Bioma Savana
Área 195.000 km²
Países Bolívia,
Brasil e Paraguai
Rios Rio Paraguai
Extensão do Pantanal na América
O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, é um bioma
constituído principalmente por uma savana estépica, alagada em sua maior parte,
com 250 mil km² de extensão, altitude média de 100 metros, situado no sul de
Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos estados do Brasil, além
de também englobar o norte do Paraguai e leste da Bolívia (que é chamado de
chaco boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva
da Biosfera, localizado na região do Parque Nacional do Pantanal.
Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas
pantanosas na região pantaneira. Além disso, tem poucas montanhas, o que
facilita o alagamento.
O nome complexo vem do fato de a região ter mais de um
Pantanal dentro de si (7 no total), além de se dividir em duas regiões:
Pantanal Sul ou Pantanal Maior (em Mato Grosso do Sul), por
ter a maior área;
Pantanal Norte ou Pantanal Amazônico (em Mato Grosso), por
se localizar na Amazônia Legal.
História
A origem do Pantanal não é, como se pensava, resultado da
separação do oceano há milhões de anos. Todos os geólogos concordam que não há
ali indícios da presença do mar, e um dos que melhor conhecem a região,
Fernando Flavio Marques de Almeida, diz que ele representa uma área que se
abateu por falhamentos de blocos durante o período Terciário.
Animais que estão presentes no mar também existem no
pantanal, formando o que se pode chamar de mar interior. A área alagada do
pantanal se deve a lentidão de drenagem das águas que fluem lentamente, pela
região do médio Paraguai, num local chamado de Fecho dos Morros do Sul.
Atraído pela existência de pedras e metais preciosos (que
eram usados por indígenas, que já povoavam a região, como adornos), entre eles
o ouro, o português Aleixo Garcia, em 1524, acabou sendo o primeiro a visitar o
território, e alcançou o rio Paraguai através do rio Miranda, atingindo a
região onde hoje está a cidade de Corumbá.
Nos anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e seu
acompanhante Domingos Martínez de Irala seguiram pelo rio Paraguai e
denominaram Puerto de los Reyes à lagoa Gayva. Por volta de 1542-1543, Álvaro
Nunes Cabeza de Vaca (espanhol e aventureiro) também passou por aqui para
seguir para o Peru. Entre 1878 e 1930, a cidade de Corumbá/MS (situada dentro
do Pantanal) tornou-se o principal eixo comercial e fluvial no Mato Grosso
(antes da divisão dos estados, ocorrida em 1977).
Depois acabou perdendo sua importância para as cidades de
Cuiabá e Campo Grande, iniciando assim um período de decadência econômica.
O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960
para desenvolver a região Centro-Oeste, onde se localiza Mato Grosso, através
da implantação de projetos agropecuários, trouxe muitas alterações nos
ambientes do cerrado, ameaçando a sua biodiversidade.
Preocupada com a conservação do Pantanal, a Embrapa
instalou, em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o
objetivo de adaptar, desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado
dos seus recursos naturais.
As pesquisas se iniciaram com a pecuária bovina, principal
atividade econômica, e hoje, além da pecuária, abrange as mais diversas áreas,
como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos, hídricos, climatologia, solos,
avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio economia.
Nos últimos anos houve investimentos maciços no setor do
ecoturismo, com diversas pousadas pantaneiras praticando esta modalidade de
turismo sustentável.
O Pantanal é uma das maiores extensões alagadas contínuas do
planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do
Alto Paraguai. Sua área é de 150.000
km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no
Mato Grosso.
Hidrografia
O rio Paraguai passa pela cidade de Cáceres, Mato Grosso,
onde é conhecida como "Princesinha do Rio Paraguai" e seus afluentes
percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo
para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também para outros
animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies.
Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do
Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal,
a capivara, o tuiuiú e o jacaré.
Devido à baixa declividade desta planície no sentido
norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai chega a
gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal.
Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões
sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas
de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.
Clima
O clima no Pantanal é quente e úmido, no verão, e embora
seja relativamente mais frio no inverno, continua apresentando grande umidade
do ar devido à evapotranspiração associada à água acumulada no solo no
horizonte das raízes durante o período de cheia.
A maior parte dos solos do Pantanal é arenosa e suporta
pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino,
introduzido pelos colonizadores da região. Uma parcela pequena da pastagem
original foi substituída por forrageiras exóticas, como a Braquiária (4.5% em
2006).
O balanço de energia superficial (i.e., a troca de energia
entre a superfície e a atmosfera) é muito influenciada pela presença de lâminas
de água, que cobrem parcialmente o terreno a cada verão, e as características
particulares dos balanços hídrico e de energia acabam por influir no desenvolvimento
da Camada Limite Atmosférica regional.
Topografia
A Planície do Pantanal possui aproximadamente 230 mil km²,
medida estimada pelos estudiosos que explicam que dificilmente pode ser
estabelecido um cálculo exato de suas dimensões, pois em vários pontos onde
começa o pantanal é em Cáceres, Mato Grosso e onde termina o Pantanal é difícil
de saber por que é muito extenso e as regiões que o circundam, além de a cada
fechamento de ciclo de estações de seca e de águas o Pantanal se modifica.
Sua área no Brasil é de 124.457,145.22 km² (64,64% em Mato
Grosso do Sul e 35,36% em Mato Grosso). Considerada uma das maiores planícies
de sedimentação do planeta, o Pantanal estende-se pela Bolívia e Paraguai,
países em que recebe outras denominações, sendo Chaco a mais conhecida.
A planície é levemente ondulada, pontilhada por raras
elevações isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, e rica em
depressões rasas.
Seus limites são marcados por variados sistemas de elevações
como chapadas, serras e maciços, e é cortada por grande quantidade de rios dos
mais variados portes, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai — os
principais são os rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana,
Miranda, Rio Paraguai e Apa.
O Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e
sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; estende-se a oeste
até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas
planícies pampeanas centrais.
Serra do Amolar, no norte de Corumbá, na divisa entre Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul com a Bolívia
Pluviosidade
O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva
divide a vida em dois períodos bem distintos. Durante os meses da seca — de
maio a setembro, aproximadamente, a paisagem sofre mudanças radicais: no baixar
das águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios retomam seus
leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior.
As águas escorrem pelas depressões do terreno, formando os
corixos (canais que ligam as águas de baías, lagoas, alagados etc. com os rios
próximos).
Nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas
e vegetação de cerrado, a água de superfície chega a escassear, restringindo-se
aos rios perenes, com leito definido, a grandes lagoas próximas a esses rios,
chamadas de baías, e a algumas lagoas menores e banhados em áreas mais baixas
da planície.
Em muitos locais, torna-se necessário recorrer a águas
subterrâneas, do lençol freático ou aquíferos, utilizando as bombas manuais e
ou tocadas por moinhos de vento para garantir o fornecimento às moradias e
bebedouros de animais domésticos.
As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e
poroso e são facilmente absorvidas. De outubro a abril as chuvas caem
torrenciais nas cabeceiras dos rios da Bacia do Paraguai, ao norte.
Com o constante umedecimento da terra, a planície
rapidamente se torna verde devido à rebrotação de inúmeras espécies resistentes
à falta d'água dos meses precedentes.
Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a
baixa declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo
alagamento do solo, são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas,
formando baías de centenas de quilômetros quadrados, o que confere à região um
aspecto de imenso mar interior.
O aguaceiro eleva o nível das baías permanentes, cria
outras, transborda os rios e alaga os campos no entorno, e morros isolados
sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação — agrupamentos dessas
ilhas são chamados de cordilheiras pelos pantaneiros — nas ilhas e cordilheiras
os animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.
Nessa época torna-se difícil viajar pelo Pantanal pois
muitas estradas ficam alagadas e intransitáveis. O transporte de gente, animais
e de mercadorias só pode ser feito no lombo de animais de carga e embarcações —
muitas propriedades rurais e povoações (também conhecidas como corrutelas)
localizadas em áreas baixas ficam isoladas dos centros de abastecimento e o
acesso a elas, muitas vezes, só pode ser feito por barco ou avião.
Com a subida das águas, grande quantidade de matéria
orgânica é carregada pela correnteza e transportada a distâncias consideráveis.
Representados, principalmente, por massas de vegetação
flutuante e marginal e por animais mortos na enchente, esses restos, durante a
vazante, são depositados nas margens e praias dos rios, lagoas e banhados e,
após rápida decomposição, passam a constituir o elemento fertilizador do solo,
capaz de garantir a enorme diversidade de tipos vegetais lá existente.
Por entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies
de animais, adaptados a essa região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa
variedade de vida, traduzida em constante movimento de formas, cores e sons é
um dos mais belos espetáculos da Terra.
Por causa dessa alternância entre períodos secos e úmidos, a
paisagem pantaneira nunca é a mesma, mudando todos os anos: leitos dos rios
mudam seus traçados; as grandes baías alteram seus desenhos.
Alimentação
O pantaneiro tem hábito de acordar muito cedo, para as lidas
dos seus afazeres, como por exemplo: a lida dos seus animais na grande planície
da sua região.
No seu alimento matutino, logo na manhã antes de ir à lida,
tem o hábito de se alimentar muito bem. Esse hábito tem o nome de quebra-torto,
que é praticamente um café reforçado, com pão, arroz com carne seca, café e
outras delícias proporcionadas pela vasta planície.
Herdado da tradição guarani, o Tereré é uma bebida servida
em cuia, com erva-mate e água gelada. É bastante consumido pelos pantaneiros,
principalmente antes do meio-dia, depois da realização do trabalho matutino.
Também se toma o tereré a tarde e antes da noite, quase
sempre em rodas de conversas entre famílias, peões ou amigos. Esse costume
também chegou nas cidades pantaneiras, locais onde as pessoas se reúnem nas
calçadas para uma "conversa à-toa" e se refrescar com a bebida.
Em outras regiões, como no Oeste do Paraná, ele é tomado com
refrigerante, mas o tereré original é composto apenas por erva-mate e água
natural. Na região norte de Mato Grosso do Sul o tereré tem como objetivo
resgatar lendas, mitos, músicas regionais e outros.
O sarrabulho é uma unanimidade em Corumbá é um prato de alto
teor calórico que poucos sabem preparar. O prato é de origem portuguesa e
tornou-se popular na cidade.
No norte de Portugal é preparado com miúdos de porco ou
cabrito. Aqui, talvez pela atividade pecuária e abundância do produto, se fez a
opção pela carne de bovinos, deve ser servido com arroz branco e mandioca
cozida. Ingredientes para o preparo: fígado, rins, coração e carne moída.
Urucum
Urucum é uma semente de coloração avermelhada, que vem do
tupi uru-ku, significa vermelho, conhecida popularmente por Urucum, açafrão,
colorau, nome científico da família botânica Bixáceas, serve como tempero e
corante de alimentos.
É muito utilizado na culinária pantaneira em preparos de
peixes, jacarés e caldo de piranha, os índios sempre usaram para pintar o corpo
em suas comemorações festivas e com isso, se defender contra picadas dos
mosquitos.
Jacarés são répteis bem adaptados ao meio ambiente e dominam
ainda hoje muitos habitats. Ao contrário do que se pensa o jacaré não é lento,
se for ameaçado ou estiver preste a dar o bote, adquire velocidade
impressionante.
Dentro da água, seu ataque é geralmente mortal, já que é um
exímio nadador. Os jacarés do Pantanal são diferentes dos da Amazônia. O do
Pantanal mede até 2,5m e se alimenta de peixes e é quase inofensivo ao homem.
Enquanto o da Amazônia é um pouco maior (quase 6 metros) e
ataca quando ameaçado. Sua carne é comestível, a parte mais nobre do corpo do
animal que é aproveitada é o rabo.
É uma carne branca e consistente. Lembra muito a carne de
frango, mas tem um leve sabor de carne de peixe de água doce. Pode ser servida
frita ou ensopada como os peixes.
Caldo de piranha pantaneiro
Piranhas são um grupo de peixes carnívoros de água doce que
habitam alguns rios do pantanal e demais regiões brasileiras, existem 3
espécies de piranha no Pantanal e elas podem ser perigosas.
Por isso, em local onde se costuma limpar peixes não é
aconselhável mergulhar, pois ela poderá mordê-lo por engano. A piranha também
pode morder depois de morta.
Seus dentes afiados podem cortar carne e até osso num
movimento brusco. Na região do Pantanal sua carne é utilizada para se fazer o
famoso Caldo de Piranha.
As principais atividades econômicas do Pantanal estão
ligadas à criação de gado bovino, que é facilitada pelos pastos naturais e pela
água levemente salgada da região, ideal para esses animais. Para peões,
fazendeiros e coureiros, o cavalo é um dos principais meios de transporte. Os
pescadores, que buscam nos rios sua fonte de sustento e alimentação. Há também,
uma pequena população indígena ribeirinha.
Entre os problemas ambientais do Pantanal estão o
desequilíbrio ecológico provocado pela pecuária extensiva, pelo desmatamento
para produção de carvão com destruição da vegetação nativa; a pesca e a caça
predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo de ouro e
pedras preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação das águas dos
rios Paraguai e São Lourenço; o turismo descontrolado que produz o lixo, esgoto
e que ameaça a tranquilidade dos animais, etc.
Uma atividade relativamente nova é o ecoturismo, já existem
diversas pousadas pantaneiras praticando esta modalidade de turismo
sustentável.
Em Corumbá a atividade de mineração e siderúrgica são
importantes geradoras de emprego e renda, os impactos ambientais destas
atividades estão sendo avaliados existindo muita controvérsia.
O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960
para desenvolver a região Centro-Oeste através da implantação de projetos
agropecuários, trouxe muitas alterações nos ambientes do cerrado ameaçando a
sua biodiversidade e amadores.
A Embrapa Pantanal tem desenvolvido tecnologias sustentáveis
para a região.
Segundo dados da Embrapa Pantanal, a instalação de 116
pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Alto Paraguai, grande responsável
pelas inundações periódicas do Pantanal, ameaçam a pesca, agricultura familiar,
pecuária bovina e o turismo pesqueiro, especialmente porque 70% ficarão
concentradas na mesma região.
As barragens impedem que os peixes subam os rios e ocorra o
trânsito de nutrientes. Por consequência, há o impacto na desova e alimentação
dos peixes. Outra consequência imediata é o agravamento do assoreamento, já
perceptível no Rio Taquari.
Fauna
A fauna pantaneira é muito rica. Há 650 espécies de aves (no
Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a
arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção.
Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos,
periquitos, garças-brancas, beija-flores (os menores chegam a pesar dois
gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha), jaçanãs, emas,
seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas.
No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de
borboletas. Contam-se mais de 124 espécies de mamíferos, sendo os principais a
onça-pintada (atinge a 1,2 m de comprimento, 0,85 cm de altura e pesa até 150
kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, veado-catingueiro, lobo-guará,
macaco-prego, cervo-do-pantanal, bugio-do-pantanal (macaco que produz um ruído
assustador ao amanhecer), caititu, queixada, tamanduá-bandeira,
cachorro-do-mato, anta, bicho-preguiça, ariranha, onça-parda, quati, tatu etc.
A região também é extremamente piscosa, já tendo sido
catalogadas 263 espécies de peixes: piranha (peixe carnívoro e extremamente
voraz), pacu, pintado, dourado, cachara, curimbatá, piraputanga, jaú e piau são
algumas das espécies encontradas.
Há uma infinidade de répteis, sendo o principal o jacaré
(jacaré-do-pantanal e jacaré-coroa), cobra boca-de-sapo (Jararaca), sucuri,
Jiboia-constritora, Cobra-d'água, cobras-água e outras), lagartos (iguana,
calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado).
Nenhum comentário:
Postar um comentário