Classificação científica
Reino Plantae
Divisão Magnoliophyta
Classe Magnoliopsida
Ordem Fagales
Família Fagaceae
Género Quercus
Carvalho é a designação comum das cerca de
seiscentas espécies de árvores do género Quercus da família Fagaceae e de
outros géneros relacionados, nomeadamente Lithocarpus.
O género é nativo do hemisfério norte e inclui
tanto espécies caducas como perenes que se estendem desde latitudes altas até à
Ásia tropical e a América. Em geral, as espécies de folha caduca distribuem-se
mais para o norte e as de folha persistente para o sul. Os frutos do carvalho
A madeira do carvalho sempre foi muito
utilizada pelo homem na construção civil, na construção de barcos, na confecção
de barris para armazenar, transportar e amadurecer vinho, uísque, rum e outras
bebidas alcoólicas e como lenha.
Os barris de carvalho, além de permitir uma
eficiente armazenagem de bebidas, também melhoram sensivelmente a qualidade das
mesmas. Também costumam ser utilizados pequenos pedaços de carvalho (chips)
para conferir um sabor especial aos vinhos, quando estão em fase de preparo e
maturação.
As bolotas do carvalho têm um sabor que varia
entre o doce e o amargo, dependendo da espécie de carvalho. Os carvalhos
brancos geralmente têm bolotas mais doces que os carvalhos vermelhos.
O amargo é devido à presença de ácidos tânicos,
o que torna as bolotas tóxicas para cavalos, bois, cabras e ovelhas. Os ácidos
podem ser removidos através de um período de molho das bolotas na água, seguido
de cozimento.
No caso das bolotas doces, elas podem ser
consumidas diretamente, cruas ou assadas. As bolotas podem ser utilizadas na
fabricação de farinha, a qual pode ser utilizada para se fabricar pão ou
macarrão.
Também podem ser utilizadas para se fazerem
doces. Podem ser consumidas cozidas, como ingrediente de sopas. As bolotas de
carvalho foram usadas tradicionalmente na alimentação humana na Europa, nas
Coreias, no Japão e entre os índios da América do Norte, porém seu uso diminuiu
nos últimos séculos devido à concorrência de alimentos estrangeiros.
Os bosques de carvalho são tradicionalmente
local de alimentação de porcos, os quais comem as bolotas caídas no chão sem
que isso lhes cause problema algum.
Esta prática é chamada na Inglaterra de
pannage. Normalmente, essa prática ocorre no outono, quando as bolotas estão
maduras, o que impede que os outros animais se intoxiquem com o consumo das
bolotas nos pastos.
A alimentação dos porcos com bolotas de
carvalho é um ingrediente importante na confecção do famoso presunto espanhol
presunto espanhol pata negra.
Os ácidos tânicos removidos das bolotas são
utilizados na indústria do couro para curtir o mesmo, ou seja, para torná-lo
mais resistente. Das bolotas, também pode ser extraído um óleo de massagem.
O valor nutricional das bolotas varia conforme
a espécie de carvalho, porém sempre apresentam alto conteúdo de proteínas,
carboidratos, gorduras, cálcio, fósforo, potássio e niacina.
De uma espécie de carvalho, o sobreiro (Quercus
suber), pode ser extraída a cortiça que é utilizada principalmente na confecção
de rolhas. A cortiça é a casca do sobreiro, que, após ser retirada, se recompõe
naturalmente.
As florestas de carvalho na Itália, França e
Croácia são locais tradicionais de coleta de trufas. As trufas são fungos
comestíveis que crescem nas raízes dos carvalhos e que alcançam altos preços no
mercado gastronômico.
Elas costumam ser localizadas por cães ou
porcos que possuem um olfato apurado suficiente para localizá-las a altas
profundidades sob o solo.
O carvalho é uma árvore milenar. Esta expressão
se refere a diversas centenas de espécies do gênero denominado Quercus,
pertencentes à família Fagaceae, e engloba ainda outras classes análogas,
conhecidas como Lithocarpus.
Esta árvore é procedente do hemisfério norte;
aí são encontrados tanto espécimes ancestrais e já enfraquecidos, quanto os de
natureza perpétua.
Este gênero está localizado não só nas elevadas
latitudes, mas também na área tropical asiática e na América. Normalmente as
espécies mais decadentes se agrupam no Norte, enquanto as que detêm folhagem
perene estão situadas ao sul. O carvalho produz frutos que são denominados
bolotas ou landes.
Algumas subdivisões mais conhecidas são
Carvalho-vermelho; Carvalho-vermelho-americano; Carvalho-japonês;
Carvalho-negral; Azinheira; Carvalho-português ou lusitano, entre outros. Nem
sempre é fácil catalogar as variadas classes integradas por esta árvore, pois
elas constituem constantemente entre si os famosos híbridos.
Geralmente o carvalho se transforma em
ferramenta para botânicos e geólogos em suas medições dos infortúnios
provocados pela natureza no meio ambiente.
Ou seja, nesta árvore eles podem encontrar os
sinais das tempestades que se abateram sobre a paisagem na qual ela está
localizada, pois este espécime é o que mais padece com os efeitos das chuvas
fortes.
Por incrível que pareça, quanto mais ele se
sujeita às intempéries, mais fortalecido ele sai delas, pois suas raízes se
arraigam ao solo a cada tempestade, seu tronco se revigora, e a possibilidade de
ele ser extraído do solo pelos temporais diminui drasticamente, até se tornar
nula.
O carvalho se embebe de todas as consequências
dos temporais e, assim, adquirem um aspecto desproporcional, exatamente como um
ser que tivesse realizado um grande esforço ao longo de sua constituição. Chega
mesmo a parecer entristecido.
Por esta razão o carvalho é constante fonte de
referência para os espiritualistas, pois com seu papel na Natureza acaba se
transformando em metáfora de resistência, resignação, submissão diante dos
desígnios divinos, uma vez que, a cada assédio das forças naturais ele não se
revolta, nem desanima, mas procura triunfar sobre os obstáculos que o perseguem
insistentemente. E assim conserva-se sólido e concreto nas florestas e bosques
nos quais habita.
Entre os celtas ele também assume uma
performance essencial, atuando como divindade incessantemente cultuada pelos
druidas, que constituíam a classe sacerdotal desta raça ariana que se
disseminou pela Europa na Antiguidade.
Em um cenário repleto de florestas, coberto por
uma vegetação densa que só aqui e ali permitia o aparecimento de algumas
lacunas, denominadas clareiras, era de se esperar que as árvores detivessem um
poder especial para este e outros povos.
O culto ao carvalho é encontrado tanto no sul
da Europa quanto na área central do continente, nos bosques povoados por este
espécime. Em comunhão com a Natureza, os druidas realizavam aí seus rituais, em
templos construídos ao ar livre.
Nenhuma cerimônia religiosa tinha lugar sem o
uso das folhas do carvalho, tal a sua importância para os celtas. E até hoje
esta árvore preserva um significado especial para aqueles que cultivam sua
espiritualidade.
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