Guararoba vem do tupi guarani e
significa “fruta com gosto amargo”. Também recebe o nome de Quina do campo, Quina
amarga, Quina grossa, Cereja de tucano ou Cereja de Periquito.
Nativa dos campos e cerrados ou
cerradões de solos arenosos e profundos, estando presente nos estados de:
Tocantins, Maranhão, Goiás, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do
Norte e Mato Grosso do Sul.
Arbusto ou arvore de 3 a 8 m de
altura com copa alongada e densa de pequena largura e tronco sinuoso e
cilíndrico, atingindo 10 a 40 cm de diâmetro com casca partida em retângulos
verticais, de textura grossa e suberosa com desprendimento ocasional.
As folhas são opostas, simples,
coriáceas (rijas como couro), glabras (sem pelos) na face superior e brilhantes
e lanuginosas (cobertas de pelinhos esbranquiçados) na face inferior.
A lamina é oval, com base
cuneada (forma de cunha) ou aguda e ápice agudo ou arredondado, medindo 5 a 11
cm de comprimento por 3 a 6 de largura.
A espécie pode ser facilmente
identificada por se observar 3 nervuras centrais salientes em ambas as faces.
As flores nascem nas axilas das folhas em cimeiras tirsoides (cacho em forma de
T) com cerca de 20 a 80 flores hermafroditas.
As flores são subsésseis (com
pedicelo ou cabinho curto), medem 8 mm de altura, são hipocrateriformes (forma
cônica) com pétalas formadas esbranquiçadas de 5 lobos ou recortes contendo 5
estames (tubos masculinos) excertos (soldados) entre as pétalas.
O fruto é uma baga arredondada
de 2 a 3 cm de comprimento de casca espessa e amarelada quando madura e polpa
alaranjada, gelatinosa doce e com final amargo, envolvendo 1 a 4 sementes discoides
e planas.
Planta de crescimento muito
lento nos primeiros 3 anos, mais é resiste secas e a geadas de até 0 a -1 grau.
Vegeta bem em altitudes variando de 500 a 950 m acima do nível do mar.
O solo deve ser profundo, de
textura arenosa, pH ácido (4,5 a 5,5), e com rápida drenagem das águas da
chuva. É preciso plantas no mínimo 2 plantas para uma melhor frutificação.
Essa espécie não gosta de muita
matéria orgânica e não suporta terrenos encharcados. As plantas iniciam a
frutificação no 5ª ou 7ª ano após o plantio, dependendo das condições do clima
e tratos culturais.
As sementes são discoides e
chatas e ortodoxas (com casca dura e que conservam o poder germinativo por
longo tempo). A germinação ocorre em 65 a 90 dias em substrato feito de 45% de
areia saibro (vermelha) + 30% de terra vermelha e 25 % de matéria orgânica bem
curtida.
Convém semear 1 ou 2 semente
diretamente em embalagem individual, pois essa espécie não tolera transplante
ou repicagem. As embalagens semeadas devem ficar em pleno sol e devem receber
irrigação dia sim, dia não. As mudas crescem lentamente, sendo necessário 15
meses para atingirem 30 cm de altura.
Pode ser plantada a pleno sol,
bem como na sombra bosques com arvores grandes bem espaçadas, nesta situação
demora mais para frutificar.
Espaçamento entre plantas 5 x 5
m. As covas devem ter 50 cm de altura, largura e profundidade; e nos 30 cm de
terra iniciais, se deve misturar 3 pás de areia saibro vermelha, 1 kg de cinzas
e 4 a 5 pás de matéria orgânica bem curtida, deixando curtir por 2 meses antes
do plantio.
É melhor plantar nos meses de
outubro a dezembro, fazendo irrigação de 10 l de água a cada 15 dias, nos
primeiros 6 meses se faltar chuva.
Fazer apenas podas de formação
a partir do 4 ano após o plantio e eliminar os brotos que nascerem na base do
caule. Adubar com composto orgânico, pode ser 3 pás de composto orgânico feito
de folhas apodrecidas + 30 g de N-P-K 10-10-10 nos meses de novembro e
dezembro, distribuído-os a 30 cm do caule.
Os componentes de adubação
devem ser dobrados na quantidade a cada 2 anos.
Frutifica nos meses setembro a
novembro. Os frutos podem ser consumidos in natura e a polpa é espessa
envolvendo as sementes.
A casca da arvore é muito
procurada pela medicina popular e considerada tônica e febrífuga, sendo usada
para moléstias do fígado, baço e estomago.
Os frutos atraem o tucano e o
periquito e por isso recebe os nomes acima. É importante cultivá-la pois a
espécie está se tornando cada vez mais rara na natureza.
As garrafadas e chás da casca
são usados contra problemas hepáticos, distúrbios estomacais e anemia
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