Nome indígena:
bacuparí vem do tupi guarani e significa “fruta de cerca” por causa dos ramos
ascendentes que crescem na horizontal quando a planta nasce em áreas abertas ou
ainda porque os índios cultivavam para cercar suas roças. Também recebe o nome
de Uvacupari, Bacoparí e Laranjinha.
Origem
Encontrado
em todo o Brasil, na floresta Amazônica aparece nas florestas de terra firme,
no cerrado surgem nas matas de galeria próximos a rios que descem das montanhas
da mata atlântica e nesse ambiente está bem distribuída em formações primarias,
em clareiras e nas restingas litorâneas desde o estado da Bahia até o Rio
Grande do Sul.
Na
região sudeste a planta avança pelo interior e chega ao Pantanal onde aparece
com frequência nas bordas de matas.
Observações
Com
respeito a classificação cientifica, faltam estudos para uma melhor definição
de espécies e suas respectivas variedades, pois na minha opinião a G,
gardneriana é apenas uma variedade da espécie tipo G. brasiliensis e por isso
considero essas duas espécies num único contesto.
A
única diferença aparente entre G. gardneriana e G. brasiliensis é que a
primeira tem ramos jovens lisos e flores não perfumadas e a segunda tem ramos
jovens ligeiramente ásperos e finamente papiloso (com laminas como papel) e
flores perfumadas.
Para
alguns taxonomistas (que estudam a classificação) o rostro ou ponta presente
nos frutos de G. bardineriana diferem-na de G. brasiliensis que tem fruto
completamente redondo.
Características:
arbusto de 2 a 4 m de altura quando em pleno sol; mais no interior da mata se
torna uma arvore com 6 a 20 m de altura. A copa em pleno sol se torna densa,
globosa.
O
tronco é ereto, verde esbranquiçado quando jovem, passando a ficar castanho
pardacento quando envelhece, este tem 10 a 30 cm de diâmetro, sua casca é fina
e quando ferida exsuda látex amarelo, abundante.
As
folhas são opostas, simples, cartáceas ou coriaceas (de textura grossa),
lanceolada (com forma de lança) ou oblonga (mais longa que larga) presa ao caule
sob pecíolo (haste ou suporte) de 6 a 15 mm de comprimento e canaliculado
(semelhante a calha).
A
lamina mede de 7 a 16 cm de comprimento por 2 a 6 cm de largura, a base é
atenuada (que se afina gradativamente) e o ápice é acuminado (com ponta
comprida) ou aguda (terminando em ponta fina).
As
flores surgem em fascículos (pequeno feixe) ou isolada na axila das folhas ou
entrenós, sob pedicelo (haste de suporte) de 1,5 a 3,5 cm de comprimento.
Cada
flor mede 1 cm de diâmetro quando aberta, contem cálice (invólucro externo)
reduzido a 2 sépalas membranáceas de 2 a 3 mm de comprimento, ás vezes com
canais marrons e corola (invólucro interno) com 4 a 5 pétalas livres, creme
esbranquiçadas, reflexas (voltadas para a base) de 6 a 7 mm de comprimento por
3 a 5 mm de largura. Os frutos são bagas de 3 a 5 cm de comprimento por 2,5 a
3,5 cm de largura, arredondado ou oblongo (Mais longo que largo, de casca lisa.
Dicas
para cultivo
É de
fácil adaptação aos mais variados tipos de solo e climas, e por isso pode ser
cultivado em todo o território brasileiro. Aprecia temperaturas medias de 12 a
28 graus para uma boa safra de frutos, embora seja resistente a quedas bruscas
de temperatura de até -3 graus no Rio Grande do Sul, sendo indiferente a
máximas de 43 graus quando cultivada no Nordeste e na Amazônia.
Pode
ser cultivado em solos argilosos de áreas inundáveis (plintossolo), em terra
roxa ou vermelha de alta fertilidade (nitossolo ou latossolo) e solos brancos
ou arenosos de rápida drenagem (argissolo); estes devem ter pH entre 4,5 a 7,0,
sendo o nível de 6,0 ideal para cultura comercial e produção de frutos mais
doces.
As
chuvas devem ser bem distribuídas e com uma estação seca de pelo menos 90 dias.
Começa a frutificar com 4 a 5 anos após o plantio.
Mudas
As sementes
são alongadas e recalcitrantes (perdem o poder germinativo rapidamente), por
isso devem ser plantadas (escolher sempre as maiores) logo que retiradas da
polpa.
O
substrato de germinação deve conter 300 gramas de calcário para 100 litros de
terra de superfície + 50 % de matéria orgânica bem curtida.
As
sementes germinam com 25 a 60 dias, com índice de germinação de 80%. As
mudinhas podem ser transplantadas com 10 cm ou 6 folhas definitivas, em sacos
de 30 cm de altura e 15 cm de largura contendo substrato isento de calcário e
enriquecido com 40% de matéria orgânica bem curtida, pois o calcário só
favorece a germinação, mais inibe o crescimento da muda.
Após o
transplante as mudas devem ficar em sombreamento de 50% até atingirem 35 cm,
quando devem ser transferidas para o sol pleno. As mudas crescem lentamente,
ficando com 40 cm aos 15 meses de vida, quando já podem ser plantadas no local
definitivo.
Plantando
O
espaçamento em pleno sol ou na sombra deve ser de no mínimo 5 x 5 m entre
plantas. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e ser preparadas com 3 meses
de antecedência, adicionando aos 30 cm da terra da superfície 4 kg de composto
orgânico bem curtido, 50g de farinha de osso e 1 kg de cinzas de madeira que
tem potássio e beneficiará o crescimento.
O
plantio deve ser feito no início das chuvas em setembro e outubro. Nos
primeiros 3 meses convém fazer uma irrigação com 10 l de água a cada 15 dias.
Cultivando
Não é
exigente a irrigações frequentes, mais requer que a coroa de onde foi plantada
tenha cerca de 10 cm de cobertura morta (capim seco) para manter a umidade.
Fazer
podas de limpeza e formação no inverno eliminando os ramos que brotarem na base
do tronco e os galhos cruzados ou voltados para o interior da copa.
A
adubação é feita com 500 g de cinza ou 150 g de cloreto de potássio no início
da floração beneficia a circulação da seiva da planta e evita as pipocas ou
bolhas na casca do fruto. Nos meses de novembro faz-se a adubação orgânica de 6
kg de composto orgânico bem curtido, abrindo-se valas de 06 cm de largura, 30
cm de profundidade e 1 m de comprimento na projeção da copa.
Usos
Frutifica
nos meses de Dezembro a abril. Os frutos são adocicados, adstringentes e
refrescantes, próprios para consumo in-natura. Até a casca pode ser consumida.
A
árvore é de belo efeito ornamental e não podem faltar no pomar de sua chácara
ou fazenda e também estar presente em projetos de revegetação permanente.
Recentemente
passou no Globo Repórter uma reportagem de uma fruta daqui do Brasil chamada
Bacupari (Garcinia brasiliensis e Garcinia gardneriana) falando sobre os
poderes medicinais delas e eu não pude deixar de pesquisar.
No
caso, eles falaram que a fruta, se comparado às Blueberries, uma fruta
americana que é muito pesquisada pelos pesquisadores de lá que tem uma alta
quantidade de antioxidantes (que ajudam o organismo a combater ou evitar o
câncer), o Bacupari tem 3 vezes mais, semelhante também ao Goji Berry.
O
estudo brasileiro já mostrou uma eficácia do Bacupari para câncer de próstata,
câncer de mama, tumores em geral e infecção no trato urinário, entre outros. Já
as folhas são usadas para tratar doenças na pele, principalmente para tirar
manchas.
Os
pesquisadores ainda falaram (ou deu a entender que falaram isso) que as frutas
que vem do exterior como manga, melancia, coco, são mais usadas pois tem mais
estudos sobre elas comprovando seus benefícios, mas nós brasileiros podemos
estar subestimando as frutas daqui pois elas podem ser muito mais valiosas para
a nossa saúde, e não são muito pesquisadas.
A
planta Bacupari se dá mais no sul do Brasil, e é uma árvore de pequeno/médio
porte, podendo ser utilizadas em pomares caseiros.
Essa
árvore é uma fonte de alimentos da população local que usam para fazer doces,
sucos, comer pura (podendo comer até com a casca). Aqui no Brasil, ela
frutifica de dezembro a abril. Frutos bem doces e ótimos para fazer sucos.
Só que
devemos prestar atenção nas variedades pois a gardneriana é uma variedade da
brasiliensis e a brasiliensis é mais consumida mas as duas são de muita
importância.
Até o
formato dos frutos diferem uma da outra, sendo a garnderiana com formato oval,
e a brasiliensis com formato mais arredondado, e as duas da mesma cor (amarelo
vivo).
Para
reconhecer a planta de longe basta atentar para suas folhas que parecem com as
folhas do pé de oliveira, sendo que elas são mais escuras.
Para
plantar adquira uma semente pela internet ou aproveite as sementes colocando
para secar aquelas maiores do fruto. Ela se dá muito bem em qualquer parte do
Brasil, e gosta de solo argiloso e úmido, visto que na natureza, é mais
encontrada em terrenos perto de rios, área pouco alagadas, e também é
resistente a períodos frios (como no Rio Grande do Sul). Plante em terreno com
PH entre 4,0 a 7,0 para que ela dê frutos mais doces.
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