Cabamixá-açú vem do tupi
guarani e significa “erva que dá fruto que aperta a língua”, por causa da
acidez do fruto, e o adjetivo Açu indica o tamanho grande do fruto.
Também é chamada de Pêra do
Campo, Perinha do campo e Cabacinha.
Na natureza existem 2 espécies
de Pêra do campo (Antes considerada variedade pelo fato de falta de material
bibliográfico para uma correta identificação).
A espécie que dá frutos grandes
de até 10 cm e notadamente pubescentes (com pelos longos) continua sendo
classificada como Eugenia klotzschiana e outra variedade nativa e encontrada
por mim no estado de São Paulo que dá frutos menores de 3 a 6 cm com casca bem
amarela e glabra (sem pelos) que estava classificada como Eugenia klotzschiana
var. glabrata trata-se na verdade da endêmica Eugenia arenosa.
Nativa dos campos e Cerrados de
praticamente todo o Brasil. Mais informações no link:
Arbustos que formam touceiras
de 60 cm a 2,5 m de altura com vários caules eretos e pouco ramificados. Os
caules principais medem de 2 a 4 cm de diâmetro na base a 10 cm do solo, tem
casca castanho escuro e fissurada (com estrias no sentido longitudinal).
As folhas e ramos novos são
densamente pilosos (com pelos curtos). As folhas são simples, opostas, oblongas
(mais longa que larga), coriácea (como couro) e pubescentes (com pelos longos).
A lamina foliar mede 9 a 13 cm
de comprimento por 3,5 a 6,2 cm de largura; o ápice é rotundo (abaulado) ou
mucronado (que termina abruptamente em ponta dura e curta), e a base é cuneada
(em forma de cunha), ou obtusa (arredondada).
As flores surgem em racemos
(tipo de cacho) umbeliforme (com forma de guarda-chuva) ou mais notadamente
axilares e subterminais com 1 a 5 flores. As flores abertas são brancas e medem
2 a 3 cm de diâmetro.
Dicas para cultivo: Planta de
crescimento lento, que resiste bem a geadas de até 4 graus negativos. Preferem
altitudes de 450 a 960 m acima do nível do mar; mas, pode ser cultivada em
altitudes ao nível do mar ou pouco mais, tendo o inconveniente de demorar mais
para produzir.
É resistente a períodos de
estiagens longos de até 5 meses sem chuva. Quanto aos solos, aprecia os bem
drenados e profundos, os quais são classificados como neossolo (areia e
quartzo), latossolo (terra vermelha ou amarela) e nitossolo (terra vermelha de
alta fertilidade onde a planta pode atingir 4 m de altura). Aprecia solo ácido
com pH entre 4,0 a 5,5. A melhor época do plantio é no verão a partir do mês de
outubro.
As sementes são grandes e devem
ser semeada logo que colhida e despolpada. O melhor substrato é feito com 50%
de areia de rio, 25% de casca de pinus peneirada e 25% de matéria orgânica.
Convém usar sacos com 10 cm de
largura e 30 cm de altura por causa do sistema radicular profundo e fazer a
semeadura direta de 1 ou 2 sementes por embalagem, visto que a plântula é muito
sensível ao transplante.
A taxa de germinação é de 60 a
75% e a emergência se inicia com 75 a 110 dias. O crescimento das plantas é
lento, e as mudas atingem 10 cm de altura em 17 meses após a germinação.
Plantar num espaçamento de 1,5
m por 3 m em solos arenosos ou de 2,5 por 4 m em solos com boa fertilidade
natural. As covas devem ser abertas com 50 cm nas três dimensões e preparadas
com 2 a 3 meses de antecedência ao plantio e misturar aos 20 cm da terra da
superfície 2 pás de areia saibro, 4 kg de esterco bem curtido, 150 g de
superfosfato simples, 400 g de torta de mamona e 500 gramas de cinzas de
madeira.
A irrigação após o plantio é
feita com 10 l de água a cada 15 dias se não chover, depois do 1 ano após o
plantio não é preciso mais irrigar.
Não é necessário fazer podas em
função do pequeno porte. A capina se faz necessária pois o mato impede o
desenvolvimento da planta, principalmente o capim branquearia que produz
toxinas no solo e pode causar a morte da planta.
Adubar com composto orgânico,
pode ser 1 kg cama de frango bem curtida + 20 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando
essa quantia a partir do 3º ano.
Frutifica nos meses de dezembro
a janeiro. Os frutos são consumidos preferencialmente na forma de sucos com
leite ou usados para fazer sorvetes, bolos e geleias. A planta não pode faltar
em projetos de recuperação dos cerrados.
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