos chapadões arenosos e nos quentes campos rupestres estão
os mais exuberantes e exóticos cactos, bromeliáceas e orquídeas, contando com
centenas de espécies endêmicas.
E ainda existem espécies desconhecidas, que devido à ação do
homem podem ser destruídas antes mesmo de serem catalogadas.
Plantas comuns
A vegetação do Cerrado apresenta diversas paisagens
florísticas diferenciadas, como os brejos, os campos alagados, os campos altos,
os remanescentes de mata atlântica.
Mas as fitopaisagens predominantes são aquelas dos Cerrados,
como o cerrado típico, o cerradão e as veredas. Nestas, há desde palmeiras,
como babaçu (Orbignya phalerata), bacuri (Platonia insignis), brejaúba
(Toxophoenix aculeatissima), buriti (Mauritia flexuosa), guariroba (Syagrus
oleracea), jussara (Euterpe edulis) e macaúba (Acrocomia aculeata)[6] até
plantas frutíferas como araticum-do-cerrado (Annona crassiflora), araçá
(Psidium cattleianum), araçá-boi (Eugenia stipitata), araçá-da-mata (Myrcia
glabra), araçá-roxo (Psidium myrtoides), bacuri (Scheelea phalerata), bacupari
(Rheedia gardneriana), baru (Dipteryx alata), café-de-bugre (Cordia
ecalyculata), figueira (Ficus guaranítica), lobeira (Solanum lycocarpum),
jabuticaba (Myrciaria trunciflora), jatobá (Hymenaea courbaril), marmelinho
(Diospyros inconstans), pequi (Caryocar brasiliense), goiaba (Psidium guajava),
gravatá (Bromeliaceae), marmeleiro (Croton alagoensis), jenipapo (Genipa americana),
ingá (Inga sp), mama-cadela (Brosimum gaudichaudii), mangaba (Hancornia
speciosa), cajuzinho-do-campo (Anacardium humile), pitanga-do-cerrado (Eugenia
calycina), guapeva (Fervillea trilobata), veludo-branco (Gochnatia polymorpha);
Madeiras, tais quais angico-branco (Anadenanthera colubrina), angico
(Anadenanthera spp), aroeira-branca (Lithraea molleoides), aroeira-do-sertão
(Myracrodruon urundeuva), cedro-rosa (Cedrela fissilis), monjoleiro (Acacia
polyphylla), vinhático (Plathymenia reticulata), bálsamo-do -cerrado (Styrax
pohlii), pau-ferro (Caesalpinia ferrea), ipês(Tabebuia spp.), além de plantas
características dos cerrados, como amendoim-do-campo (Pterogyne nitens),
araticum -cagão (Annona cacans), aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius),
capitão-do-campo (Terminalia spp.), embaúba (Cecropia spp), guatambu-de-sapo
(Chrysophyllum gonocarpum), maria-pobre (Dilodendron bipinnatum), mulungu
(Erythrina spp), paineira (Ceiba speciosa), pororoca (Rapanea guianensis),
quaresmeira roxa (Tibouchina granulosa), tamboril (Enterolobium spp),
pata-de-vaca (Bauhinia longifólia), algodão-do-cerrado (Cocholospermum regium),
assa-peixe (Vernonia polyanthes), pau-terra (Qualea grandiflora),
pimenta-de-macaco (Xylopia aromatica), gameleira (Ficus rufa), sem falar em uma
grande variedade de gramíneas, bromeliáceas, orquidáceas e outras plantas de
menor porte.
Fauna
O Cerrado apresenta grande variedade em espécies em todos os
ambientes, que dispõem de muitos recursos ecológicos, abrigando comunidades de
animais com abundância de indivíduos, alguns com adaptações especializadas para
explorar o que fornece seu habitat.
No ambiente do Cerrado são conhecidos até o momento mais de
1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, aves, peixes, repteis
e anfíbios) e invertebrados (insetos, moluscos, etc.).
Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos (pertencentes a
67 gêneros) estão no Cerrado. Apresenta 837 espécies de aves, 150 de anfíbios
(das quais 45 são endêmicas), 120 espécies de répteis (das quais 40 são
endêmicas). Apenas no Distrito Federal há 90 espécies de cupins, 1.000 espécies
de borboletas e 500 de abelhas e vespas.
Devido à ação do homem, o Cerrado passou por grandes
modificações, alterando os diversos habitats e, consequentemente, apresentando
espécies ameaçadas de extinção. Dentre as que correm risco de desaparecer estão
o tamanduá-bandeira, a anta, o lobo-guará, o pato-mergulhão, o
falcão-de-peito-vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o cervo-do-pantanal, o
cachorro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a lontra.
Mastofauna
Especificamente no que tange à fauna de mamíferos do
cerrado, em que pesem as áreas devastadas para a agropecuária e a mineração,
ela é ainda bastante diversificada, com representantes de:
Marsupiais – gambá (Didelphis ssp.), cuíca (Gracilinanus
microtarsus), cuíca-d'água (Chironectes minimus) e jaritataca (Conepatus
semistriatus)
Mustelídeos – ariranha (Pteronura brasiliensis), irara (Eira
barbara), lontra (Lontra longicaudis),
Xenartros – tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla),
tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), preguiça (Bradypus sp), tatus
(Dasypodidae)
Felídeos – gato-palheiro (Oncifelis colocolo), jaguatirica
(Leopardus pardalis), jaguarundi (Herpailurus yaguarondi), onça-pintada
(Panthera onca) e onça-parda (Puma concolor),
Canídeos – cachorro-do-mato (Cerdocyon thous),
raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
Cervídeos – veado-mateiro (Mazama americana), veado-campeiro
(Mazama gouazoupira)
Primatas – macaco-prego (Cebus apella), macaco-aranha
(Ateles paniscus), saguis (Callitrichinae)
Procionídeos - quati (Nasua spp.), mão-pelada (Procyon
cancrivorus)
Ungulados- anta (Tapirus terrestris), queixada (Tayassu
pecari), caititu (Pecari tajacu), veado-catingueiro (Mazama gouazoubira),
veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus)
Roedores – preá (Cavia spp), porco-espinho (Erethizontidae
Hystricidae fam.), capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), cutia (Dasyprocta
spp), paca (Agouti paca), ratos (Cricetidae)
Leporídeos – tapiti (Sylvilagus brasiliensis)
Quirópteros – morcegos (Chiroptera)
Avifauna
Em relação à avifauna, são inúmeras as aves do Cerrado, e
entre elas destacam-se:
Papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta),
Codorna-pequena (Taoniscus nanus),
Águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus),
Andarilho (Geositta poeciloptera),
Anhuma (Anhima cornuta),
Marreca-ananaí (Anas braziliensis),
Marreca-cabocla (Dendrocygna autumnalis),
Marreca-caneleira (Dendrocygna bicolor),
Irerê (Dendrocygna viduata),
Pato-mergulhão (Mergus octosetaceus),
Pato-corredor (Neochen jubata),
Bico-roxo (Oxyura dominica),
Pato-picasso (Sarkidiornis melanoto),
Gralha (Cyanocorax cristatellus),
Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi),
Guaxo (Icterus jamacaii),
Tucano (Ramphastos toco),
Urubu (Coragyps atratus),
Seriema (Cariama cristata),
Sabiá-do-campo (Mimus saturninus),
Beija-flor (Colibri serrirostris),
Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura),
Garça campeira (Casmerodius albus)
Garça do banhado (Egretta thula),
Anu-preto (Crotophaga ani),
Anu-branco (Guira guira),
Caga-sebo (Coereba flaveola),
Vivi (Euphonia chlorotica),
Saí-azul (Dacnis cayana),
Sanhaço (Thraupis sp.),
Príncipe (Pyrocephalus rubinus),
Suriri (Tyrannus melancholicus),
Quero-quero (Vanellus chilensis),
Curicaca (Theristicus caudatus),
Garrincha (Synallaxis frontalis),
Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva),
Saracura (Aramides cajanea),
Piriquito (Brotogeris chiriri),
Pomba-asa-branca (Columba picazuro),
João-de-barro (Furnarius rufus),
Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus),
Canário (Sicalis flaveola),
Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris)[11]
Ictiofauna
Sobretudo pelo fato de ser em áreas de Cerrado que nascem
rios das mais importantes bacias hidrográficas brasileiras, como as bacias
Amazônica, Tocantínea, Platina e São-Franciscana, a ictiofauna é extremamente
rica e diversificada. Nos rios do Cerrado, há um número bastante relevante de
espécies de mariscos,e uma grande variedade de peixes, desde aqueles que são
comuns até em pequenos córregos, como Piabas (Astyanax spp.); Lambaris
(Deuterodon spp., Moenkhausia spp), Cará (Aequidens spp, Mesonauta spp), Bagres
e Mandis (Pimelodus spp.), Mussum (Synbranchus marmoratus), Tuvira (Eigenmannia
spp), até aqueles que são encontrados quase que apenas em rios e ribeirões,
tais como Caranha (Piaractus spp., Pygocentrus spp.); Pacu (Colossoma spp.;
Mylossoma spp.; Chaetobranchopsis spp.), Piau (Leporinus spp.), Traíra (Hoplias
spp.), Piranha (Catoprion spp.), Corimbatá (Cyphocharax spp.), Dourado
(Salminus spp.), Cascudo (Hypostomus spp.; Pterygoplichthys spp),
Peixe-cachorro (Roeboides spp.), além de Cachorra (Hydrolycus scomberoides),
Peixe cigarra (Oligosarcus hepsetus), Pirapitinga (Brycon microlepis), Abotoado
(Pterodoras granulosus), Timburé (Schizodon borellii), Taguara ou
Sardinha-de-água-doce (Triportheus angulatus), e espécies maiores, de couro,
como Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum), Jaú (Paulicea luetkeni), Barbado
(Pinirampus pinirampus), Pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e Surubim
(Sorubimichthys planiceps). Há outras espécies menos significativas
numericamente, inclusive a muito rara e quase extinta Piracanjuba[12] (Brycon
orbignyanus).
Problemas ambientais
A agricultura é principal ameaça ao cerrado.
Originalmente com cobertura de pouco mais de 1/5 do
território brasileiro, o Cerrado sofre diversas ameaças à sua biodiversidade,
principalmente por conta da profusão das atividades econômicas do agronegócio a
partir da década de 1970 e que se intensificaram nos últimos anos.
Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema
brasileiro que mais alterações sofreu com a ocupação humana. O bioma é
considerado um dos 25 ecossistemas do planeta com alto risco de extinção.
Um dos primeiros impactos ambientais graves na região foi
causado por garimpos e a atividade mineradora em grande escala, que
contaminaram os rios com mercúrio, provocaram o assoreamento dos cursos de água
e, em alguns casos, chegou até mesmo a impossibilitar a própria extração do
ouro rio abaixo.
Contudo, a expansão da monocultura intensiva de grãos e da
pecuária extensiva de baixa tecnologia representam a principal ameaça à
biodiversidade do Cerrado.
Segundo cálculos realizados em 1998 pelo INPE, restavam
apenas 34,22% das áreas nativas remanescentes do Cerrado.
Para estudiosos do bioma, a destruição do Cerrado é
irreversível. Elder Dias (outubro de 2014). "Altair Sales Barbosa: “O
Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de
água”". Jornal Opção.
Previsões apontam a extinção do bioma até o ano de 2030.
A extinção do Cerrado comprometeria também o abastecimento
potável em todo o Brasil, já que o fim do bioma representará a extinção dos
grandes mananciais de água que abastecem as grandes bacias hidrográficas do
país.
Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, o Cerrado
é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral, tendo
apenas 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de
unidades de conservação de uso sustentável, incluindo RPPNs (0,07%).
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