QUEM SOMOS!

domingo, 3 de abril de 2016

Umbu - Spondias tuberosa

 
Classificação científica

Reino:                      Plantae

Divisão:                   Magnoliophyta

Classe:                     Magnoliopsida

Ordem:                   Sapindales

Família:                   Anacardiaceae

Género:                   Spondias

Espécie:                   S. tuberosa

Nome binomial       Spondias tuberosa

Spondias tuberosa L., popularmente conhecido como umbuzeiro, imbuzeiro e jique, é uma árvore de pequeno porte (mede até seis metros de altura), pertencente à família das anacardiáceas, de copa larga (até quinze metros de largura), originária dos chapadões semiáridos do Nordeste brasileiro, que se destaca por fornecer sombra e aconchego.

Dada a importância de suas raízes, foi chamada "árvore sagrada do Sertão" por Euclides da Cunha. O umbuzeiro conserva água em sua raiz, podendo chegar a armazenar até mil litros, e, além disso, produz uma batata, que, em época de grande estiagem, é utilizada como alimento. O umbuzeiro vive em média 100 anos, e é considerado um símbolo de resistência.

Como a maioria das plantas na Caatinga, o umbuzeiro possui grande resistência à seca, tendo, assim, todas suas folhas perdidas nos períodos de estiagem, mas que, contudo, voltam a florescer nas primeiras chuvas.

Sendo assim, a floração desta planta ocorre no fim da estação de estiagem e, seu período de frutificação, estende-se por todo o período chuvoso.

Seu fruto é conhecido como umbu ou imbu e possui grande importância econômica, uma vez que são bastante comercializados in natura.

Suas folhas e raízes também podem ser utilizadas para alimentação e, além disso, a água armazenada nesta última é utilizada na medicina popular.

Além da importância econômica, S. tuberosa apresenta grande valor ecológico, fornecendo recursos florais, tais como néctar e pólen, bem como local de nidificação para algumas abelhas da tribo Meliponini.

Em um modo geral, a S. tuberosa, é cultivada em larga escala, tanto referente à alimentação humana, quanto à suplementação alimentar de animais.

A partir de projetos de beneficiamento do umbu em mini fábricas do sertão baiano, essa fruta passou a ter importância na geração de renda e organização das comunidades rurais daquela região.

Suas folhas, de grande valor alimentício, com gosto "azedinho", também são usadas como alimento pelos seres humanos. O fruto do umbuzeiro é denominado umbu ou imbu.

O seu fruto é muito apreciado e consumido, tanto pelo homem como pela fauna, possuindo um caroço revestido por uma suculenta polpa e, na superfície, por uma película esverdeada, tendendo, à medida que amadurece, para a cor amarela.

O umbu tem, em média, de três a quatro centímetros de diâmetro. Muito rico em vitamina C e com característico sabor azedinho, o umbu, além de ser consumido ao natural, é utilizado em preparos culinários, como sorvetes, geleias, doces e umbuzada, iguaria preparada com leite e açúcar, muito apreciada no Nordeste do Brasil.

"Imbu" e "umbu" provém do termo tupi ïm'bu. Nos tempos do Brasil Colônia, era chamado de ambu, imbu e ombu, corruptelas da palavra tupi-guarani "y-mb-u", que significava "árvore-que-dá-de-beber.

O umbuzeiro apresenta forma biológica e estacional de uma planta arbórea. A altura varia de 4 m a 6 m e copa umbeliforme (que se assemelha a uma umbela), com diâmetro em torno de 10 m a 15 m.

O sistema radicular especializado é constituído por raízes longas, esparramadas no plano horizontal, estando próximas à superfície do solo, com túberas (xilopódios) – cerca de 367 por planta – , as quais se atribuem como intumescências fornidas de tecido lacunoso e celulósico.

Tais estruturas são capazes atingir até 20 cm de diâmetro, encontradas, frequentemente, entre 10 cm e 30 cm de profundidade.

A finalidade primordial destas intumescências está no armazenamento hídrico, mineral e de outros solutos relevantes para a continuidade de um balanço hídrico favorável ao crescimento saudável da planta.

O caule do tipo tronco com ramificações cimosas, de 3 a 5 principais, as quais podem ocorrer desde a base ou até 1 metro de altura do solo, apresenta copa baixa, vasta e arredondada com aproximadamente 10 m de diâmetro, sustentada pelo tronco curto, acinzentado, de galhos assimétricos, definhados e retorcidos.

Apresenta casca morta de camada média variando entre 2 mm a 5 mm, com ritidoma liberando-se em placas sub-retangulares, e casca viva, de espessura média entre 5 mm e 12 mm, esta avermelhada interiormente. A madeira do umbuzeiro é leve, naturalmente trabalhada, no entanto, de baixa durabilidade.

As folhas são compostas de 3-7 folíolos membanáceos, ligadas por meio de pecíolo (pecioladas), alternas e imparipenadas. Os folíolos são oblongoovalados, com base obtusa ou cordada, ápice agudo ou obtuso, ocorrendo ainda, em alguns casos, pilosidades, os quais são facilitadores para os recursos de dissipação de energia, de maneira a manter as temperaturas das folhas adjuntas à do ar.

Quando adultas são glabras, ou seja, não apresentam pelos, tricomas ou estruturas similares na sua superfície externa.



As flores são pequenas, alvacentas, com aroma enjoativo de pouca vistosidade. Brancas, aromáticas e melíferas estão alinhadas em panículas terminais de 10 cm a 15 cm.

Denotam simetria radial (chamadas de actinomorfas), ou seja, pode ser separada em partes equipolentes, com 7 cm a 8 cm de diâmetro.

O cálice é composto por 4 a 5 sépalas e a corola pétalas valvadas. As inflorescências são exibidas em panículas terminais que podem medir entre 10 cm a 15 cm de comprimento. Tanto as inflorescências quanto os pedicelos são finamente pilosos.

Os frutos do imbuzeiro são indescentes do tipo drupa, o qual se apresenta como monocárpico, monoespérmico, com endocarpo endurecido, formando um caroço – semente – no centro.

Levemente pilosos, arrendondos e carnosos, os frutos apresentam um verde-amarelado, com polpa doce e aromática, variando o peso de 5,5 a 130 g e o diâmetro entre 2 cm a 4 cm.

O caroço (ou endocarpo) tem consistência denso-fibroso, sendo muito resistente devido a formação de três camadas, expondo ainda orifícios pelo qual haja a penetração da água e a saída do broto. É no interior do encodocarpo que se encontra a semente propriamente dita.

A importância econômica da pecuária nordestina vem se estabelecendo consideravelmente nesses últimos anos, mesmo sob condições climáticas desfavoráveis, como poucos índices de chuvas e altas temperaturas.

O Nordeste possui uma grande diversidade em espécies forrageiras em seus três estratos: herbáceo, arbustivo e arbóreo. Diante disso, pode-se notar a grande capacidade de utilização dessas espécies na dieta alimentar dos animais domésticos (bovinos, caprinos, ovinos, suínos, dentre outros).

No período chuvoso em que há mais disponibilidade de alimento para os rebanhos é necessário investir nas espécies nativas, preparando-se assim para a estação de seca e escassez.

Porém, mesmo com um número expressivo dos rebanhos, nota-se a necessidade de um melhoramento nutricional desses animais.

Uma das alternativas para o melhoramento nutricional desses animais é a utilização do Umbuzeiro em sua dieta. O umbuzeiro é uma espécie do gênero Spondias, que pertence à família Anacardiaceae, sendo nativa do semiárido brasileiro.

Ela é uma árvore frutífera que possui alta distribuição na região nordeste, sendo capaz de resistir às secas severas e ao clima nordestino.

Por ser uma espécie túbera suas raízes absorvem bastante água. O umbuzeiro consegue produzir uma grande quantidade de frutos, mais conhecidos como umbu ou também como imbu, que são riquíssimos em vitamina C, vitamina A, vitamina B1 e carboidratos.

Considerando as características do Umbuzeiro, seus frutos, folhagens e túberas são destinados à alimentação dos animais domésticos e selvagens.

Quando o Umbuzeiro está no período de frutificação - que ocorre entre novembro e abril -, é bastante comum observar-se nos recintos onde os caprinos são confinados para o pernoite uma quantidade significativa de caroços de umbu em suas fezes, evidenciando que esses animais se alimentaram do fruto.

No caso dos bovinos, as folhas e frutos do umbuzeiro podem ser usados na preparação de concentrados, dando maior palatabilidade ao alimento, tornando-o atrativo e de boa qualidade.

As folhas do umbuzeiro, devido ao seu valor nutricional, constituem uma alternativa forrageira muito importante para a alimentação de caprinos e ovinos no semiárido nordestino, especialmente no período seco.

A folha, tanto verde, quanto seca, é uma fonte fornecedora de nutrientes, principalmente energia e proteína, que são necessários ao atendimento das exigências de mantença e produção animal.

Diante disso, é possível notar o alto potencial forrageiro do Umbuzeiro, mostrando que suas características o qualificam como um alimento de excelente valor nutritivo e de elevada produção comercial na região.

Pode-se dizer que a produção animal no semiárido nordestino tem grande influência no uso desses recursos forrageiros para poder ofertar uma melhor suplementação aos animais domésticos de produção, solucionando assim o problema da falta de alimentação de qualidade na época de escassez.

É de fácil cultivo e muito rústica, desenvolvendo-se desde o nível do mar até os 900 m de altitude, ocorrendo em solos arenosos e bem drenados, profundos e quase sem matéria orgânica; muito embora aceite bem adubação orgânica quando em cultivo.

Quanto ao clima a planta é originaria de local quente com temperatura média de 18 a 39 graus; mais quando cultivada pode resistir a mínimas de – 2 graus, ficando apenas a frutificação prejudicada.

As plantas jovens têm os brotos terminais queimados com as geadas, mais rebrota com facilidade. Com respeito às chuvas pode ser cultivada onde caem de 450 m a 1.700 mm anuais, não tolerando solo encharcado.

As sementes são grandes e ortodoxas (com casca fibrosa e que entra em dormência), por isso as sementes podem ser colhidas na safra, limpas e semeadas 3 a 4 meses depois no fim da primavera.

O plantio é feito colocando as sementes lado a lado em jardineiras com 50 cm de comprimento e 20 cm de altura e largura, contendo substrato feito de 50% de areia de rio, 30% de matéria orgânica bem curtida e 20% de terra de superfície.

A germinação inicia com 45 a 90 dias. As plântulas podem ser transplantadas para sacos individuais quando estiverem com 15 cm de altura. As mudas atingem 30 a 40 cm em 6 a 8 meses após a germinação.

A propagação vegetativa se dá com facilidade, basta selecionar estacas de ramos ou raízes com 1,5 cm de diâmetro e 20 cm de comprimento e enterrar 10 cm da base em substrato arenoso e deixá-las em estufa com micro-aspersão, pois, com 30 dias já apresentarão brotações.

O desenvolvimento das mudas é rápido, iniciando a frutificação com 3 ano para as mudas propagadas por estacas e 8 a 9 anos para mudas propagadas por sementes.

Para o cultivo no pomar caseiro recomendo plantar 2 pés no espaçamento de 7 x 7 m entre plantas em climas subtropicais e 10 x 10 m em climas tropicais.

As covas de 50 por 50 cm e devem ser abertas 2 ou 3 meses antes do plantio e preparadas com 3 a 5 pás de matéria orgânica + 300 g de calcário e 500g de cinzas, misturando tudo muito bem, voltando a terra no buraco para curtir. A melhor época de plantio é de outubro a dezembro.

O umbuzeiro cresce de forma diferente das arvores, com tronco baixo e ramificações e galhos horizontais; por isso, a planta não precisa ser podada; deve-se ter o cuidado e amarrar os primeiros galhos para crescerem voltados para cima.

Mesmo quando os ramos são queimados por geadas, a poda é desnecessária. A adubação é feita por polvilhar 3 a 4 pás de matéria orgânica e 30 a 60 gramas adubo químico (N-P-K 10-10-10) debaixo das copas das arvores – pois o sistema radicular do é bem superficial e o adubo penetrará no solo com as chuvas.

Frutifica em dezembro a março. Os frutos são saborosos para consumo in natura, ótimos para serem usados na fabricação de sucos e sorvetes.

Os frutos colhidos de vez podem ser usados na culinária e cozidos com frango, ficando muito saboroso. A arvore é ornamental e pode ser plantada em grandes parques e praças.

As flores são melíferas e a as raízes da arvore são usadas no Nordeste para matar a sede e a fome na época da seca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário