Caesalpinia
pyramidalis
Classificação
científica
Reino Plantae
Divisão Magnoliophyta
Classe Magnoliopsida
Ordem Fabales
Família Fabaceae,
Género Caesalpinia
Espécie Caesalpinia pyramidalis
Nome binomial Caesalpinia pyramidalis Tul.
Caesalpinia
pyramidalis Tul popularmente conhecida pelo nome de catingueira, pau-de-rato ou
catinga-de-porco é uma planta da família das leguminosas (Leguminosae
caesalpinioideae) originária das áreas do bioma da caatinga, desde as partes
mais úmidas até o semiárido no Seridó.
Suas folhas são
consumidas pelos animais no início das chuvas, porém, posteriormente, adquirem
cheiro desagradável, passando a ser rejeitadas.
No entanto, durante
o período seco, como ocorre com várias árvores da caatinga, suas folhas secas
caídas ao chão são muito apreciadas pelos diversos rebanhos.
Árvore de 4 m a 8 m
na caatinga podendo ser apenas um arbusto em solo pedregoso, e de 10 m a 16 m
em várzeas e matas ciliares.
É uma espécie de
ampla dispersão nos estados do Nordeste brasileiro, predominando no semiárido
onde é um arbusto de pequeno porte de até 4 m.
No cerrado e
principalmente nas florestas estacionais adquire maior porte chegando a mais de
16 m, podendo ser encontrada em diversas associações vegetais, crescendo bem
nas várzeas úmidas. Ocorre nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, sendo considerada endêmica da
caatinga.
É uma árvore
decídua na caatinga e semidecídua a perenifólia nas florestas estacionais,
madeira de média qualidade utilizada em cercas como estacas, lenha para
diversos usos pela população local, e utilizada na medicina popular; flores
amarelas dispostas em cachos nos ramos e galhos mais finos, perfumadas atraem
grande número de insetos, os frutos são pequenas vargens marrons que amadurecem
no período da estiagem.
Árvore de grande
beleza que pode ser utilizada na arborização urbana como praças e bosques, e
como planta pioneira de rápido crescimento, seria aproveitável seu uso na
recuperação de áreas degradadas pelo desmatamento.
Há quem use a
madeira da catinga-de-porco para aromatizar cachaças, deixando sua madeira
curtindo na bebida por alguns dias.
A cachaça curtida
na catinga-de-porco pode ser encontrada em algumas lojas no Nordeste
brasileiro. Quem a bebe fica exalando um forte cheiro pela pele, o que talvez
possa explicar o apelido dado à planta.
Apresenta casca
viva de espessura delgada, cinza-clara, internamente bege-claro, às vezes
levemente acastanhada. A casca morta de tronco idoso possui espessura menor que
2 mm rígida, com partes lisas e ásperas, cinza-claro, e apresenta numerosas
lenticelas pequenas, dispostas irregularmente.
Com o fendilhamento
da casca, são limitadas porções laminares irregulares que, ao desprender-se,
deixam depressões superficiais. Por incisão, apresenta exsudato transparente
aquoso, de sabor levemente e amargo e odor indistinto.
Suas folhas são
bipinadas, bijugadas, e mais uma pina terminal, com 5 a 11 folíolos, alternos,
obtusos, oblongos, coriáceos, com pelos escuros estrelados. O pecíolo e a base
das pinas têm púlvinos. Há pelos glandulosos castanho-escuros e negros no
pecíolo e raque foliar.
Flor
Inflorescência
terminal ou axilar-terminal, paniculada. Brácteas ovaladas, apiculadas,
côncavas, levemente pilosas, apresentando pequenos pontos glandulosos no dorso.
Flores amarelas, dispostas em racemos.
Pedicelos de 10 a
15 mm, com pelos estrelados, escuros. Cálice amarelo, leve pilosidade
acastanhada. Pétalas amarelas, apresentando pontos glandulosos no dorso.
Fruto legume
oblongo-elítico, assimétrico, acuminado, com 8 a 11 x 2 a 2,5 cm, castanho
claro, pilosidade mínima alva e esparsos tricomas glandulosos amarelos.
Sua dispersão é por
síndrome balística, com deiscências violentas que lançam à distância as
sementes achatadas, ovaladas, lustrosas, de cor castanho-clara. As valvas, com frequência,
permanecem secas presas aos ramos, totalmente encartuchadas por torção
helicoidal.
Madeireiro
Usada para estacas,
moirões e varas, na fabricação de carvão e lenha, bem como na confecção de
cercas estivadas e cabos de ferramentas. Há quem use a madeira da
catinga-de-porco para aromatizar cachaças, deixando sua madeira curtindo na
bebida por alguns dias.
A cachaça curtida
na catinga-de-porco pode ser encontrada em algumas lojas no Nordeste
Brasileiro. Quem a bebe fica exalando um forte cheiro pela pele, o que talvez
possa explicar o apelido dado à planta.
É considerada boa
forrageira. As folhas jovens são procuradas pelo gado, as são desprezadas
quando adultas devido ao cheiro desagradável que adquirem; fenadas perdem esse
cheiro, constituindo boa forragem para bovinos, caprinos e ovinos.
Medicinal
As folhas, flores e
cascas são usadas no tratamento das infecções catarrais, nas diarreias e
disenterias.
Restrições ao uso
Os frutos maduros,
ao serem ingeridos pelos animais, apresentam o conveniente de, eventualmente,
poderem perfurar partes do trato digestivo dos mesmos, em decorrência de uma protuberância
existente o ápice dos legumes, o que pode levar a óbito a rês afetada.
Importância
Nutritiva
O valor nutritivo
da catingueira foi comparado ao de outras leguminosas forrageiras arbóreas da
caatinga nas fases vegetativa, de floração, frutificação e dormência.
Ficou constatado
que, apesar de possuir o menor teor proteico na fase vegetativa, a catingueira
apresentou menor declínio desse constituinte com o avanço das fases de
desenvolvimento, em estudos realizados.
O consumo de folhas
de árvores chega a 85% da dieta dos caprinos durante o período seco, porém a
medida que a estação seca avança, apesar de aumentar o consumo de folhas caídas
ao chão, sua contribuição para o desempenho dos animais passa a ser apenas
marginal, por causa do decréscimo do seu valor nutritivo.
Portanto, a
catingueira pode ser melhor aproveitada sob a forma de feno. Estudos realizados
indicaram que o feno da catingueira e comparável ao feno da leucena, sendo os
dois considerados adequados ao uso como suplemento proteico, tendo em vista o
alto potencial de degradação ruminal da proteína de ambos.
Outras pesquisas
advertem que, no manejo da caatinga, a catingueira não deve ser rebaixada, em
virtude da sua baixa palatabilidade, porém, recomendam a sua fenação.
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