QUEM SOMOS!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

AZALEIA




Família: Ericáceas
Origem: China e Japão
Porte: Atinge até 2 m. de altura
Floração: inverno e início da primavera
Propagação: estacas de galho (Estaquia)
Luminosidade: sol pleno/meia-sombra
Regas: Regulares, sempre que o solo estiver seco.
A azaleia, um arbusto da família das Ericáceas, tornou-se muito popular e hoje pode ser encontrada formando cercas-vivas, compondo maciços em jardins, alegrando corredores e entradas mesmo plantadas em um vaso. Um dos segredos do seu sucesso é que a floração ocorre justamente nos meses de inverno e traz um pouco de colorido num período em que a maioria das plantas encontra-se em repouso. Outro segredo é que a azaleia é uma planta relativamente rústica e resistente: suporta com bravura certas condições bem adversas e, por isso, é muito usada em jardins e praças públicas, dando um toque de “vida” até mesmo nos canteiros das grandes avenidas de cidades como São Paulo, tão castigada do ponto de vista ecológico-paisagístico.
A variedade mais popular no Brasil é a Rhododendron indicum, que originalmente produz flores roxas, rosas e brancas, mas graças à intervenção humana, pode ser encontrada em inúmeras matizes chegando até ao vermelho brilhante.
Solo: Por ser um arbusto rústico, a azaleia adapta-se bem a qualquer tipo de solo, porém, para que produza uma florada exuberante, o ideal é cultivá-la usando a seguinte mistura de solo:
• 2 partes de terra comum de jardim
• 1 parte de areia
• 1 parte de composto orgânico
Luminosidade e regas:
As azaleias não florescem dentro de casa e precisam de luz solar plena para crescerem bem. Para mantê-las em áreas internas, deixe as plantas fora de casa até que as flores se abram, aí então podem ser levadas para dentro, mas é preciso que fiquem em um local bem claro, próximo à janela. O cultivo pode ser feito à meia-sombra desde que a planta receba luz solar direta pelo menos 4 horas por dia. Evite o excesso de água nas regas: o ideal é fornecer água à planta apenas quando o solo se apresentar seco, sem encharcar.
Adubação: Floradas pouco exuberantes ou brotos que não crescem é sinal que falta nutrientes para a azaleia. Adube uma vez por mês com a seguinte mistura:
• 1 parte de farinha de ossos
• 1 parte de torta de mamona
Se for utilizar fertilizante químico, dê preferência para aqueles ricos em fósforo (o P da fórmula NPK). Ou seja, escolha um NPK onde o P seja maior que o N e o K. Ex: um NPK de fórmula 4-12-4.  Uma dica muito importante para a Azaleia, é enterrar um pedaço pequeno de Bombril em um canto do substrato, isso porque ela é uma planta que necessita muito de ferro e com isso você também melhora a floração.
Podas: Depois da floração, a poda é uma boa medida para estimular o surgimento de novos brotos e garantir uma próxima florada bem exuberante. Aproveite para fazer uma boa limpeza na planta, retirando as flores murchas e as folhas amarelas. Assim que terminar a floração das azaleias, retire os galhos em excesso e corte as pontas dos outros galhos, até chegar ao formato e tamanho que você quiser. Para aumentar a próxima floração, elimine as pontas de todos os galhos que floresceram este ano.
Controlando problemas
Galhas – folhas e pétalas atacadas tornam-se espessas e deformadas apresentando, às vezes, manchas esbranquiçadas. As extremidades dos ramos também podem manifestar o problema, tornando-se “esgalhadas”.
Controle: Elimine as partes afetadas e utilize um fungicida do tipo Calda Bordalesa.
Oídio – A planta apresenta manchas esbranquiçadas na frente e verso das folhas e até no cálice da flor. Com o tempo, as folhas apresentam coloração cinza escuro e começam a cair prematuramente.
Controle: Reduza a quantidade de água nas regas, isole as plantas atacadas ou suspeitas e faça pulverizações com fungicida em casos mais severos.
Seca de ponteiros – Apresenta-se na forma de uma podridão marrom escura, que se inicia na ponta do ramo e se espalha para baixo, atingindo a haste principal. Pode provocar até a morte da planta. Controle: Faça a poda dos ponteiros atacados e proteja o corte com uma pasta à base de oxicloreto de cobre.
Clorose – Toda a folhagem pode tornar-se amarela.
Controle: Normalmente, o problema surge por deficiência nutricional. Deve-se observar a adubação correta, verificando se há carência dos nutrientes.
Ferrugem – Manchas semelhantes à ferrugem nas folhas acusam a presença de fungos. Controle: Aplique Calda Bordalesa
Outra dica legal é não regar as flores na época de floração, somente o substrato (Terra). Assim você prolonga a vida de cada uma delas, aumentando a quantidade de flores por planta, causando um aspecto mais harmonioso.

Voltando as variedades de azaleia, é importante frisar que adotamos, na maioria das vezes, o cultivo de uma variedade denominada SATSUKI, que em japonês faz referência ao período em que florescem naquele país (mês de maio). A azaleia satsuki, por sua vez, apresenta subvariedades que podem chegar a umas 119 plantas diferentes, com flores em tonalidades as mais variadas, troncos robustos ou não, folhas pequenas ou médias, flores simples, compostas (dobradas), estriadas, estreladas, etc. Veja o nome das mais conhecidas e cultivadas no Japão:
Dentre essas todas, umas poucas fazem parte do nosso repertório, graças ao empenho de cultivadores que trouxeram em sua bagagem, escondidas, mudas pequeninas, cultivando-as em solo nacional, e distribuindo-as, disseminando seu cultivo Brasil afora. No Japão o cultivo de azaleias e rododendros é coisa séria, sendo que a maioria dos bonsaistas que as cultivam não cultiva nenhuma outra espécie, apenas elas. Há torneios, exposições e campeonatos, onde apenas são apresentadas azaleias e rododendros: 


Na imagem acima, por exemplo, as poucas plantas que não são azaleias fazem parte da apresentação apenas como plantas de acento ou acessórias, figurando em segundo plano e nem são relevadas ou apreciadas pelos entendidos japoneses que frequentam o local.
E se vocês acham caro as mudas comercializadas em nosso país, é por que não viram ainda os preços que elas valem lá fora:
Até o solo (substrato) em que são cultivadas é diferenciado. Enquanto na maioria das outras espécies usam o Akadama, para azaleias e rododendros usa-se um solo especial, chamado KANUMA, cujo preço também é cotado em dólar: 


Dentre as 119 sub variedades de SATSUKI, a minha predileta é a KINSAI.
Recentemente, há coisa de uns dois anos, um senhor japonês, residente a uns 40 km da minha casa, trouxe do Japão, escondida na mala, uma azaleia dessa variedade. Aguardo ansioso por um contato com ele, a ser ainda agendado, para tentar negociar uns dois ou três galhinhos dessa planta, e dessa forma dar início ao meu "plantel" de azaleia Satsuki Kinsai. Vou levar para ele algumas plantas que certamente despertarão seu interesse pela permuta, sendo uma dessas de origem japonesa que sei que ele não possui, chamada HAZE (leia razé), cujo nome cientifico é Rhus Sucedanea.
Finalizando, informações interessantes: no Japão é publicada uma revista mensal sobre bonsai de Satsuki, que ostenta na capa justamente esse nome mesmo. Tenho um exemplar, comprado em São Paulo, na livraria Fonomag, que fica na Liberdade e importa, a pedido, revistas, livros e outras publicações, inclusive mídias, diretamente do Japão. Claro, tudo escrito em japonês, né? Muito interessante essa revista, traz artigos e dicas sobre cultivo e trabalhos de bonsai com azaleia e rododendros, então creio que se alguém resolver se dedicar apenas ao cultivo delas, eis um excelente veículo de leitura e aprendizado. Veja que lindeza uma expo de big azaleia Satsuki: 


Um passo a passo interessante sobre o envaze de uma Satsuki estilizada Ishitsuki (estilo raiz sobre rocha):
Um vídeo, para aqueles que preferem aprender com movimento:
Perdoem-me o excesso, mas o tema é realmente apaixonante, na minha humilde opinião.
Que a compreensão liberte a energia criativa que existe em nós.


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