Ingrediente essencial dos pratos de caril, o açafrão-da-índia tem uma cor amarelo dourada, familiar a todos os que comem comida indiana.
Tradicionalmente, a raiz é usada para problemas alérgicos e inflamatórios. E as investigações têm mostrado que tem muitos benefícios para a saúde, devido sobretudo à sua forte ação antioxidante.
Descrição: Da família das Zingiberácea, também conhecido como gengibre-amarelo, tumérico, curcuma, açafrão da índia, açafroa.
Outros nomes populares Açafroeira, açafroeira-da-índia, batata-amarela, gengibre-amarelo, gengibre-dourado (a cor da raiz no "curry"), mangarataia (turmeric em inglês), que é o açafrão milenar da medicina chinesa e indiana e também usada no Brasil como tempero de alimentos, à semelhança do que os indianos fazem no "curry".
Temos vários açafrões: um é a planta chamada Crocus sativus, Lineo, conhecida alhures como Açafrão oriental, Açafrão cultivado, Açafrão verdadeiro, Flor da aurora, Flor de Hércules, que é um arbusto pequeno muito comum nos jardins do Brasil.
Usada há séculos como estomáquica.
Planta perene, rizomatosa, sendo que o rizoma principal é piriforme, arredondada ou ovoide, carnudo, com ramificação laterais compridas, mais finas e menos carnudas.
Externamente os rizomas frescos apresentam uma coloração esbranquiçada ou acinzentada e internamente amarelada.
Do rizoma saem as folhas e as hastes florais.
As folhas são invariantes, oblongo lanceoladas, longamente pecioladas e reunidas na base.
As flores, pequenas e de cor amarela, nascem de uma inflorescência, semelhante a uma espiga, localizada na ponta de uma espiga, localizada na ponta de uma haste longa.
O fruto é uma cápsula bivalve, que se abre quando maduro, apresentando 3 orifícios onde estão contidas as sementes.
Possui um odor agradável, que lembra o só gengibre, levemente amargo.
Partes Utilizadas: Utiliza-se rizoma, semelhante ao gengibre, seu parente.
Origem: Índia, e foi introduzida no Brasil pelos colonizadores.
Multiplicação: por rizomas (cortam-se pedaços com gema e preparam-se as mudas);
Cultivo: Plantio em covas de 10 cm de profundidade em terrenos úmidos e afofados, com espaçamento de 0,5m X 0,5m;
Colheita: colhem-se os rizomas 8 a 10 meses após o plantio (quando as folhas amarelarem). Os rizomas lavados e secos, devem ser conservados em vidros de boca larga e escuros ou latas, bem tampadas.
Modo de conservar: Os rizomas devem ser lavados, enxugados e fatiados. Colocar para secar ao sol, em local ventilado e sem umidade. Conservar em vidros escuros, ao abrigo da luz solar.
Propriedades: anti-inflamatória, anticoncepcional, antiagregante plaquetária, anti-infecciosa, antiasmática.
Indicações
Desintoxicante - O açafrão-da-terra favorece o funcionamento saudável do tubo digestivo alto, combatendo infecções e inflamações do estômago e do intestino delgado.
Ao mesmo tempo, protege o fígado de danos tóxicos e estimula o fluxo de bílis.
Prevenção do câncer - O açafrão-da-terra pode ser útil em muitos problemas de saúde crônicos é cada vez mais usado na prevenção do câncer. Há alguma controvérsia quanto ao fato.
Pó de Açafrão da Terra- De poder ser um suplemento a tomar para manter uma boa saúde depois de diagnosticado um câncer. Neste caso, use apenas por conselho de um médico ou fitoterapeuta qualificado.
Outros usos: A acentuada ação antioxidante da raiz torna-a útil em muitas doenças crônicas. Investigações recentes sugerem possíveis benefícios em problemas tão diversos como indigestão e enjoos, gastrite, úlcera péptica, distúrbios hepáticos, colesterol alto, artrite e problemas autoimunes inflamatórios, tais como a artrite reumatoide e a doença de Crohn.
O açafrão-da-índia também tem uma ação antibacteriana e antifúngica, que pode ser útil para tratar infecções por cândida. A raiz também abranda a coagulação sanguínea.
Princípios Ativo
Em sua composição química, os principais são curcuminóides (corantes) em 2 a 5%, diferuil metano, curcuminas I e III e outras curcuminas.
Tem óleos essenciais, onde 60% deles são de sesquislactonas (turmerona), zingibereno, bisabolano, cineol, linalol, eugenol, curcumenol, curcumernona, como os principais, além de polissacarídeos A, B e C, galactano, potássio, resina, glucídios (mais amido).
Sua composição em cada 100 gramas de rizoma é aproximadamente = 354 calorias, 11,4% de água, 7,8% de proteínas, 9,9 de gorduras, 64,9% de hidratos de carbono, 6,7 %de fibras, 6% de cinzas, 182mg de cálcio, 268mg de fósforo, 41,4mg de ferro, 38 mg de sódio, 2525 mg de potássio, 0,15 mg de tiamina, 0,23 mg de riboflavina, niacina 5,14mg, ácido ascórbico em 26 mg e caroteno.
Externamente é bom cicatrizante e desinfetante de feridas, inclusive de olho, e antirreumático (usa-se 1% de rizoma em decocção, duas ou três vezes ao dia.)
Pode ser usada como extrato seco (5:1 é proporção da droga vegetal nesta forma farmacêutica ) em encapsulados, na dosagem de 80 mg, duas vezes ao dia ou em extrato fluido em 50 gotas por duas ou três tomadas (cada 40 gotas têm um gramo).
A absorção dos princípios ativos dela pelas vias digestivas é boa (cerca de 60%) e não é ulcerogênica como os anti-inflamatórios convencionais, provou em 1986 R. Srimal.
Este outro açafrão, chamado de açafrão verdadeiro (ou cultivado), açaflor ou erva-ruiva é semelhante ao que comentamos, porém, mais comum e usado na culinária brasileira.
Seus estigmas secos são usados contra gases intestinais, dores gástricas, atonia digestiva (as raízes também têm esta ação), afecções das vias urinárias, calculose renal e da vesícula biliar, e para problemas do sistema respiratório.
Usam-se as raízes ainda para a circulação do sangue e como anti-hipertensivo, oralmente, por infuso de uma colher de sobremesa para cada xícara de água, uma a três vezes ao dia.
Os estigmas são usados também por infusão (15 estigmas por xícara de água), três xícaras por dia: aceleram a digestão.
Toxicologia : Um cuidado é importante ter: não tomar mais que 10 gramos por dia (30 estigmas ou quatro colheres de sobremesa) porque esta planta é tóxica em grandes doses, podendo dar alteração no sistema nervoso, ou provocar abortos.
Há, também, nestes rizomas, atividades pró-digestiva das boas como quer outra série de bons trabalhos científicos. Kiso Y. em 1983 demostrou que ela estimula a digestão.
É protetor gástrico, por diminuir a secreção de ácidos segundo Rafatullah S. et al.,1990. Apresenta atividade imunomoduladora estimulante e anti-inflamatória em ratas, por potencializar o sistema retículo endotelial e quem nos diz assim é Kinoshita G et al, 1986 e Gonda R. et al., 1992.
Há muitos outros estudos provando sua atividade anti-inflamatória.
É uma planta que abaixa o nível de colesterol e lipídios totais no sangue às custas da curcumina.
Extrato de Cúrcuma doméstica demonstrou abaixar triglicerídeos e fosfolipídeos em trabalhos de A. Beynen em 1987 e V. Dixit e outros no ano seguinte.
A curcumina inibe o acetato de tetradecanoil-forbol que causa tumor de pele, a nitrosamina, causadora de cânceres orais e gástricos e azoximetanol, indutor de câncer em cólon.
Nagabhushan M, Bhide S. e Huang M. et al. em 1992 provaram que 2% de curcumina protegem a mucosa do intestino grosso contra este último agente.
Ainda é antiagregante plaquetária, antifungosa, antiasmática e útil em casos de despigmentação da pele como na psoríase e alguma leucemia.
Em altas doses inibe a ovulação e poderia, então, ser usada como anticoncepcional: trabalho feito na Universidade de Filipinas (publicado em Philippine Journal of Science).
No Oriente é usada como hepatoprotetor, estimulante das vias biliares, antiflatulenta, diurética, afrodisíaca, diurética, antiparasitária, antifebril, anti-inflamatória e para a circulação.
Na China é usada contra o câncer de colo de útero (em aplicação local e via oral), como fala o Dr. Jorge R. Alonso da Associação Argentina de Fitomedicina.
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