Classificação
científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Archaeplastida
Filo: Rhodophyta
Classe: Florideophyceae
Ordem: Gigartinales
Família: Gigartinaceae
Género: Chondrus
Espécie: C. crispus
Nome binomial Chondrus crispus
Stackh.
O ciclo de vida
de Chondrus crispus. Abaixo de cada fase do ciclo de vida está a indicação de ser
haploide (n) ou diploide (2n) e o tipo de carragenano presente.
Espécimes de
Chondrus crispus em diversos estágios do seu ciclo de vida. O gametófitos
apresentam a iridescência azulada típica da espécie e os esporófitos o padrão
de manchas que os caracteriza.
Chondrus crispus
Stackh., conhecido pelo nome comum de musgo-do-mar, é uma macroalga vermelha
(Rhodophyta) abundante nas zonas rochosas das costas europeia e norte-americana
do Atlântico Norte.
Quando fresca,
esta alga é formada por talos ramificados, macios e cartilaginosos, variando em
coloração de um amarelo-esverdeado, ao vermelho, ao roxo e ao
púrpura-acastanhado escuro.
O principal
constituinte dos talos é um corpo mucilaginoso, muito rico em polissacarídeos
do grupo dos carragenanos, os quais constituem cerca de 55% do peso seco da
alga, razão pela qual a espécie é recolhida e processada industrialmente,
constituindo uma das principais fontes comerciais de carragenina e a principal
alga carraginófita explorada no Atlântico.
C. crispus é uma
alga vermelha relativamente pequena, com talos ramificados que atingem pouco
mais de 20 cm de comprimento, que quando frescos apresentam uma textura firme e
consistência macia e cartilaginosa.
Os talos
desenvolvem-se a partir de rizoides discoides, que estabelecem ligações fortes
ao substrato rochoso onde esta alga ocorre, e ramificam-se de forma dicotómica
4-5 vezes, formando uma estrutura em forma de leque.
A morfologia é
muito variável, especialmente no que respeita à coloração e largura dos talos.
Em média as ramificações têm 2–15 mm de largura, tendo como principal
constituinte um corpo mucilaginoso, composto por polissacarídeos do grupo dos
carragenanos, os quais constituem cerca de 55% do peso seco da alga, razão pela
qual a espécie é recolhida e processada industrialmente, constituindo uma das
principais fontes comerciais de carragenina.
Quando fresca os
talos variam em coloração de um amarelo-esverdeado, ao vermelho, ao roxo e ao
púrpura-acastanhado escuro, descolorando para amarelado quando os talos são
exposto à radiação solar direta.
Para além dos
carragenanos, o organismo em peso seco é composto por cerca de 10% de proteína
e 15% de matéria mineral, sendo rico em iodo e enxofre.
Quando amolecido
em água, liberta o odor típico das algas marinhas. Quando cozido, os abundantes
polissacarídeos da parede celular formam uma geleia que quando arrefece contém
de 20 a 100 vezes o seu peso seco em água.
As diversas
espécies do género Chondrus são morfologicamente muito semelhantes, sendo de
difícil distinção. Também algumas espécies da ordem Gigartinales são
morfologicamente muito semelhantes, nomeadamente a espécie Mastocarpus
stellatus (Stackhouse) Guiry, a qual apresenta morfologia muito semelhante e
ocorre frequentemente em populações mista com C. crispus, mas que pode ser
facilmente distinguida pelos seus talos canelados e por vezes a encurvados.
Por outro lado,
os espécimes cistocárpicos do género Mastocarpus apresentam papilas
reprodutivas muito distintas das do género Chondrus, ao que acresce que quando
lavados e secos ao sol para preservação, os talos de Mastocarpus ganham uma
translucência amarelada e consistência e aspecto córneo.
Os gametófitos de
C. crispus apresentam frequentemente uma iridescência azulada e os esporófitos férteis
apresentam um padrão de coloração com manchas bem marcadas.
Chondrus crispus
é de ocorrência comum nas zonas rochosas das costas ocidentais da Europa, em
particular na Irlanda, Grã-Bretanha e noroeste da Península Ibérica, mas ocorre
desde a Islândia e as ilhas Faroe e as costas ocidentais do Mar Báltico até ao
sul da Espanha e às ilhas da Macaronésia, sendo muito frequente nos Açores.
Ocorre também nas
costas atlânticas do nordeste dos Estados Unidos e do Canadá. Existem registos
da presença da espécie nas costas da Califórnia e do Japão, mas a ocorrência
fora do Atlântico Norte carece de verificação, particularmente porque existem
espécies de Chondrus no Oceano Pacífico morfologicamente similares,
particularmente C. ocellatus Holmes, C. nipponicus Yendo, C. yendoi Yamada et
Mikami, C. pinnulatus (Harvey) Okamura e C. armatus (Harvey) Yamada et Mikami.
C. crispus ocorre
em costas rochosas bem expostas à ondulação e sem presença significativa de
água doce, crescendo desde o centro da zona entremarés até às zonas rochosas
bem iluminadas do zona nerítica. Ocorre com frequência em recifes rochosos e em
estruturas bem expostas à ondulação.
Chondrus crispus
é uma fonte industrial de carragenanos, compostos frequentemente utilizados com
espessantes e estabilizante alimentares em produtos lácteos como sorvetes e
outros alimentos processados, incluindo produtos de charcutaria.
Na União Europeia
as carragenanos utilizados como aditivo alimentar são obrigatoriamente
indicados no rótulo dos alimentos com os códigos E407 ou E407b. São também
usados como espessante em materiais de impressão gráfica (calico-printing) e
como clarificantes na confecção de cervejas e de vinhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário